O
secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, apelou na sexta-feira à noite
aos protagonistas da crise política na Guiné-Bissau para que ajam de
"forma responsável" para evitarem uma "escalada de
violência".
Em
comunicado, Ban Ki-Moon manifestou-se "muito preocupado" com a crise
política guineense, considerando que esta "afeta gravemente o
funcionamento das instituições do país e ameaça o seu desenvolvimento
socioeconómico".
O
responsável apelou "a todos os protagonistas políticos a acabar
urgentemente com o impasse, no interesse da população e respeitando a
Constituição do país".
Ban
Ki-Moon saudou o "profissionalismos das forças armadas guineenses e o
cumprimento do seu dever" e apelou para que continuem "a agir de
forma responsável".
O
Presidente guineense, José Mário Vaz, demitiu a 12 de maio o Governo do Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), liderado pelo veterano
Carlos Correia, alegando falta de apoio parlamentar e nomeou Baciro Djá para o
cargo, na quinta-feira.
Esta
nomeação foi contestada nas ruas por populares e pelo PAIGC, que não reconhece
o novo Governo.
Baciro
Djá já tinha sido nomeado para o cargo a 20 de agosto de 2015, após o Presidente
ter demitido o Governo liderado por Domingos Simões Pereira, mas acabaria por
apresentar a demissão dias depois, a 09 de setembro, quando o Supremo Tribunal
de Justiça (STJ) da Guiné-Bissau considerou inconstitucional a sua nomeação.
Na
altura, os juízes do STJ afirmaram num acórdão que cabe ao PAIGC, vencedor das
eleições de 2014, indicar o primeiro-ministro e não ao Presidente.
No
entanto, no decreto que nomeia Baciro Djá pela segunda vez, José Mário Vaz
justifica-se dizendo que, agora, o partido que venceu as eleições já não tem
maioria no parlamento.
Um
grupo de 15 deputados, em que se inclui Baciro Djá, afastou-se do PAIGC e
juntou-se ao maior partido da oposição, Partido da Renovação Social (PRS), para
formar uma nova maioria.
O
chefe de Estado foi eleito em 2014 pelo PAIGC, mas depois de eleito revoltou-se
contra a liderança daquela força política.
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