A
Hidroelétrica de Cahora Bassa, em Moçambique, encerrou 2015 com lucros
superiores a 4.000 milhões de meticais (63 milhões de euros), o que representa
uma evolução positiva de 73% face ao ano anterior, anunciou hoje a empresa.
Em
comunicado, a empresa cita o relatório de gestão do Conselho de Administração e
o Balanço e Demonstração de Resultados aprovados em Assembleia Geral no dia 12
de maio, em Maputo, para dizer que a Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB)
encerrou o exercício de 2015 com um resultado líquido positivo de 4.154,7
milhões de meticais.
A
companhia considera que o sistema electroprodutor registou "um nível de
disponibilidade excecional, muito próximo da capacidade máxima instalada e
acima dos indicadores internacionais de referência para indústrias
similares".
A
única exceção, admite a empresa, é a subestação conversora do Songo, cujo
desempenho esteve aquém dos indicadores internacionais devido ao desgaste de
parte dos equipamentos.
A
HCB está a desenvolver um "exaustivo projeto de renovação da
subestação", estimado em mais de 100 milhões de dólares, com vista a
elevar o desempenho para os padrões internacionais de referência.
Em
2015, a produção de energia da hidroelétrica situou-se nos 16.978 GWh, mais
6,8% do que no ano anterior e o valor máximo registado na história da empresa
desde a sua criação.
Os
bons resultados permitiram à HCB continuar a amortizar com antecipação de
prestações o empréstimo de 800 milhões de dólares contraído para a reversão da
maioria acionista de empreendimento para o Estado Moçambicano, acrescenta a
empresa.
Caso
se mantenha o atual ritmo, a companhia prevê a amortização antecipada daquele
empréstimo.
O
desempenho permitiu aumentar a remuneração aos acionistas em 53% face a 2014 e
o pagamento de impostos ao Estado moçambicano em 80%.
Em
2015, a HCB assinalou o 40.º aniversário da sua constituição como sociedade
detida pelos estados português e moçambicano, um projeto que só foi possível
após os Acordos de Lusaca, assinados em 07 de setembro de 1974, para a
independência de Moçambique, em 25 de junho de 1975.
Em
novembro de 2007, a HCB foi revertida a favor do Estado moçambicano, passando
Moçambique a deter 85% do capital acionista.
Na
altura, o então Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza definiu
o negócio como "a segunda independência de Moçambique".
Em
julho de 2012, o Estado português vendeu a sua participação de 15%, que ficou
dividida em duas metades pela empresa pública Eletricidade de Moçambique (EdM)
e pela portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN).
Situada
na província de Tete, centro-oeste de Moçambique, a HCB foi criada em fevereiro
de 1970 e começou a sua operação em 1977, ainda sob domínio colonial português.
Além
de abastecer o mercado de Moçambique, a HCB fornece energia elétrica a vários
países da África Austral.
A
barragem de Cahora Bassa, no rio Zambeze, é a maior da africa austral.
FPA
(PMA) // JMR - Lusa
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