Segundo
o “Le Monde”, a Comissão Europeia irá recomendar ao Conselho Europeu que
sancione Portugal e Espanha, impondo uma multa e a suspensão temporária dos
fundos estruturais. O Bloco de Esquerda defende que Portugal deve recusar as
sanções e anunciar “um referendo para tomar posição contra as sanções”.
O “Le Monde” anuncia que a Comissão Europeia (CE) se
prepara para propor ao Conselho Europeu que sancione Portugal e Espanha por
“défice excessivo” em 2015, impondo-lhes uma multa, que poderá ir até 0,2% do
seu Produto Interno Bruto (PIB) e uma suspensão temporária dos fundos
estruturais europeus. A CE não terá tomado posição até agora devido às
eleições em Espanha.
Em
maio passado, o presidente da CE, Jean-Claude Juncker, defendeu que a Espanha
não devia ser punida, por estar sem governo estável e à beira de eleições, e
Portugal também não devia ser punido, para que a CE não fosse acusada de
“punir” um governo de esquerda. No passado, Juncker já, por diversas vezes, fez
declarações num sentido e, passado algum tempo, defendeu o contrário do que
havia dito antes.
A
chantagem das instituições europeias não têm, no entanto, deixado de aumentar.
A decisão de adiamento da discussão sobre a aplicação de sanções foi fortemente
criticada pelo governo alemão e o seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble.
O presidente do eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, defendeu publicamente a
aplicação de sanções aos dois países ibéricos, afirmando que a CE deve
"respeitar o pacto de estabilidade".
O
artigo questiona como reagirão Portugal e Espanha e as suas populações e cita
uma afirmação do ministro da Economia de Espanha, Luis de Guindos do PP, que
falou de sanções de “zero euro”.
O
artigo “esquece” que o parlamento português aprovou, a 9 de junho, dois votos de
condenação das sanções.
Sanções
a Portugal serão “declaração de guerra” e podem provocar referendo
No
encerramento da X Convenção do Bloco de Esquerda, Catarina Martins voltou a
abordar o tema, considerou que a decisão de aplicar sanções a Portugal por
causa do governo que seguiu as polícias da troika significa que “a Comissão
Europeia declara guerra a Portugal”.
“E
nesse caso Portugal só pode responder recusando as sanções, recusando o
arbítrio e anunciando que está disposto a por na ordem do dia um referendo para
tomar posição contra as sanções”, propôs a coordenadora do Bloco.
Esquerda.net
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