João
Quadros – Jornal de Notícias, opinião
Hoje
é o dia do tudo ou nada. Tal como Fernando Santos, estou pelo tudo e não quero
nada com o nada. Anteontem, o nosso selecionador nacional garantiu que Ronaldo
vai marcar no próximo jogo (o de hoje) e que "vamos chegar à final, e
vamos ganhar." O nosso míster tem um discurso parecido com o da taróloga
da SIC, esperemos que o fim não seja o mesmo. Neste jogo do tudo ou nada,
apesar das "promessas" de conquista do Euro 2016, na realidade,
poucos portugueses esperam que Portugal regresse a casa a 11 de julho, mas
também não passa pela cabeça a ninguém que possa regressar já amanhã.
Se
aqui escrevi que Portugal era favorito perante a Islândia e a Áustria, e
aconteceu o que sabemos, desta vez não arrisco e opto por dizer que não somos.
Quero regressar à minha posição confortável de "underdog". Olho para
a Hungria como se fosse a seleção mais poderosa do universo. Uma espécie de
Mannschaft, com Eva Carneiro como médica e treinada por Jorge Jesus. É assim
que me sinto confortável. Eu nasci em 1964 e sou do tempo em que os portugueses
torciam pelo Brasil no Mundial, porque nós nunca lá íamos. Resumindo, é com a
fúria de um "underdog" que desejo que esta noite o sortido de
Fernando Santos vença o onze húngaro. Temos de acreditar que os nossos vão ser
bravos e dar tudo em campo e que os húngaros vão relaxar um bocadinho porque
fizeram contas e, se calhar, não lhes dá jeito vencer o grupo.
Não
vou negar que estou assustado com a possibilidade de a seleção de todos nós
poder ser eliminada. Se Portugal for eliminado, é o fim das minhas crónicas
neste distinto jornal. Nunca perdoarei a Fernando Santos ter de cortar no
lavagante ao pequeno-almoço. Infelizmente, as notícias que nos vão chegando não
são as melhores. Causou-me alguma perplexidade saber que o selecionador nacional
assinou a petição contra a eutanásia. Será que Fernando Santos está a pensar
que, depois de hoje, vai haver um súbito aumento de portugueses com um desejo
profundo de falecer?! Será por isso que ele ainda não desligou a máquina ao
Moutinho?! Seja como for, esta posição pessoal do nosso míster em relação à
eutanásia faz todo o sentido. Como selecionador nacional, vê-se bem que ele tem
esta obsessão de deixar as pessoas a sofrer horrores até ao fim. Vamos Portugal!
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