O
Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, pediu hoje aos artistas do país para
usarem as artes como arma de repulsa contra a "ação
desestabilizadora" e as "atrocidades" da Resistência Nacional
Moçambicana (Renamo), maior partido de oposição.
"Como
o fizeram no passado recente, os artistas mostram o quanto as artes constituem
uma arma poderosa de denúncia e repulsa das atrocidades e dos atos contrários
ao projeto coletivo de promoção do bem-estar e fortalecimento da nossa
pátria", afirmou Filipe Nyusi, numa alusão à Renamo, no seu discurso de
abertura do nono Festival Nacional da Cultura, que arrancou hoje na cidade da
Beira.
Referindo
que os moçambicanos vivem "momentos conturbados pela ação
desestabilizadora movida pela Renamo", o chefe de Estado sustentou que o
seu Governo destaca "a centralidade da cultura como fator de
identidade" de Moçambique.
As
autoridades moçambicanas acusam a Renamo de uma série de emboscadas nas
estradas e ataques nas últimas semanas, em localidades do centro e norte de
Moçambique, atingindo postos policiais e também assaltos a instalações civis,
como centros de saúde ou alvos económicos, como comboios da mineira brasileira
Vale.
Alguns
dos ataques foram assumidos pelo líder da oposição, Afonso Dhlakama, que os
justificou com o argumento de dispersar as Forças de Defesa e Segurança,
acusadas de bombardear o lugar onde supostamente se encontra, algures na serra
da Gorongosa.
No
seu discurso na Beira, província de Sofala, no centro do país, e que tem sido
uma das mais atingidas pela violência política, Filipe Nyusi referiu-se às
"ricas tradições culturais" de Moçambique como forma de partilha de
saberes milenares e também de incutir e cimentar a unidade nacional.
"Estão
de parabéns por nos lembrarem que tudo o que pretende contradizer a nossa
unidade, a nossa cultura e a nossa vontade de viver como um só povo, uma só
nação, não passa de água debaixo da ponte, que passa e raramente volta",
afirmou o Presidente da República, numa mensagem dirigida aos artistas.
A
inauguração do novo Festival Nacional de Cultura, que decorre até domingo sob o
lema "Celebrando a diversidade cultural pela consolidação da paz e desenvolvimento",
insere-se no terceiro dia da visita de Filipe Nyusi à província de Sofala.
Em
simultâneo decorrem negociações de paz entre Governo e Renamo em Maputo, com a
presença de mediadores internacionais, mas não são ainda conhecidos avanços.
HB
// EL - Lusa
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