…MAS
DIZ QUE VENCEDORES ESCREVERAM A HISTÓRIA
Jerónimo
e Soares: “Temos a nossa própria visão da história”
Depois
de apresentar as condolências à família de Mário Soares no Mosteiro dos
Jerónimos, o líder do PCP foi confrontado com as divergências do histórico
socialista com o Partido Comunista. “A história não se inventa, a história
acontece. Continuamos a considerar que a revolução de Abril resultou de muita
luta, onde esteve o PCP e esteve Mário Soares”, disse Jerónimo, acrescentando:
“Quem escreve a história são os vencedores, mas a história não se apaga. Temos
a nossa própria visão da história”, disse quando confrontando com os muitos
comentários ouvidos nos últimos dias de que Mário Soares esteve do lado certo
da história e que evitou uma ditadura comunista.
Jerónimo
pediu depois para não desenvolver a sua resposta. “O momento é de perda e no
quadro de respeito pela morte não desenvolvo esta resposta.”
Alegre:
morte de Soares é o fechar de um ciclo e o início de outro
Para
o histórico socialista Manuel Alegre, Mário Soares “não desaparece” e ficará na
memória “de todos aqueles que prezam os valores que ele ajudou a implantar no
país: a liberdade, a democracia, a justiça social e a tolerância”.
Sublinhando
que a morte de Mário Soares representa o fechar de um ciclo, mas também o
início de outro, porque "os horizontes da liberdade são horizontes
abertos", o também poeta defendeu ser preciso mostrar ao mais novos a
história do ex-Presidente da República. "É preciso contar-lhes o que
foi a sua luta pela resistência, as prisões que sofreu, a deportação a que foi
sujeito por ordem de Salazar, o exílio, depois o regresso, os combates que
travou aqui para defender de novo a liberdade. Toda a vida dele foi uma vida de
grande combate, grande determinação e sobretudo coragem", afirmou Alegre,
citado pela Lusa.
"Fomos
amigos, como irmãos até ao fim. Às vezes entre irmãos há sarilhos que depois se
resolvem", referiu Manuel Alegre - numa referência a alguns episódios de
controvérsias com Soares e até à disputa eleitoral a Belém de 2006 -, que
assistiu à chegada da urna aos Jerónimos acompanhado pelo presidente do PS,
Carlos César, e pelo deputado Miranda Calha.
Público
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