Ana
Alexandra Gonçalves*
Entre
2011 e 2014 o país conheceu uma formidável fuga de capitais com destino a
offshores: 10 mil milhões comunicados pelas instituições financeiras, mas que
contaram com um conveniente fechar de olhos das Finanças. Importa lembrar que
todos os anos os bancos prestam informações sobre transferências de dinheiro ao
fisco, mas por alguma razão que importa agora deslindar, essas transferências
contaram com o desprezo das Finanças, ao contrário do que dita a lei.
As
"omissões" foram detectadas pelo Ministério das Finanças entre finais
de 2015 e princípio de 2016. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rocha
Andrade, pretende que se apure o que se passou.
Recorde-se
também que estes foram os anos de austeridade imposta por Passos Coelho que
trocou, temporariamente, essa sua estranha obsessão pelas famigeradas SMS
trocadas entre o actual ministro das Finanças e o ex- Administrador da Caixa
Geral de Depósitos. Passos Coelho e os seus ministros das Finanças, enquanto
pediam sacrifícios aos trabalhadores, aos desempregados e aos pensionistas,
deixaram que perto de 10 mil milhões de euros desaparecessem sem exigir
quaisquer satisfações. Ou alguém acreditará que essa foi uma decisão dos
serviços de Finanças, à revelia do ministério?
Ao
invés de andar preocupado e até obcecado com SMS e afins, Passos Coelho faria
muito melhor figura se viesse explicar o que raio se passou entre 2011 e 2014.
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