Em
entrevista à “BBC”, a empresária falou sobre a Sonangol, a importância de lutar
contra o sexismo em Angola e a sua posição contra a nova lei do aborto.
Ser
filha do chefe de Estado trouxe “vantagens e preconceitos” para Isabel dos
Santos. Numa entrevista à BBC, a empresária admitiu ser “privilegiada no
sentido em que tive uma boa educação, no sentido em que pude ver o mundo”.
Por
outro lado, a relação com o pai criou a “sensação que essas vantagens foram
algo injustas ou obtidas através de favores”, o que, na sua opinião, é um
“preconceito”.
A
relação com o pai José Eduardo dos Santos foi um tema recorrente na entrevista
à BBC, com a empresária a considerar um “mito” a ideia de que é
beneficiada.
Nomeada
presidente da Sonangol por José Eduardo dos Santos em Junho do ano
passado, Isabel dos Santos justificou a escolha com o seu “longo repertório em
construir negócios”, lembrando o cenário “particularmente difícil” em que
encontrou a petrolífera estatal, afectada por uma “queda contínua do preço
do petróleo”.
Na
conversa, abordou ainda os desafios que enfrenta em Angola enquanto empresária.
“Ser mulher, ser jovem, ser negra, isso são todos desafios, não há dúvida”,
comentou. Por isso, considerou “muito importante” a luta contra o sexismo no
país, apelando às empresas para tratar “mulheres e homens de forma igual,
especialmente em termos de salários”.
A
discussão em torno do aborto também esteve em cima da mesa, com Isabel dos
Santos a mostrar-se “preocupada” com a possibilidade da lei estar sujeita a uma
influência religiosa. “Penso que as nossas leis devem ser seculares e reflectir
todas as crenças religiosas. A lei que agora foi adiada, na minha opinião, não
teve suficientemente em conta a realidade e as necessidades da mulher”.
Rede
Angola
Foto:
José Eduardo dos Santos e Isabel dos Santos[ Rogério Tuti/JAImagens ]
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