Angola
admite mandar para o espaço mais satélites até 2025. Se ainda nem o primeiro “AngoSat-1”
conseguimos que saísse da Terra...
Todas
as campanhas eleitorais são caracterizadas pelo exagero das promessas, mesmo as
inexequíveis. Mas manda o bem senso que há algumas que nunca devem ser
abordadas ou trazidas para o circo eleitoral sob pena de tudo o que pode, de
bom, ter sido dito deixar que ser considerado válido. Ou seja, os
"artistas eleitorais" acabam por matar as boas ideias.
Ora
esta é claramente uma ideia não só difícil - diria, quase inexecutável - como
problemática, porquanto sabemos que o País não nada em dinheiro - o custo de um
satélite e o seu lançamento são inquantificáveis - como desde meados do ano
passadio estamos em forte recessão.
É
certo que o preço do petróleo tem estado a subir. Mas também sabemos que já
circulam nos meetings internacionais sobre energia que, provavelmente, vai
deixar de haver viaturas com combustíveis fósseis, na Alemanha o
parlamento já aprovou que, a partir de 2030, fica proibida «a
comercialização, no mercado local, de automóveis novos movidos por motores de
combustão, a gasolina ou a gasóleo». Também a Noruega, Holanda e - até - a
Índia, só admitirão a circulação de veículos eléctrico a partir de 2035.
Ora,
com a nossa economia a continuar fortemente dependente do petróleo - e
desconheço se algum programa partidário prevê alguma alteração qualitativa e quantitativa
quanto a esta "monodependência" económica - não vejo como poderemos
inverter a actual situação de crise económica e financeira.
Consequentemente,
como poderemos fazer a apologia do lançamento de satélites de teledeteção remota1 –
também dito “sensoriamento remoto” (em português brasileiro) ou “ereção remota”
(em português europeu); nisto, paradoxalmente, nós somos menos sensuais na
terminologia – dentro de dois anos, no programa de Estratégia Espacial até
2025, com tão parcos recursos?
Caros
Governantes, há, claramente e nesta altura, outras prioridades para os nossos
cidadãos! Não tenhamos mais olhos que barriga...
1 Satélites
de teledeteção remota: De acordo com o Wikipédia são, ou contém, instrumentos
que possibilitam «a obtenção de informações sobre alvos na superfície terrestre
(objectos, áreas, fenómenos), através do registo da interacção da radiação
electromagnética com a superfície, realizado por sensores distantes, ou
remotos. Geralmente estes sensores estão presentes em plataformas orbitais ou
satélites, aviões e a nível de campo. ANASA é uma das maiores captadoras
de imagens recebidas por seus satélites»
*ELCAlmeida | Ph.D (DSSc -
Investigador/Researcher/Pós-Doutorando
*Eugénio
Costa Almeida – Pululu -
Página de um lusofónico angolano-português, licenciado e mestre em
Relações Internacionais e Doutorado em Ciências Sociais - ramo
Relações Internacionais - nele poderão aceder a ensaios académicos e artigos de
opinião, relacionados com a actividade académica, social e associativa.
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