Maioria
das urnas continuam abertas (18:30), mas o sistema informático criado pela
Generalitat está em baixo. Guarda Nacional e Mossos d'Esquadra confrontam-se
sem violência.
A
presidente da Câmara de Barcelona, Ada Colau, anunciou que 460 pessoas ficaram
feridas ao longo da manhã e início da tarde em confrontos com a polícia
espanhola, um pouco por toda a região catalã. “Como presidente da Câmara de
Barcelona, exijo um fim imediato às cargas policiais contra a população
indefesa”, lançou Colau no Twitter.
O
número de feridos foi entretanto atualizado pelos meios de comunicação locais
para 761.
A
meio da tarde deste domingo continuam a surgir novas imagens de confrontos
entre as polícias nacionais espanholas e eleitores catalães nos locais de
votos, que são ainda alvos de rusgas, várias horas depois da abertura das
urnas. Mas surge um tema novo: imagens da polícia local catalã, os Mossos
d’Esquadra, em confronto com a Guarda Civil.
Os
Mossos d’Esquadra (polícia catalã) recusaram-se a participar nas operações de remoção das
pessoas concentradas nos locais de votos durante a manhã, assim como nos
controlos de motim. A Guarda Civil, militarizada e nacional, começou a difundir
imagens de escaramuças entre as duas autoridades e de mossos não intercedendo
contra o referendo.
Ao
início da tarde, na última atualização, o número de feridos situava-se perto
das 350 pessoas, algumas em estado grave. A maioria dos ferimentos aconteceu de
manhã, com a entrada violenta da polícia espanhola em locais onde se estendiam
filas com dezenas de pessoas, que esperavam para votar e se viram escorraçados
com brutalidade.
São
comuns as imagens de jovens, homens, mulheres e idosos atirados pelo ar ou
arrastados pelo chão, recusando-se a abandonar os edifícios do referendo. O
Ministério do Interior afirma ter encerrado mais de 90 locais de voto só este
domingo. Já os Mossos d’Esquadra divulgaram esta tarde terem encerrado 244
urnas para o referendo.
Contas
feitas, e acreditando nos números do governo regional catalão, a maioria das
mais de duas mil urnas instaladas este domingo continua aberta. O sistema
informático que a Generalitat criou para impedir votos repetidos – o referendo
é universal e as delegações de voto não estão distribuídas por residência –
parece, contudo, em baixo.
Colau
votou em branco na manhã deste domingo. A alcaidesa, que assumiu por vezes uma
postura ambígua em relação ao referendo, acabando por dizer, há semanas, que
faria o melhor para que ele acontecesse, insurgiu-se nos últimos dias contra o
governo de Mariano Rajoy pelo número de polícias enviados para a Catalunha.
“Um
presidente de governo cobarde inundou de polícias a nossa cidade”, escreveu
Colau na manhã deste domingo, mais tarde dizendo-se “emocionada” com o facto de
a violência da polícia não ter dissuadido dezenas de milhares de pessoas de
votar. “Votei indignada pela repressão policial, mas também esperançada pela
resposta exemplar de cidadania.”
Jornal
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