@Verdade
| Editorial
Quando
chegou a informação relativamente à exoneração de José Pacheco do cargo de
ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, o país quase parou de alegria e
“bailou” com a notícia. O afastamento de Pacheco passou a ser o principal tema
das conversas nas redes sociais e quase todas as esquinas. Devido a essa
situação, o Presidente da República recebeu todos elogios possíveis e, sem
dúvidas, ele passou a ser visto como um homem sério e comprometido com a causa
do país.
Há
muito que se esperava uma notícia dessas. Até porque Pacheco, desde que assumiu
certas pastas no Governo da Frelimo pouco ou quase nada fez, a não ser meter-se
em negociatas para ampliar o seu património pessoal. Não há registo de
resultados positivos na vida dos moçambicanos provocados por Pacheco.
No
entanto, quando os moçambicanos estavam no calor da emoção pela exoneração de
uma figura que passou a maior parte do seu tempo a mostrar a sua incapacidade
em todas as instituições em que lhe foi confiada, inesperadamente, o Presidente
da República nomeou José Pacheco para o cargo de ministro dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação. Esta é, sem dúvidas, um dos maiores actos de
estupidez cometido por Filipe Nyusi ao longo do seu mandato.
Aliás,
esta situação não deveria surpreender a ninguém. O Chefe de Estado já nos
habituou com actos de géneros que demonstram falta de bom senso. Mas manter
Pacheco no Governo foi o cúmulo.
Colocar
Pacheco como titular da pasta de assuntos diplomáticos é, sem sombra de
dúvidas, um absurdo de proporções astronómicas. É trágico. Pacheco não
conseguiu liderar com sucesso o diálogo que envolvia o Governo da Frelimo e a
Renamo relativo a tensão político-militar. Pacheco é um perigo público para os
moçambicanos, por dois motivos óbvios. Primeiro, porque ele é uma figura sem um
pingo de escrúpulo e segundo é por todos conhecidos a sua monumental
incompetência.
Voltar
a colocar José Pacheco num cargo de direcção no Governo moçambicano e,
sobretudo, num ministério estratégico como o caso do Ministério dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação é legitimar a incompetência como um dos principais
requisitos para se ascender a um cargo nas instituições públicas ou/e do Estado
moçambicano.
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