quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

TRUMP ENCARARÁ REALMENTE O DRAGÃO CHINÊS? - Varoufakis



Ao contrário do que acredita, o presidente empossado hoje dirige um país parasitário, incapaz de qualquer ato relevante sem articulação com a China

Yanis Varoufakis - Outras Palavras - Tradução Manuela Beloni

Se Donald Trump entende de alguma coisa, é o valor da falência e da reciclagem financeira. Ele conhece os caminhos do sucesso via remissões e amortização da dívida e da criação de ativos a partir de passivos. Mas será que ele realmente compreende a diferença profunda entre a dívida de países desenvolvedores dívidas e a dívida de uma superpotência? Ele realmente entende que a dívida privada da China é como um barril de pólvora sob a economia global? Muito depende do conhecimento dele sobre o assunto.

Trump foi eleito em uma onda de descontentamento com o establishment e com a má gestão pré e pós o colapso de 2008 e sua recessão. Sua promessa sobre estímulo à economia doméstica e políticas protecionistas, que visam trazer de volta trabalhos industriais, o levou à Casa Branca. Mas o que ele pode trazer depende da compreensão que ele tem do papel utilizado nos EUA dos chamados “bons e velhos tempos”, do papel que ele pode desempenhar agora e da importância da China dentro deste contexto.

Antes de 1971, a hegemonia global norte-americana era baseada em um superávit dos EUA em relação ao mundo capitalista, que foram estabilizados através da reciclagem de parte do seu excedente destinado à Europa e o Japão. Isto serviu como base para uma estabilidade econômica e para um rápido declínio da desigualdade em todos os lugares. Mas, como os EUA escorregaram para uma posição deficitária, aquele sistema global já não poderia mais funcionar, dando origem a ascensão do que tenho chamado de a fase do Minotauro Global.

De acordo com a mitologia antiga, o Rei Minos, de Creta, deve a sua hegemonia ao Minotauro, o trágico monstro aprisionado no palácio de Minos. A intensa solidão do Minotauro era comparada apenas ao medo que inspirava em terras distantes e selvagens porque seu apetite voraz só poderia ser saciado por carne humana – garantida pelo rei Minos. Assim, um navio cheio de jovens era vendido a Creta por Atenas, levando os tributos humanos para a besta. Este árduo ritual era essencial para preservar a Pax Cretana e a hegemonia do rei.

Depois de 1971, podemos dizer que a hegemonia norte-americana cresceu de forma análoga a este processo. O Minotauro nada mais é do que o déficit comercial dos EUA, que tem consumiu quantidades crescentes de exportações. O crescente e rápido déficit norte-americano foi financiado por bilhões de dólares, vindos de receitas líquidas diárias diretas para Wall Street, pelos empresários estrangeiros situados em lugares distantes; uma forma de tributo moderno do Minotauro Global.

Quanto mais o déficit cresceu, maior era o apetite pelo capital europeu e asiático. O que fez o Minotauro verdadeiramente global foi sua função: ele ajudou a reciclar o capital financeiro (lucro, poupança e excedentes). O que manteve as brilhantes fábricas alemãs ocupadas e devorou também tudo o que foi sendo produzido no Japão — e posteriormente, na China. Mas ao mesmo tempo Wall Street aprendeu como potencializar este fluxo de capital através de exóticos instrumentos financeiros. Foi dada assim a largada para a explosão financeira, inundando o mundo em dívidas.

No outono de 2008, o Minotauro foi mortalmente ferido após confrontar-se com o muro da dívida privada, sub-produto de seu apetite. Enquanto o Banco Central (Fed) e o Tesouro desafogavam o mercado dos EUA (às custas dos norte-americanos mais pobres deixados de lado a partir dos anos 1970), nada seria o mesmo: a capacidade de Wall Street em continuar “fechando” o circuito de reciclagem global desapareceu. O setor bancário norte-americano deixou de aproveitar os déficits comerciais e orçamentais dos EUA para financiar a demanda interna e sustentar o resto das exportações líquidas mundiais. Daquele momento em diante a recuperação da economia mundial seria praticamente impossível.

Depois do ferimento mortal do Minotauro, os EUA deveriam não só agradecer ao Fed e ao Tesouro por ajudarem a evitar uma nova Grande Depressão. Os EUA foram também salvos pelo Dragão: o governo chinês aumentou os investimentos nacionais sem precedentes a fim de preencher a lacuna criada pela contração de gastos nos EUA e na Europa. Por muitos anos a China permitiu a criação de créditos pelos seus bancos formais, e os bancos das sombras (“shadow banks”), permitindo também se beneficiar do dinheiro fácil do Fed, pegando empréstimos em dólar. De maneira resumida, o Dragão entrou em cena para reequilibrar as contas do Ocidente quando o Minotauro já não podia mais.

Os líderes chineses sabiam o que estavam fazendo. Estavam criando uma bolha insustentável de investimentos para dar uma chance de ação conjunta à Europa e EUA. Infelizmente nenhum dos dois o fizeram: os EUA devido ao impasse entre o presidente Barack Obama e o congresso controlado pelos Republicanos, e a Europa por razões dolorosas demais para serem colocadas aqui novamente. Quando a tempestade atingiu o ano de 2015, com as taxas de juros norte-americanas subindo e os preços das commodities caindo, a China teve que impulsionar, mais uma vez, a criação de crédito.

Hoje, o boom do crédito da China é sustentado por garantias quase tão ruins quanto àquelas em que a Bear Stearns, Lehman Brothers, e os demais bancos estavam confiando em 2007. Além disso, como o renminbi chinês está extremamente sobrevalorizado, as corporações estão pegando dólares emprestados para pagar antecipadamente sua dívida lastreadas em dólares, pressionando uma queda na taxa de câmbio.

O plano de Trump para ajudar os  que foram deixados de lado desde a década de 1970, na medida do possível, parece se desdobrar em dois eixos: um estímulo doméstico e uma negociação bilateral sob a ameaça de tributos aduaneiros e contingentes. Mas se ele jogar duro com a China, empurrando os chineses para reavaliar o renminbi através de ameaça de imposição de impostos aduaneiros, pode ser que acabe estourando a bolha da dívida privada da China — e desencadeando um dilúvio de consequências desagradáveis ​​que superaria qualquer estímulo doméstico que introduzisse.

Neste caso, os gastos de Trump com infraestrutura iriam se transformar mais em um benefício às corporações, implicando um efeito ínfimo. Isso, por sua vez, iria preparar o cenário para uma futura política austeridade, e também um pânico sobre o avanço das taxas de juros norte-americanas e o estouro do orçamento federal, pressionando os atuais os compromissos governamentais não financiados (tal qual Segurança Social).

Para que a estratégia econômica a médio prazo de Trump tenha alguma chance de sucesso, ele precisa compreender que não é a dívida pública norte-americana que deve ser reestruturada, mas sim a dívida privada chinesa. Caso contrário os rendimentos do Tesouro dos EUA poderiam se elevar bruscamente, enfraquecendo severamente a sustentabilidade da dívida.

Da mesma forma, Trump deve se dar conta de que ele não pode fazer a “América grande novamente” ressuscitando o estímulo sem financiamento de Ronald Regan. Este truque funcionou quando o Minotauro estava preso e bem alimentado, mas não irá funcionar quando o Dragão acabar com seu fogo. Se ao invés disso, Trump realmente quiser equilibrar a economia norte-americana, provendo o crescimento e beneficiando aqueles esquecidos aos quais ele prometeu, ele deve trazer de volta Franklin D. Roosevelt e seguir a reforma keynesiana de Bretton Woods.

PRINCÍPIO DE UMA NOVA ERA?



É de saudar a posse de Trump como presidente dos EUA, em 20 de Janeiro de 2017. Esta data pode significar o começo do fim da globalização – que é apenas outro nome para a palavra imperialismo

Significa também um provável alívio quanto ao pesadêlo da guerra termonuclear com a Rússia. E pode significar o princípio do esvaziamento desse fantasma carcomido da guerra-fria: a NATO. Tudo isto não é pouca coisa. 

O establishment estado-unidense, os neocons, a Wall Street, as agências de espionagem dos EUA e os seus presstitutos no mundo todo agora esperneiam e fazem uma campanha histérica contra Trump. É compreensível. 

Menos compreensível é que forças que se pretendem "esquerda" participem da campanha na companhia de belicistas criminosos como o sr. Obama (oito anos de mandato = oito anos de guerras) e a sra. Killary Clinton, que promoveu ou apoiou assassínios em massa na Jugoslávia, Líbia, Iraque, Somália, Síria, Iémen, Georgia, Ucrânia e golpes de estado por todo o mundo. As companhias escolhem-se e tais escolhas definem quem as faz.


OS PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS EM PORTUGAL NÃO TÊM QUALQUER CONTROLO



Os consumidores e o país pagam os lucros excessivos das petrolíferas


Deste 1999 que o mercado dos combustíveis em Portugal é livre. As petrolíferas podem fixar, sem qualquer controlo do Estado, os preços a que vendem os combustíveis. As duas entidades oficiais que têm como missão fiscalizar a actividade das petrolíferas - Autoridade da Concorrência e Entidade Nacional para o Mercado de combustíveis - nada fizeram ou fazem na prática a não ser dar o aval a tudo o que as empresas querem. Entre Janeiro de 2013 e Setembro de 2016 o preço do barril de petróleo diminuiu em 51,6% mas o preço da gasolina sem impostos baixou apenas 37,3%, e o do gasóleo somente 40,6%. Os lucros da GALP dispararam, mais do que duplicando (+106%) entre 2013 e 2015. Os dividendos distribuídos aos accionistas aumentaram 44%. A maior parte destes dividendos não pagam imposto, porque os seus proprietários são, na sua esmagadora maioria, ou estrangeiros (ex.:Isabel dos Santos, Black Roch, etc.) ou portugueses que, como Américo Amorim, para não pagarem o imposto sobre dividendos criaram uma empresa no estrangeiro (Amorim Energia com sede na Holanda). Este escândalo de prejuízos ao país arrasta-se há quase uma década e está mais do que caracterizado. Mas o Secretário de Estado da Energia encomendou “um novo estudo” à mesma autoridade que vem sendo sistematicamente conivente com esta situação.



Portugal. GOVERNO APROVA REDUÇÃO DO PAGAMENTO ESPECIAL POR CONTA



Conselho de Ministros aprovou a medida esta quinta-feira. António Costa diz que 122 mil empresas vão ser abrangidas e garante que terá 'luz verde' de BE, PCP e PEV para aprovação no parlamento.

Depois do chumbo na descida da Taxa Social Única (TSU) para as empresas, o Governo aprovou, esta quinta-feira, a redução progressiva do Pagamento Especial por Conta (PEC) como forma de compensar as empresas pelo aumento do Salário Mínimo Nacional para os 557 euros - que resultou do acordo de Concertação Social do qual não fez parte, por discordar, a CGTP.

O anúncio foi feito pela ministra da Presidência, Maria Manuel Leitão Marques, na conferência de imprensa que sucedeu à reunião do Conselho de Ministros, em que, além de António Costa, marcaram presença o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, e o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade.

Aos jornalistas, António Costa esclareceu que, de acordo com a nova proposta, "até 1 de janeiro de 2019 haverá uma redução do PEC para todas as empresas sujeitas ao seu pagamento, quer em 2017 quer em 2018, e essa redução terá uma componente comum de 100 euros de abatimento à coleta e de mais 12,5% do remanescente da coleta paga por cada empresa".

Ou seja, a partir do início de 2019, haverá um "novo regime simplificado" que permitirá "diminuir a carga burocrática" das empresas, sendo que, até lá, o Governo faz aprovar uma "redução progressiva" do PEC - por proposta do PCP, no Orçamento do Estado para 2017 já tinha sido aprovada uma medida que reduzia o valor mínimo do PEC dos mil para os 850 euros, sendo que, com a atual proposta, o patamar mínimo desce para os 750 euros.

Quanto à dedução do remanescente da coleta, segundo António Costa, "dependerá de cada empresa", até porque, sendo feita a dedução de 12,5% sobre o montante de uma coleta que varia em função dos lucros, essa dedução será maior ou menor em função dos lucros de cada empresa.

"O que vai ser real para as empresas é que já em março, quando tiverem de proceder ao primeiro pagamento do ano do PEC, verão os seus encargos diminuídos fruto da aprovação, na Assembleia da República, da proposta de lei que o Conselho de Ministros hoje aprovou, depois de ter ouvido os parceiros sociais e depois de ter assegurado a sua aprovação na Assembleia da República", disse o primeiro-ministro.

Plano B tem 'luz verde' garantida por parte de PCP, BE e PEV, diz Costa, que critica "tentativas de intriga"

"Posso garantir que esses partidos [PCP, BE e PEV] já manifestaram o apoio a esta proposta de lei e tenho esperança de que esta proposta de lei possa recolher apoios mais alargados, designadamente de outros partidos, como o CDS-PP, que também publicamente já disse que era favorável à redução do Pagamento Especial por Conta", afirmou António Costa, que confirmou que a CGTP continua fora do acordo que devera ser assinado ainda esta semana.

Aos jornalistas, o primeiro-ministro, que pouco quis falar sobre o voto contra do PSD à redução da TSU, disse ainda que "as tentativas de intriga política podem preencher o espaço mediático", mas são "absolutamente irrelevantes para a vida das pessoas e das empresas".

"Convém recordar que o próprio PSD, em dezembro, quando estávamos a concluir as negociações, fez declarações públicas não só a defender a medida, como aliás a dizer que ela devia ser alargada não só às empresas, mas abrangendo também as IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social) e as misericórdias", disse, acrescentando que "não passava pela cabeça de ninguém que o quadro parlamentar que sempre existiu tivesse sido alterado desta forma".

João Alexandre – TSF – Foto: Tiago Petinga / Lusa

Portugal. PCP QUER FIM DO PAGAMENTO ESPECIAL POR CONTA EM 2018



Comunistas e bloquistas apoiam decisão hoje aprovada em Conselho de Ministros. O BE diz que PME saem beneficiadas. O PCP quer "acelerar processo de eliminação do PEC".

A esquerda confirmou o apoio à decisão do Governo de reduzir em 100 euros o Pagamento Especial por Conta (PEC) para todas as empresas, já a partir de março e até 1 de janeiro de 2019.

O PCP, pela voz de Paulo Sá, lembrou que a proposta de OE 2017 já previa uma redução do valor mínimo do PEC de 1.000 para 850 euros" e manifestou o desejo de que seja possível "acelerar processo de eliminação do PEC", para que este termine já em 2018 e não em 2019, como foi acordado com o Governo.

Pelo Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares sublinhou que o partido "sempre defendeu que o PEC podia ser alterado para promover particularmente o setor mais frágil da economia" (as micro, pequenas e médias empresas).

Tanto BE como PCP voltaram a sublinhar o desacordo com a necessidade de "medidas para compensar os patrões pelo aumento do salário Mínimo Nacional".

De acordo com a proposta de lei hoje aprovada pelo Conselho de Ministros no início de 2019 entra em vigor "um novo regime simplificado, alargado a outras empresas, permitindo-lhes diminuir carga burocrática e ter uma fiscalização mais reduzida".

TSF

ATENÇÃO À NOVA BURLA DO GMAIL. POLÍCIA JUDICIÁRIA ACONSELHA CUIDADOS



Basta abrir um email falso com um anexo para cair no esquema. Proteja os dados

É um novo esquema dos piratas informáticos para acederem a dados através do correio eletrónico, desta vez, do Gmail, e, com isso, burlarem financeiramente o destinatário do e-mail falso. Já há muitos lesados, misturados nos 800 a 900 processos por acesso ilegítimo a dados e burla informática que correm termos na secção do crime informático da Polícia Judiciária de Lisboa, como confirmou ao DN o coordenador de investigação criminal Carlos Cabreiro.

A burla do Gmail, como ficou conhecida, consiste num método clássico usado pelos burlões para fazer phishing (a "pesca" de dados pessoais como senhas, número de cartões de crédido, etc) através do correio eletrónico. O primeiro passe dos hackers é aceder às palavras passe dos utilizadores através do email da Google. Depois, escolhem um contacto da sua lista pessoal e enviam, através desse remetente (para que você não desconfie), um email falso com um anexo. Do outro lado, o destinarário não desconfia porque pensa que está a abrir um email de um amigo. Ao abrir o ficheiro, a vítima é encaminhada para um falso site de início da sessão do Google onde vai colocar os seus dados sem saber que os está a partilhar com o burlão.

A página falsa de início de sessão no portal Google é idêntica à página oficial. A única marca distintiva é o endereço. No início do URL lê-se ler-se "data:text/html", o que não acontece na autêntica página de início de sessão do Gmail.

"Nós não gostamos de falar de burla do gmail. São burlas através do correio eletrónico, feitas pelos métodos tradicionais de captura de credenciais. O Gmail não é mais frágil do que qualquer outro correio", sublinha Carlos Cabreiro. Frágil é a proteção que muitos computadores e telemóveis têm. "As pessoas têm de se habituar a proteger melhor os seus dados: devem escolher passwords fortes, a terem bons antivírus instalados, ou ainda, a terem sistemas operativos atualizados".
Das queixas que a secção do crime informático da PJ de Lisboa tem recebido por burla do Gmail ou de outro correio eletrónico, umas são por devassa da vida privada por meio informático (através das redes sociais, por exemplo) e outras vão diretamente para a angariação de fundos.

"Qualquer um que tenha acesso à distância ao seu computador, pode mandar emails em seu nome", frisou o coordenador de investigação criminal.

"Grande parte da criminalidade informática encontra-se no acesso ilegitimo a dados e na intrusão sobre os computadores". E por computadores leia-se, também, os smartphones. No último ano a PJ notou um ligeiro aumento do número de processos por crimes praticados com recurso às plataformas móveis. No total de 2015, a PJ de Lisboa chegou ao final do ano com 858 inquéritos abertos por crimes informáticos, dos quais 500 são por ciberataques, 250 por pedofilia na internet, 70 por extorsão sexual e 30 por crimes praticados contra as pessoas na internet (injúrias, difamação, entre outros), segundo dados oficiais. Esta polícia fez mais de 300 arguidos por estes crimes, 21 dos quais por hactivismo. A sextorsion ou extorsão sexual, uma das formas mais em voga, baseia-se no acesso através do pedido de amizade via rede social (facebook). Depois convencem a vítima a despir-seonline e mais tarde é chantageada.

Rute Coelho – Diário de Notícias


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