sexta-feira, 3 de março de 2017

ANÚNCIO DE "SÉCULOS DE SOLIDÃO"...


Martinho Júnior, Luanda  

… Outro livro em que sou coautor será publicado em breve em Luanda…

… Séculos por que, em imensas regiões, África era um continente impenetrável, um continente opaco e quase apenas povoado de rotinas palúdicas, nas artes vivenciais dos homens e até nas guerras entre irmãos...

... E esse tempo mede-se em solidão, nos termos da antropologia da vivência humana, não só nas duas estações tropicais de cada ano, mas também do que emergiu do adobe esventrado, ou da palha ensopada, ou da explosão das recém-chegadas granadas, apenas um pouco para além das histórias típicas da luta pela sobrevivência com os pés gretados e empoeirados nos ignotos trilhos, sulcando a cadência de séculos!...

Nascer para a história e para a humanidade em África, foi mesmo (ou ainda está a ser), um parto difícil e ensanguentado, lento para além dos limites de várias gerações e pejado de quadros terríveis e monstros, quadros dantescos de escombros e armas, de quinquilharias e enfatuados ladrões, de limites desenhados pelas garras dos abutres, quadros povoados de invasores gestos de suave, ou de cruel opressão, para os tradicionais tempos que estão sendo tragados tanto faz…

… Na voragem desses tempos agora em parto, as espécies evaporam-se nos longínquos planaltos e nas alturas que dominam os grandes lagos, bem por dentro do coração das trevas, seus genes são queimados entre vulcões…

… E nós mesmo estivemos e estamos por dentro desse colapso húmido, ou abrasador de lava pungente, como pequenos náufragos, clamando por nossa mãe, porventura saltando só agora do berço da própria humanidade!…

… Por vezes, houvera que ser, os pequenos náufragos, afrontarem os convulsivos tempos revoltos e revolvidos, ainda que no meio das lavras ardentes, de armas na mão!

Este será ainda um tempo transitório, doloroso, a que se habituaram e nos habituaram os europeus, sorvendo um planeta pequeno para a sua desmedida ambição transcontinental e global, em nome do lucro, da máquina e da electrónica, sepultando o cadenciar dos tambores ancestrais em cemitérios de onde não mais irão poder sair, bem fundo nas entranhas duma terra que afinal não passa dum pólen perdido no espaço sideral...

... Em África hoje o tempo ganha outra dimensão para muitas comunidades e até mesmo para muitos povos, esvaídos que estão os tempos tradicionais que como ilhas se refugiam meio envergonhados no que resta das grandes selvas, ou nos desertos mais ardentes e inóspitos do globo, que não se cansam de avançar em múltiplas direcções!...

... Em África há por isso uma dialética feita de sobressaltos constantes, por causa desse (des)compasso entre dois campos humanos com tempos culturalmente distintos e, quantas vezes, dilacerados, abissais, antagónicos, mas aspirando como  nunca a todas as vidas que lhe foram negadas e ainda hoje quantas vezes lhe são negadas!...

… Em África acelera-se a busca pelo espaço vital e pela água incontinente do interior, quando os desertos avançam com areias de soterrar o verde das paisagens e tudo isso outrossim, para que o convulsivo tempo moderno que sopra de fora, se imponha sobre a natureza, sobre os homens e sobre as mais legítimas aspirações à clarividência da vida!

… África que se arrasta desde os tempos drásticos que vão deixando de ser impenetráveis e opacos, sorvida em ventos que invadem a pele e revoltam as entranhas do tambor, como um poderoso assassino de inocentes!...

… Podemos assim confessar, ganhando fôlego, que (sobre)vivemos aos dois tempos antagónicos como muito poucos tiveram tão sensível quão palpável oportunidade de (sobre)viver, com a convicção humilde, singular, dolorosa, mas ardente, que finalmente África vai perenemente renascer e vencer o opróbrio de “Séculos de solidão”!... 

Apontamento por um livro que urge continuar a escrever…

ÁFRICA, MOTOR ECONÓMICO GLOBAL?


O continente africano pode converter-se num motor económico global na próxima década. A afirmação é de Li Yong, director geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), e está contida num artigo publicado no dia 22 de fevereiro deste ano no jornal espanhol El Pais. Mas, segundo o autor, para que isso aconteça, “a comunidade internacional tem de comprometer-se a apoiar financeiramente” a região

Yong acrescenta que o desenvolvimento de África, mediante uma industrialização rápida e responsável, é imprescindível para que o mundo atinja os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), completando assim a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.

A importância do apoio financeiro mundial para a industrialização do continente, lembra o director geral da UNIDO, foi realçada em várias conferências internacionais recentes, como a 6ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD VI), realizada em Agosto de 2016, e a cimeira do G20 en Hangzhou, China, no mês seguinte. Pela primeira vez, o G20 incluiu na sua agenda a industrialização de África e dos países menos desenvolvidos (PMD). A Agenda 2063 da União Africana também apoia este compromisso. De igual modo, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que declara o período 2016-2025 como a Terceira Década do Desenvolvimento Industrial de África.

Li Yong defende enfaticamente, no seu artigo, ser imperioso traduzir todos esses compromissos em “ações concretas e eficazes para o avanço da industrialização africana, a criação de empregos e a promoção de um crescimento e desenvolvimento sustentáveis”.

PARLAMENTO HOLANDÊS REJEITOU O EURO


MEDIA PORTUGUESES SILENCIAM PARLAMENTO HOLANDÊS

Os media corporativos portugueses, inclusive os jornais económicos, fizeram um silêncio quase sepulcral sobre a decisão do Parlamento holandês de rejeitar o Euro .

A iniciativa de propor o abandono da Eurozona coube ao maior partido da oposição. A proposta de elaborar um relatório a respeito foi aprovada por unanimidade no parlamento holandês.  

Este silêncio dos media locais diz muito quanto à qualidade da informação que administram aos portugueses. Eles fazem desinformação tanto por acção (as historietas mentirosas e diversionistas, agora chamadas de fakenews ) como por omissão.


Portugal. Futebol: ANIMAIS IRRACIONAIS AMEAÇAM ÁRBITROS E FAMILIARES


A irracionalidade de uns quantos mostra a que ponto o futebol dos milhões faz sobressair a animalidade de pacatos cidadãos em condições normais. Porque os árbitros erram (errare humanu est) nas decisões ou porque no ângulo de visão dos que assistem vêem faltas sem que considerem o ângulo de visão dos árbitros. 

Para complicar, as televisões apresentam registos em outros ângulos diferentes dos árbitros e mostram que realmente era penalti (por exemplo), só que na posição do árbitro essa falta não é visível e não é marcada. Tomada de consideração pela posição do árbitro e dos jogadores, associada ao ângulo de visão do juiz de campo, somada a tolerância, é o que falta nos que assistem aos encontros de futebol – que é aquilo que estamos a abordar de nossa lavra e em abertura ao artigo que se segue, ilustrativo da irracionalidade que demonstra que também homens e mulheres são animais irracionais quando as situações assim se proporcionam.

Ainda mais irracional é fora de campo, depois das iras de momento passarem, ameaçarem os árbitros de represálias contra eles e/ou familiares. É na verdade um ato criminoso, desprovido de racionalidade. Próprio de mentes criminosas que merecem estar enjauladas em vez de se passearem e viverem em comunidade. Pensem nisso. Pensem também que o desporto só é são quando prevalece a sanidade mental, dos jogadores e daqueles(as) que assistem e apoiam as suas equipas. Isto vale em qualquer modalidade desportiva como em tudo na vida. Sermos pessoas, humanos e racionais, civilizados, é o que nos diferencia dos animais. (MM / PG)

Portugal. Offshores: "Paulo Núncio ou está a dar peito às balas ou empolou a função que tinha"




Manuela Ferreira Leite comentou esta quinta-feira, na antena da TVI24, a polémica em torno da não publicação de dados relativos à saída de cerca de 10 mil milhões de euros para paraísos fiscais.

A antiga ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, acredita que a questão das transferências não publicitadas de 10 mil milhões de euros para offshores ainda carece de explicação. Uma das questões que a comentadora aponta como confusa é a ligação entre a não publicação dos dados e a fiscalização por parte da Autoridade Tributária.

“O que é que tem uma coisa a ver com a outra? Porque é que se está a ligar no mesmo problema a publicitação [das operações] – um problema quase de natureza estatística – com a falta de controlo por parte da Autoridade Tributária?”, inquiriu.

“Não me parece que a Autoridade Tributária só possa controlar se foi publicitado para efeitos estatísticos”, acrescentou.

Portugal. OFFSHORES: AS FUGAS DE CAPITAIS SÃO POR CULPA DAS EMPREGADAS DA LIMPEZA


No jornal Expresso e outros podemos ler que do BES saíram milhares de milhões de euros para paraísos fiscais, a informação faz manchete no Jornal Económico, a fonte. No Expresso tem o título: "Offshores. Mais de metade dos 10 mil milhões transferidos saíram do BES", para os que quiserem ler sobre o auge do banditismo do tal sujeito e afins a que chamam DDT (dono disto tudo), parece que um arraçado de Al Capone rodeado de outros afilhados. Um e outros dignos de Dom Corleone, o tal da máfia de lá de fora. Estes são portugueses, em Portugal. O prémio deles é a impunidade. Cá estaremos para ver.

Ainda no Jornal Económico os offshores dão o litro e são notícia. Desta feita sobre técnicos da Autoridade Tributária (autoridade?). Estão a ser investigados por uma enorme quantidade de “fundos” passaram ao lado do controlo. Oh, pois, foi sem querer. Oh, pois, foi uma falha. E quem é que acredita nisso? Ora vão lá ver o património desta cambada toda que é para acreditarmos. Não vale fazer pagar o justo pelo vígaro mas temos de saber tudinho de fio a pavio e a corja, porque existe algures, deve ser passada a pente fino.

Como nas novelas de cordel pode muito bem acontecer que a conclusão seja só uma nestes meadros dos offshores e dos milhares de milhões que voam sem controlo: as fugas de capitais são por culpa das empregadas da limpeza. Pois. (MM / PG)

Offshores: técnicos da AT investigados

A Inspeção Geral de Finanças (IGF) está a investigar, a pedido do Ministério das Finanças, a enorme quantidade de fundos que passou ao lado do controlo da Autoridade Tributária (AT).

O Jornal Económico sabe que na mira da IGF estão os funcionários dos sistemas de informação para apurar se houve alguma actividade ilícita ou pouco diligente que esteja na base dos problemas nos procedimentos e nos mecanismos informáticos que levaram a que os dados das transferências entregues pelos bancos (declarações do Modelo 38) não tivessem ido correctamente extraídos para o sistema central da AT.

TIMOR-LESTE CATIVA… MAS HÁ MAIS MUNDO NO MUNDO


Invocar o nome de deuses até acontece com os hereges, logo mais em baixo irão entender. Por isso não pomos mais na escrita. Da guerra e da paz no mundo ou em Portugal são feitas as notícias. E também de eleições, em Timor-Leste. Esta é a nossa abordagem ao Expresso Curto, por Ricardo Marques, trabalhador por conta do tio Balsemão/Impresa – que é diferente desse tio Bilderberg que está para durar.

Expresso Curto depois do almoço cai muito bem, principalmente se almoçou à portuguesa farta. Se for acompanhado de um bom digestivo, então, é ouro sobre azul. Já sabe que para isso, dependendo de onde vai almoçar, pode preparar 20 a 25 euros… E não é nada demais. Poderá ser é demasiado para si. Alegre-se, há uns quantos privilegiados para quem isso são trocos. A maioria nem sequer ganha isso por cada dia de trabalho no duro. É assim, é a democracia deles. Pronto, tomem lá que já almoçaram, provavelmente uma barrigada de fome made in os que nos tramam.

Sem delongas é bem fazer aqui ressaltar as eleições presidenciais em Timor-Leste. Começou há horas a campanha eleitoral. São 8 candidatos. O vencedor é o candidato apoiado por Xanana Gusmão (nunca falhou). O felizardo, desta vez, é Lu Olo, atual dirigente da Fretilin. Da Fretilin? Interrogam os mais desatualizados. Sim, é verdade. Xanana e a Fretilin voltaram a ser unha com carne, ou os tim-tins. Andam sempre juntos. “Tão amigos que nós somos.” Cantam. Ou se cantassem diria a gota com a perdigota.

Este período eleitoral para a Presidência da RDTL vai ser morno, prevê-se. E oxalá que não haja confrontações e complicações provocadas por uns quantos rapazolas das chamadas artes marciais. “Tenham juízo, rapaziada”. Apetece dizer. Eles até são bons tipos mas de vez em quando parece que se “passam dos carretos” e só fazem trampa… por nada. Que coisa!

Sabem, Timor-Leste, está em alta no índice asiático do exercício da democracia. Assim afirmam organizações internacionais. Bem, mas não consideraram a corrupção existente, a fome ou desnutrição avantajada, nem aquilo que lá é chamado Pensão Vitalícia para os políticos – deputados e outros cargos dessa índole. Curioso, aquilo é de cota elevada de democracia mas a maioria dos timorenses são contra a Pensão Vitalícia. E no Parlamento os deputados vão arrastando a durabilidade da dita pensão que os torna exclusivistas e detentores de garantias da velhice com somas exorbitantes para a maioria dos cidadãos de lá. Haverá no interior do país muitos timorenses que na vida não ganharão o que um deputado ganha num ano com aquela Pensão Vitalícia. Ou seja: a maioria dos timorenses estão tramados. Injustamente tramados porque a igualdade é só treta. Faça-se notar que há duas semanas, mais coisa menos coisa, os partidos no Parlamento deram um ar de sua graça e aprovaram uma maquilhagem na tal dita pensão. Uns pós aqui e outros ali… Tudo fizeram para nunca ficarem a perder e assim manterem a vantagem injusta relativamente aos outros cidadãos… É, minha gente! Nada de mais. Em Portugal e em todo o mundo é assim. Os diretamente interessados legislam a seu favor e abusam que se fartam. É a vida. Não é a democracia.

Já vai longa esta conversa. Timor-Leste cativa, até nas prosas. E tanto que havia para escrever.

Basta. Apesar de Timor-Leste cativar, basta. Há mais mundo no mundo e disso trata o Expresso Curto, a seguir. Por hoje já chega de jogar com as letras e compor palavras. Daqui, da parte do PG, é tudo.

Tome lá o seu expresso curtinho… Parece que não, pois já está aí com umas seis laudas ou mais. Olhem, paciência. Disso é que precisam para ler isto tudo. Não esqueçam, usem a cabeça. Melhor dito: usem o cérebro. Até porque não dói nada. Deixem-se de ser uns “Maria-vai-com-as-outras”. A manipulação é inimiga da inteligência  e de muito mais coisas. É nossa inimiga. Ponham-se a pau. – MM / PG

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