segunda-feira, 10 de abril de 2017

A ÚLTIMA ENTREVISTA DE PASSOS COELHO


Alexandra Gonçalves *

Não será bem a última, mas podia ser. Passos Coelho já não um líder desesperado, é um líder derrotado, que tudo faz para esconder a sua derrota, agarrando-se à questão da Caixa Geral de Depósitos, procurando acusar o Governo de ter cometido erros, esquecendo-se, naturalmente, da acção do seu próprio Executivo. Pelo meio encetou tentativas de reconhecimento da existência de aspectos positivos que se prendem com a actual governação, procurando fazer esquecer as ânsias pelo Diabo, mas sem que conseguisse evitar um horrível cheiro a falsidade.

Sem uma ideia que não passe pela austeridade em doses cavalares, perdido num tempo em que essa austeridade, pelo menos nas doses que ele próprio apregoa, não colhe nem entre os portugueses, nem sequer pelas instituições europeias, pelo menos com a intensidade do passado, o antigo primeiro-ministro resiste.

Passos Coelho demonstrou, uma vez mais, que não tem nada para oferecer, como na verdade nunca teve. Confrontado com a prestação positiva do actual Executivo de António Costa, o ainda líder do PSD vê o seu pobre discurso inexoravelmente ultrapassado pela realidade.

SÍRIA, DO ATAQUE AÉREO QUÍMICO À RETALIAÇÃO NORTE-AMERICANA: BREVE ANÁLISE




O presidente norte-americano Donald Trump considerou o eventual ataque químico na Síria como a “linha vermelha” para “acolher”, sem possíveis e imediatas retaliações, o que se pass(ava)ou no país deBashar al-Assad.

Recorde-se que há cerca de 4 dias ocorreu um eventual ataque aéreo, à localidade síria de Khan Sheikhoun (Idlib), controlada pelos rebeldes sírios, com produtos químicos (especulou-se, eventualmente, gás sarin???!!!), tendo provocado várias largas dezenas de vítimas, entre feridas e mortas, entre elas, crianças.

Como se sabe, Trump terá dado ordens à marinha norte-americana para atacar, ontem, uma base aérea de Al-Shaayrate, (em Homs, norte da Síria)de onde, supostamente, teriam partido os ataques com armas químicas, bombardeando-a com misseis, de médio-longo alcance e grande precisão, Tomahawk.

Pelas imagens logo se verificou que se a ideia era torná-la inoperacional, saltavam à vista a presença de 3 ou 4 aviões de caças Sukhoi (pelo menos pareciam) intactos. O comunicado russo, lido por um porta-vos oficial,  disso deu logo a entender, ainda que admita terem sido destruídos alguns aparelhos, além de contestar o ataque como sendo perigoso, como apresença de um navio russo nos limites dos barcos norte-americano o comprovam, o governo russo acrescentou que o ataque. além de um"pretexto" para "agredir" a Síria, foi, também ele, uma violação do Direito Internacional (recorde-se que o ataque norte-americano ocorreu sem a chancela da ONU, dado que o Conselho de Segurança da ONU ainda está a negociar os termos da condenação do ataque químico).

VOLTA NIXON, ESTÁS PERDOADO


O acto de coscuvilhar a vida alheia banalizou-se tanto como tirar selfies. Por que raio o cidadão Trump – embora sendo mais cidadão do que os outros – haveria de ser excepção se excepção não foram, por exemplo, a Senhora Merkel, a legítima presidenta Dilma e outros amigos, aliados, inimigos e assim-assim?

José Goulão | AbrilAbril, opinião

pesar de todos os desmentidos e das mil e uma juras de inocência, parece estar hoje confirmado que as agências de espionagem norte-americanas, então sob as ordens da Administração Obama, escutaram as conversas e esmiuçaram a vida do candidato presidencial Donald Trump e sua gente, procurando tirar proveitos eleitorais em favor da candidata Clinton.

É verdade que, tendo em conta a realidade dos tempos modernos e o folclore circense em que se transformaram a política de Washington e o seu proclamado respeito pelos direitos dos cidadãos, haver espantação e especulação em torno de tal assunto é facto merecedor de registo.

Ao longo das décadas mais recentes acumularam-se as evidências de que os presidentes norte-americanos e as NSA's, CIA’s e FBI’s, mais os Google’s e Yahoo’s ao serviço do tentacular aparelho administrativo imperial de devassa, espiolharam a vida de toda a gente em todo o mundo recorrendo à infernal parafernália tecnológica e intrusiva de que foram dotados.

ISRAEL APROVA LEI CONTRA "CONSTRUÇÃO ILEGAL" DOS PALESTINIANOS


O Parlamento israelita aprovou, na semana passada, legislação contra as «construções ilegais» – uma lei que foi alvo de fortes críticas e denunciada como «discriminatória», uma vez que visa atingir as comunidades palestinianas e árabes em Israel.

A «Lei Kaminitz» – assim conhecida porque o vice-procurador-geral Erez Kaminitz é autor do relatório que está na sua base – foi aprovada no Knesset, na semana passada, com 43 votos a favor e 33 contra.

A nova legislação, que aumenta de dois para três anos a pena máxima de prisão para os condenados por construírem sem autorização, eleva o valor das multas e reduz os poderes dos tribunais para adiar a data das ordens de demolição, irá aplicar-se também aos 300 mil palestinianos que residem em Jerusalém Oriental ocupada, segundo informa a PressTV.

O deputado druso israelita Abdullah Abu Ma'aruf acusou Netanyahu de tentar «agradar à direita a qualquer custo e à custa dos árabes», tendo acrescentado que a lei ameaça «50 mil casas árabes em que vivem centenas de milhares de pessoas».

LEIS E JUÍZES FASCISTAS NA JUSTIÇA, É POSSÍVEL. CAVACO FOI PIDE E DEPOIS PM E PR


Os fascistas ainda andam por aí. E hão-de andar. Pior é se ocupam cargos que podem influir nas decisões de setores importantes da sociedade, da justiça, do parlamentarismo, do legislativo, da democracia. E isso acontece. Há leis fascistas que ainda estão em vigor. Acontece em Espanha, em Portugal, por esse mundo fora. Em regimes que falsamente se arrogam de democráticos (ma non tropo).

Tanto assim acontece que Nuno Ramos de Almeida, no jornal i, trás à baila o exemplo de Espanha, de um juiz em Espanha que considera vítima um carniceiro franquista, um assassino de mãos dadas com o fascista e ditador Franco. Pelo visto o juiz sentiu na pele a democratização (assim-assim) do regime espanhol, e vai daí condena a prisão uma jovem espanhola por sentir gáudio por num atentado da ETA no período franquista o general - de estimação do ditador - Carrero Blanco ter sido posto a “voar” dentro da sua viatura através de uma explosão perpetrada pela ETA. Estava então Espanha em absoluto regime franco-fascista. Regime que perdurava devido a Franco estar rodeado de generais e outros que eram acirradamente fascistas, lamentavelmente torcionários, assassinos. Eis a justiça naquilo a que chamam democracia. Considerar vítima um general fascista que foi cúmplice no assassinato de milhares de espanhóis. Esses sim, vítimas de fascistas como Carrero Blanco.

Não julguemos que tal só pode acontecer fora das fronteiras de Portugal, como em Espanha. Tal pode muito bem acontecer neste país de uns poucos que controlam e exploram milhões de portugueses – a exemplo das elites pelo resto do mundo. Aliás, se assim não fosse nunca teria sido possível Portugal ter por presidente da República um colaboragor da polícia política fascista conhecida por PIDE, depois DGS. E foi, foi possível, Cavaço Silva. E então qual a impossibilidade de no setor da justiça, em Portugal, ainda existirem juízes arraçados de Salazar, que um dia condenem alguém que no Tweeter ou no Facebook façam gáudio ou humor negro pela queda da cadeira de Salazar, que felizmente o levou à morte – se é que o malvado não estaria já morto como ser humano e só a sua carcaça de ditador fascista permanece-se movível dando a perspetiva errada de que estava vivo. Salazar, ser humano? Apesar das torturas e dos assassinatos que tem no cardápio? Em "continuar a ler" saberá mais. (MM / PG)

ATENTADOS, GUERRA E INSEGURANÇA, MAS PORQUÊ?


Expresso Curto, por Martim Silva, que está deveras preocupado, como todos nós. Abre ele a cafeína de hoje com atentados, guerra, insegurança… E o mais que vier. Nada de bom. Só desgraças. Pois é, as pessoas estão mesmo revoltadas e fanatizam-se na violência. Pagam da mesma moeda. As sociedades refletem os seus líderes. Lideres de merda produzem sociedades de merda. Economias de casino produzem batoteiros. Desrespeito pelos direitos humanos e outros direitos básicos das sociedades produzem revoltas, ódios, xenofobias, racismos. E assim sucessivamente. E o mal é global. A continuar assim vai desembocar em a humanidade andar toda à porrada. Pagam os que estão mais perto e mais acessíveis, os povos. Os lideres, aqueles líderes de trampa, estão longe, inacessíveis, com segurança armada até aos dentes, protegida dos que lhes querem chegar a roupa ao pêlo mas não conseguem. E depois, mesmo que conseguissem chegar a um ou outro dos que engrossam o grupo dos líderes de merda essa não seria a solução. Há sempre aqueles que estão dispostos a substitui-los e por vezes ainda são mais merdosos. Estamos tramados, estamos feitos. O Martim Silva, preocupado, pode deixar este stresse e fazer o melhor que pode (se é que não faz) quando vota. Votar em quem? Perguntará. Perguntarão. Pois. Isso é que é um grande problema. É que estes líderes que são eleitos não cheiram a merda porque se encharcam em perfumes para nos enganarem. Olhem, votem na paz, na justiça, na democracia de facto, nos direitos inalienáveis que são intrínsecos ao bem-estar das populações, à abolição da exploração de uns quantos homens(?) a milhões de homens, mulheres e crianças… Enfim, na ganância é que não. E então como é que isso se faz? Como se consegue tal proeza? Pois. Não sabemos. Ou será que até sabemos mas que temos medo? Ah, pois. Em Portugal, no 25 de Abril de 1974, eles até se borraram todos… Mas agora já estão aí todos, e os filhos, e os primos, e outros que tais. Então, sabemos ou não sabemos como é que isso se faz? Pois.

Vá, sigam para o Curto e coisas úteis entre “conversas” da treta com recheios Bilderberg. Bom dia tio Balsemão, como vai hoje essa sua peculiar ganância?  Como de costume? Pois, já se sabe. Saúdinha… (MM / PG)

PORQUE OS PARAÍSOS FISCAIS NÃO SÃO INVENCÍVEIS


Um ano após o escândalo dos Panamá Papers, surgem propostas concretas para impedir que as megacorporações e os super-ricos continuem praticando sonegação internacional sistemática. Haverá vontade política?

Grazielle David, do Inesc | Outras Palavras

Para marcar o primeiro aniversário do Panamá Papers, escândalo relacionado com paraísos fiscais, organizações e movimentos do mundo todo articuladas por meio da Campanha Multinacionais paguem o justo organizaram nesta semana uma ação global pelo fim dos paraísos fiscais.

Um paraíso fiscal é um país ou território que tem sigilo bancário quase absoluto, baixa ou nenhuma tributação e que permite que corporações e pessoas muito ricas se utilizem de artifícios como elisão e evasão fiscal para pagarem menos impostos, por meio da transferência de renda ou ativos de um determinado país para o paraíso fiscal.

A elisão fiscal, apesar de não ser ilegal, é imoral. Ocorre por meio de um planejamento tributário agressivo, fazendo uso de brechas nas leis para dar vantagens indevidas às empresas, com o apoio de consultorias, especialmente de escritórios de Direito Tributário, que costumam cobrar grandes valores pela assessoria. Já a evasão ou sonegação fiscal é crime e consiste em realizar procedimentos que violam a lei ou um regulamento tributário com o objetivo de suprimir ou reduzir tributos.

Os paraísos fiscais são hoje um dos principais instrumentos para que corporações multinacionais e os super-ricos evitem e soneguem parte do que devem em tributos. Isso resulta em menos recursos para os países onde esses tributos deixam de ser pagos. Com o orçamento reduzido devido à sonegação e evasão fiscais, os países ficam limitados em sua capacidade de financiamento de políticas e serviços públicos essenciais, que promovem direitos e cidadania.

ALEIXEY NAVALNY, O DEMOCRATA RUSSO MADE IN USA


Manlio Dinucci*

Um policial arromba a porta de uma casa com um um porrete, outro entra com a pistola apontada e criva de balas um homem que, ao despertar sobressaltado, agarra um taco de basebol, enquanto outros policiais apontam armas para um menino que já está com as mãos para o alto: trata-se de uma cena de habitual violência “legal” nos Estados Unidos, documentada há uma semana com imagens de vídeo pelo New York Times, que fala do “rastro de sangue” dessa “perseguição” efetuada por um ex-militar recrutado pela polícia, com as mesmas técnicas de ataque aplicadas no Afeganistão e no Iraque.

Isto a nossa grande mídia não mostra, a mesma que publica nas primeiras páginas notícias sobre a polícia russa prendendo Aliexey Navalni em Moscou por realizar manifestações não autorizadas. Uma “afronta aos valores democráticos fundamentais”, define o Departamento de Estado dos EUA, que exige firmemente sua imediata soltura e a de outros que foram presos. Também Federica Mogherini, alta representante da política externa da União Europeia, condena o governo russo porque “impede o exercício das liberdades fundamentais de expressão, associação e reunião pacífica”.

Todos unidos, portanto, na nova campanha lançada contra a Rússia com os tons típicos da guerra fria, apoiando o novo paladino dos “valores democráticosi».

Quem é Aleixey Navalny? Como se lê em seu perfil oficial, foi formado na universdade estadunidense de Yale como “fellow” (membro selecionado) do “Greenberg World Fellows Program”, um programa criado em 2002 para o qual são selecionados todo ano em escala mundial apenas 16 pessoas com características para se tornar “líderes globais”. Estes fazem parte de uma rede de “líderes empenhados globalmente para tornar o mundo um lugar melhor”, composta atualmente de 291 “fellows” de 87 países, todos em contato entre si e conectados com o centro estadunidense de Yale.

ESTAMOS DIANTE DA III GUERRA MUNDIAL?


Entrevista concedida pelo Prof. Dr. André Martin ao CEM, realizada por Jean A. Carvalho.

- Qual o significado geopolítico de Trump? Ele é uma novidade ou “mais do mesmo”?

Trump aparece como grande novidade, mas já se percebe que ele sofre muita oposição interna daqueles que até agora dominaram os EUA. Enfrentar o Deep State (as forças do globalismo e o capital financeiro) é difícil, e parece que ele tem cedido um pouco.

- Quais os possíveis impactos do recente ataque dos EUA, ordenado por Trump, à base militar síria?

Essa foi uma ação um pouco precipitada, pois não há planejamento de seqüência. De que lado os EUA ficarão? Quem mais comemorou esse ataque dos EUA foi o Estado Islâmico. Os EUA ficarão do lado do EI? Foi um ato impensado. Mais voltado para a política doméstica do que para a política externa, propriamente.

- Como a Rússia deve reagir ao ataque?

Deve agir com firmeza e cautela. A ação dos EUA foi totalmente unilateral e deve ser condenada, porque fere toda a lei internacional. Há de se esperar os próximos passos dos Estados unidos, porque as coisas não mudaram muito do ponto de vista do campo de ação na Síria. É preciso haver mais firmeza na condenação diplomática deste ato impensado e inconseqüente. Em termos militares, não muda muita coisa, mas a grande “vitória” foi ter feito com que Trump cedesse, “mudando de lado” por meio de uma operação false-flag. Uma pergunta que não ouvi ninguém fazer é: que sentido haveria para o governo sírio usar as armas químicas contra sua própria população à beira da vitória na guerra? Isso só justificaria a ação americana e prejudicaria o próprio governo sírio.

Dias atrás, as forças aéreas americana e inglesa mataram centenas de civis em Mosul, no Iraque. Houve alguma indignação em relação a isso? Isso forçou o Exército Iraquiano a interromper a tomada de Mosul, o que significa que os EUA estão objetivamente ao lado do Estado Islâmico. Essas duas operações, no Iraque e na Síria, só favorecem o Estado Islâmico.

Frota dos EUA Enviada às Águas Norte-Coreanas Fará uma Manobra "Sem Precedentes"


Washington mobiliza um grupo de ataque e o porta-aviões USS Carl Vinson, da Terceira Frota do Pacífico, em um feito qualificado "sem precedentes" desde a Segunda Guerra Mundial.

Os EUA decidiram enviar neste domingo parte de sua frota de ataque, liderada pelo porta-aviões USS Carl Vinson, às água da península coreana, em uma manobra "sem precedentes" desde a Segunda Guerra Mundial, aponta o site Defense News.

A Armada americana no oceano Pacífico se divide em duas: a Sétima Frota, a qual se encontra ancorada no Japão, e a Terceira Frota, ancorada em San Diego (Califórnia, EUA), a qual conta com o USS Carl Vinson. Em caso de necessidade, Washington pode ordenar que a Terceira Frota se desloque à zona ocidental do Pacífico para apoiar as operações da Terceira Frota, entrando esta última em formação e controle da Terceira Frota.

Segundo dados dos meios de comunicação americanos, esta manobra se assemelha ao plano de ação que os EUA redigiu em 2015 sobre o deslocamento de efetivos de sua Armada em caso de conflito armado contra um país como a Coreia do Norte.

Por sua parte, o chefe do Comitê de Defesa do Senado russo, Víktor Ozerov, afirma que o envio de forças de combate da Armada dos EUA às costas da península coreana poderia provocar uma reação violenta por parte de Pyongyang, embora não seja de excluir que os EUA possam antecipar-se a tal ataque.


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