sábado, 10 de junho de 2017

DIA DE PORTUGAL, POIS… | A reserva de soberania e o futuro de Portugal



A União Europeia não é um mero prosseguimento da CEE sob outro nome. A União é algo de novo, e o seu estabelecimento, em 1992, com a ratificação do tratado de Maastricht, representou um corte em relação ao que tinha sido até aí a evolução da integração europeia ocidental pós-II Guerra Mundial.

João Ferreira do Amaral*

1. O modelo federal-neoliberal europeu

Comemora-se este mês o 60.º aniversário do Tratado de Roma. Ou, como muitos acrescentam, os 60 anos da União Europeia, anteriormente designada como Comunidade Económica Europeia (CEE).

Nada mais errado que este acrescento. De facto, a União Europeia não é um mero prosseguimento da CEE sob outro nome. A União é algo de novo, e o seu estabelecimento, em 1992, com a ratificação do tratado de Maastricht, representou um corte em relação ao que tinha sido até aí a evolução da integração europeia ocidental pós-II Guerra Mundial. Por isso, mais do que a comemoração dos 60 anos da CEE, o que deveríamos estar a assinalar (não a comemorar) são os 25 anos do Tratado de Maastricht.

Foi a partir deste tratado que a União entrou numa via federalista induzida pelo objectivo do alargamento do mercado tanto no que respeita ao mercado interno europeu como no que decorre do avanço da globalização económica e financeira que, surgida ainda nos anos oitenta se acelerou fortemente nos anos noventa do século passado.

A via federalista assentou em primeiro lugar na criação do euro, que será efectivada em 1999 e desenvolver-se-á mais tarde, em 2009, com o chamado Tratado de Lisboa, que instituiu uma união estranha, uma espécie de pseudo federalismo subordinado a um Estado – a Alemanha –, por vezes acompanhado por um parceiro menor – a França.

Este caminho que as instituições europeias seguiram não foi mais que uma forma de prosseguir o alargamento dos mercados e de forçar uma suposta adaptação à globalização, transferindo todo o impacte desta sobre o factor trabalho, seja a nível dos salários e direitos sociais, seja ao nível do emprego.

De facto, as instituições de Maastricht, em particular no que respeita às instituições da União Económica e Monetária, estabeleceram a obrigatoriedade de serem seguidas, por parte do Banco Central Europeu, políticas monetárias ultraconservadoras e, por parte dos governos, políticas orçamentais restritivas. A combinação destas duas exigências tem como consequência que todo o ajustamento macroeconómico assenta necessariamente sobre o emprego e/ou os salários e direitos sociais. Não é, pois, de estranhar que a zona euro seja, desde a sua criação, a zona de maior desemprego a nível mundial e que o peso dos salários no rendimento nacional tenha vindo a reduzir-se ao mesmo tempo que as desigualdades se acentuaram.

A imposição deste pensamento único por parte das instituições de Maastricht exigiu uma perda de soberania dos estados-membros, de modo a que estes não dispusessem de autonomia para decidir sobre as políticas de estabilização económica que pretendessem seguir. O federalismo foi assim um instrumento muito eficaz para forçar os estados a seguir políticas macroeconómicas neoliberais, consideradas pelas propaganda necessárias para reduzir os direitos sociais e os salários no espaço europeu, única forma – dizia-se – de a Europa se poder adaptar à globalização.

Mas não se ficou pelas políticas macroeconómicas a imposição do modelo federal-neoliberal. A política europeia de concorrência e de ajudas de Estado foi reforçada e a jurisprudência do Tribunal de Justiça veio a revelar-se marcadamente ideológica, também ela subordinada à visão neoliberal do primado do mercado, forçando os tratados e impondo uma visão muito restritiva da intervenção do Estado na economia, com o fito, mais uma vez, de potenciar o alargamento de mercado em prejuízo de todos os outros valores. Em vez de perseguir as práticas discriminatórias – entre naturais dos diversos estados – que possam decorrer da política económica, o que é justificado quando existe um processo de integração e que era a sua tradição, o tribunal tornou-se principalmente, sem qualquer base nos tratados, um perseguidor da intervenção estatal na economia.

O modelo federal-neoliberal iniciado com Maastricht cumpriu durante algum tempo o papel para que tinha sido criado. Foi inclusivamente aprofundado pelo Tratado de Lisboa e pelo infame Tratado Orçamental que se lhe seguiu. Mas, quando este entrou em vigor (2013), já o modelo estava em crise. Crise que se transformou numa crise profunda da União e que justifica que se encarem todas as opções para o futuro da cooperação europeia.

2. A reserva de soberania e uma nova cooperação europeia

A cooperação europeia é essencial, uma vez que existem certos interesses comuns colectivos na Europa que exigem uma gestão baseada na cooperação entre estados. Por isso, é perfeitamente aceitável que os estados acordem em respeitar determinadas regras comuns para prosseguirem da melhor forma esses interesses comuns colectivos. Mas tal tem de ter um limite. Esse limite é o da reserva de soberania que cada Estado-membro tem de manter para prosseguir os seus interesses nacionais e não ficar sujeito ao pensamento único nem aos interesses de outros estados.

Ora, o que sucedeu desde Maastricht é que essa reserva de soberania foi violada e os estados, em particular os de menor dimensão, ficaram sem a autonomia suficiente para poderem prosseguir os seus interesses.

Por isso, o passo fundamental para a criação de uma nova união ou para a reforma drástica da actual é repor a reserva de soberania no essencial do que existia antes de 1992. E nesse aspecto a soberania monetária é a fundamental.

Basta ver o que um país perde quando cede a sua soberania monetária, como foi o caso de Portugal quando aderiu ao euro, para verificar como não pode haver sustentabilidade para um país como membro respeitado da comunidade internacional se não dispuser da sua soberania monetária. Recordemos os poderes soberanos que o País perdeu com a entrada no euro.

Perdemos:

– instrumentos essenciais da política económica (política monetária e cambial);

– autonomia do Estado em relação aos mercados financeiros e às agências de rating;

–  autonomia das decisões orçamentais e com isso grande parte da soberania em geral;

– controlo do sistema financeiro por ter deixado de existir um prestamista de última instância nacional (função anteriormente exercida pelo Banco de Portugal);

– possibilidades de o Estado controlar sectores essenciais para a independência nacional.

A pertença ao euro – um dos maiores desastres da nossa história – tem de ser revertida como primeiro passo fundamental para repor a reserva de soberania. Por isso, é urgente que a nova união defina um conjunto de procedimentos para a saída de um país da zona euro.

Por outro lado, essa nova união deve assentar num tratado que substitua o modelo federal-neoliberal e que respeite sem subterfúgios a reserva de soberania de cada Estado.

A questão da reserva de soberania é nos tempos actuais a mais importante que o País tem de enfrentar. Nela se joga a possibilidade de Portugal continuar a existir.

*AbrilAbril, em opinião, Março de 2017

Foto: Cerimónia de assinatura do Tratado de Maastricht. Da esquerda para a direita, Egon Klepsch (presidente do Parlamento Europeu), Cavaco Silva, Jacques Delores (presidente da Comissão Europeia) e Ruud Lubbers (primeiro-ministro holandês). 7 de Fevereiro de 1992Créditos/ EPA

SIC BILDERBERG | A ESTRONDOSA QUEDA DA MÁSCARA DE JOSÉ GOMES FERREIRA - vídeo





A novidade que já não era. Assim se pode considerar o desmascarar de José Gomes Ferreira, jornalista-entrevistador da SIC, populista desmesurado com laivos de um neoliberalismo doentio e comprovadamente prejudicial, bem ao estilo das políticas de debulho dos portugueses(as) levadas até à exaustão pelo governo de Passos Coelho e de Paulo Portas, assim como da atual dirigente do CDS, Assunção Cristas, então também ministra.

Do Jornal Tornado foi retirado o presente vídeo. Era suposto Ferreira entrevistar António Costa, primeiro-ministro, mas a “sessão” deu para o torto, ficando transparente e visível a olho nu a estrondosa queda da máscara do suposto entrevistador (isento), José Gomes Ferreira, da SIC. Eles lá sabem a quem servem.

MM | PG

José – Saco de Pancada – Gomes Ferreira

O penoso confronto entre José Gomes Ferreira e António Costa e a reacção aos momentos mais chocantes.

As imagens que se seguem podem ferir a sensibilidade dos espectadores mais sensíveis.

Partilha com origem no Jornal Tornado, da autoria de Luís Vargas em Vimeo.

Nota em Tornado: Reproduzimos este vídeo de Luís Vargas, ao abrigo de um acordo de cooperação Geringonça / Tornado

DIA DE PORTUGAL | MARCELO, BEM COM DEUS E COM O DIABO



Do Diário de Notícias selecionámos prosa acerca do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Este ano as comemorações vão acontecer no Porto. Marcelo, o presidente da República, vai presidir às comemorações. Já ontem estava no Porto e passeava nos arraiais dos santos populares. Na peça pode saber isso e mais.

O título da notícia do DN teve a particularidade de transportar-nos para um termo bastante popular. Diz o título que "Marcelo é o presidente de todos nós, dos ricos e dos pobres", inserido naquilo que popularmente vão dizendo do PR. Daí vir à memória o adágio também popular: “Está bem com Deus e com o Diabo”. E isso, essa predisposição de certas e incertas pessoas, define-se tantas vezes como hipocrisia…

Marcelo é popular, tem exercido pela positiva muito daquilo que envolve o cargo de PR. É indesmentível. Mas Marcelo é como o leão de uma publicidade que outrora foi marcante, relacionada com a Peugeot: “mostra a sua raça”. Ou seja, tem tiques de berço e condecora quem não merece mas possui estatuto privelegiado. No caso condecorou o famigerado dono e esclavagista, detentor do grupo Jerónimo Martins, do Pingo Doce e o mais que vier: Soares dos Santos.

Condecorou tal ser atafulhado em lucros e fortuna porquê? Por ser um exemplar esclavagista? Basta ler jornais para sabermos que o exercício do tratante em relação aos seus trabalhadores é semelhante ao da era esclavagista. Terá tal espécie abusivamente exploradora sido condecorado por ser um patriota? Um patriota que retirou de Portugal a possibilidade de contribuir com impostos dos seus lucros ao mudar-se para um país de leste e o mais que não se sabe? Um patriota, português? Mas como, se a pátria de Soares dos Santos é numa cidade chamada Ganância situada no país do Cifrão?

Dia de Portugal, nunca dia dos da laia de Soares dos Santos, bajulados por um PR que mostrou estar bem com Deus mas também com o Diabo. Neste exemplo um diabo chamado Soares dos Santos. E hoje, quem se segue da mesma espécie ou semelhante?

E porque não condecora, Marcelo e outros, os portugueses que por vivências e laborações patrióticas e relevantes na realidade trabalham ou trabalharam no duro e são ou foram criminosamente explorados? O Zé Calceteiro, o Carlos Pedreiro, o Titónio dos Esgotos, o Amadeu Faz Pontes, o Ceareiro, a Ermelinda Apanha Tomates e Afins, o Lecas Pescador...

Recorde-se que Cavaco condecorou num dia destes, Dia de Portugal, o estilista da Dona Maria, tal era a “pedra” com que exerceu a presidência.

O que se esperaria de Marcelo era outro estilo e exercício de presidência. Verdadeiramente democrático, justo. Até no que toca a condecorações. Certo é que também poderia facilmente acontecer que Marcelo fosse condecorar um qualquer trabalhador esforçado, pedreiro, por exemplo, que ao ser condecorado lhe dissesse que preferia algo para comer porque a sua reforma de miséria não chegava para casa, água, luz, gás, transportes, medicamentos, ajudar filhos desempregados, os netos e etc.

É mesmo verdade, “O leão mostra a sua raça”. Seja ou não Dia de Portugal.

Está convidado(a) para ler a peça do DN.

MM | PG

ENTREVISTA | “Literatura moçambicana não deve continuar ignorada pelo mundo”



Vanessa Riambau é doutorada em estudos literários e o seu campo de estudo inclui a escrita moçambicana. Nesta entrevista, a brasileira considera que Moçambique tem potencial literário e que o que deve acontecer é expor-se ao mundo, sem permitir que factores externos ditem quem são os autores a serem publicados.  

Co-organizou o livro “Letras na poesia, versos universitários”. Como é que esses versos actuam ou configuram-se em livro?

Sou professora universitária, e procuro desenvolver com os alunos um trabalho de incentivo à poesia. Inclusive, tenho grupo de declamadores exactamente com o propósito de dessacralizar a poesia. Nesse sentido, para incentivar os alunos que são poetas, organizei o livro com uma antologia de versos dos próprios alunos. E foi um trabalho gratificante.

A ideia foi produzir poetas ou dar voz aos poetas em potência?

Produzir poetas não, que não se produzem, pelo menos, bons poetas. A ideia foi mesmo essa de dar voz aos poetas que já existem e permitir que eles apareçam com mais visibilidade.

Discutiu “Abordagens literárias entre Moçambique e Brasil”, na AEMO. Como é que descreve a relação dos países, agora, do ponto de vista literário?

De certa forma, Brasil incentivou muito a Moçambique no período da afirmação nacionalista, no período da Poesia de Combate. Os poetas de cá foram beber da fonte dos poetas modernistas brasileiros. Por isso, hoje não há um moçambicano com quem fale e não saiba quem é Carlos Drummond de Andrade, Manoel Bandeira ou o escritor Jorge Amado. Paradoxalmente, naquele período, no Brasil, não havia conhecimento da literatura moçambicana. Hoje, percebo um fenómeno interessante: o Brasil, há alguns anos, virou os seus olhos para os países africanos de língua oficial portuguesa e muito para Moçambique, também pela projecção que alguns autores moçambicanos têm no mercado externo. Actualmente, parece-me que estamos a ver um fenómeno contrário, de Brasil estar muito em contacto com a literatura moçambicana e Moçambique a não ter o mesmo contacto com os autores contemporâneos brasileiros. No sentido de entender as razões desse processo acontecer desta forma, pensei na abordagem dada à palestra na AEMO.

MOÇAMBIQUE | Uma Procuradora-Geral desocupada



@Verdade | Editorial

Nunca antes os moçambicanos estiveram tão apreensivos, como tem estado a acontecer nos últimos dias. Há motivos mais do que suficientes para isso: os moçambicanos querem que os arquitectos da maior e mais qualificada burla de todos os tempos, a que foi cinicamente baptizada de Dívida Pública, sejam responsabilidados. Ninguém, hoje em dia, está preocupado com o nome de que esteve a frente dessa trapaça, até porque já é de conhecimento do público. O que interessa neste momento é que os culpados pela desgraça dos moçambicanos sejam exemplarmente punidos.

Há sensivelmente um mês que os moçambicanos aguardam impacientemente pela divulgação dos resultados da Autoria Independente feita aos negócios obscuros das empresas EMATUM, MAM e Proindicus pela Kroll. A Procuradoria-Geral da República (PGR) prometeu publicar o documento após terminar a análise, porém, até então não aconteceu. Tudo indica que a nossa Procuradoria da República anda ocupada com assuntos comésticos.

Nesta semana, a título de exemplo, a Procuradora-Geral da República, Beatriz Buchili, efectou uma visita aos Comandos Provincial da Polícia em Maputo e da Polícia Municipal da Matola para se inteirar do tratamento dado às multas aplicadas aos cidadãos moçambicanos. Buchili disse que a Polícia tem de ser mais exigente e trabalhar para que os valores sejam pagos.

Essa não é a responsabilidade da Procuradoria saber se as multas têm merecido o devido tratamento. Essa preocupação da PGR não só revela falta de ocupação, mas também demonstra que se trata de uma manobra para distrair os moçambicanos dos reais problemas deste país. Não são as multas que inquietam os moçambicanos, mas sim onde foi parar o dinheiro que hipotecou o futuro de milhões de moçambicanos. Preocupa aos moçambicanos saber quando serão punidos os indivíduos que colocar este país no pântano da desgraça.

Preocupando-se com os pagamentos das multas, a senhora Procuradora-Geral, infelizmente, revela, até à náusea, ser um profissional de muito mau gosto, que desconhece quais as suas obrigações, para além de ter prestado um mau serviço público aos moçambicanos. Portanto, senhora PGR ocupe- -se de coisas úteis e não distraía os moçambicanos, e isso é o mínimo que deve fazer para justificar o salário e as regalias que o Estado lhe concede todos os meses.

MOÇAMBIQUE | Quatro supostos membros da RENAMO assassinados em Inhambane



Segundo a polícia, os autores dos crimes não foram ainda identificados. População com receio que o conflito armado recomece. RENAMO não comenta, por enquanto, a situação.

Quatro membros supostamente pertencentes ao maior partido da oposição em Moçambique, a RENAMO, foram assassinados e abandonados numa floresta na Província de Inhambane, no sul do país. A polícia da República de Moçambique confirma a informação e diz que os corpos foram descobertos, na semana passada, pela população.

Segundo Simeão Machava, porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique, estima-se que os quatro corpos encontrados pertençam a pessoas, do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 25 e os 40 anos. "[Os corpos] estavam amontoados e foram descobertos pela população, uma vez que se trata de uma zona onde não há muita circulação de viaturas”, afirmou.

População com receio

Os residentes da região vivem agora com medo, não sabendo o que pode ter acontecido, uma vez que as vítimas não são daquela zona.

Em entrevista à DW África, Mónica Chuma, residente em Mavume, conta que, naquela semana, circulou uma viatura com militares [por ali]. Dias depois, foram encontradas pessoas mortas, por isso está com medo que o conflito armado recomece. "Encontrámos os corpos em Mabaina e fomos avisar a polícia no posto administrativo de Mavume. Alguns dias antes de encontrarmos esses corpos passou uma viatura com militares e não sabemos se foram eles ou não que mataram estas pessoas”, afirmou.

UNITA PRONTA A GOVERNAR ANGOLA



CHIVUKUVUKU É FIXE

MAS A UNITA ESTRUTURALMENTE ESTÁ MELHOR PREPARADA PARA GOVERNAR ANGOLA!

Fernando Vumby | opinião

E digo até mais, precisamos valorizar e acreditar neste momento de grande efervescência política de que a UNITA está sim melhor preparada estruturalmente para governar Angola e para bem de todos os angolanos.

Não sou o único que digo isto, já ouvi isto até de gente que ainda há uns anos atrás, o nome (UNITA) era pior que o numero da (Joana prostituta) do Zumba Futa.

Quero mesmo acreditar que se A UNITA governar Angola , ela vai olhar para frente com os olhos postos nos grandes desafios e em pouco tempo recuperará o nosso país, para bem de todos os angolanos sem qualquer exceção.

A alternância do poder deve ser vista como algo de salutar, e só vai caber ao MPLA se for oposição aceitar com seriedade, sem trungungo, nem radicalismo e nem muito menos com violência encomendada, mais sim fiscalizar e ajudar ate a UNITA a encontrar novos caminhos para a nossa Angola martirizada há mais de 40 anos.

Com a mudança caberá também ao MPLA depois de tanto mal que já fez aos angolanos constituído por abusos, roubos das nossas riquezas, prisões arbitrárias massacres, tortura permanente aos que se manifestam contra o regime, mortes de zungueiras, velhos e crianças dar bom exemplo como opositor.

Para a UNITA o importante não será o apontar o dedo aos vitoriosos e derrotados, mais sim consertar os erros do passado, preservar o que deu certo, cuidar bem do presente e vislumbrar um futuro melhor para todos os angolanos sejam eles do MPLA ou de outro partido qualquer.

ATÉ PARECE QUE A  MORTE DE  ZÉ KITUMBA (JES) DÁ LUCRO

Seja lá o que se esconde por detrás das notícias constantes sobre a morte de José Eduardo Dos Santos  sempre que este se desloca para a Espanha, não me consideraria mais feliz apenas porque ele já não vive , pois sou tão humano para chegar  ate á este ponto.

Muito embora todo o angolano com o mínimo de racionalidade e sensatez  tem consciência de que ele é o responsável pelo sofrimento da grande maioria dos angolanos como consequência  da  sua gestão brutal e criminosa do nosso país, precisamos acima de tudo  nos manter  serenos , não perdemos o controlo das nossas emoções  e nem tão pouco enlouquecermos  ao ponto que só lhe desejamos á morte.

Precisamos de um JES vivo, por mais que a sua morte quem  sabe pode  ate mesmo ser lucrativo para uma  parcela dos seus próprios camaradas que acredito alguns também já  terem rezado para que o mesmo regressasse cadáver ... 

Meu conselho aos que se sentiriam  felizes pela morte de José Eduardo Dos Santos  que não devem ser poucos,  que guardem dentro de si e para si só mesmo este sentimento, pois se o tornarem publico mostram  o vosso desumanismo.

Manos e manas nunca deixem de ser, ou tentar ao menos parecer, um ser humano e quando não tiverem  nada que falar sobre o (Zé Kitumba) JES, Zeca Diabo entre outros nomes que lhe têm tratado , quando o mesmo vai  ao bruxo em Espanha, o melhor é mesmo ficar-se calado em vez de  se espalhar boatos nas redes sociais de que o mesmo já morreu, pois não faz sentido!

Sinto-me envergonhado como ser humano por tudo que li sobre a suposta morte de JES mesmo sendo  ele cruel e corrupto  que nem se quer deveria ter nascido , façam como eu , guardem sempre uma palavra de conforto na manga para dar aos filhos que perdem seus país e aos pais que perdem seus filhos.

MINHA REFLEXÃO SOBRE A MANIFESTAÇÃO DE 3 DE JUNHO

MANIFESTAÇÃO DA UNITA FOI ESTRONDOSA, MAS NÃO MUDA INTENÇÃO CLARA DO REGIME FRAUDAR AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES

Aplaudi e festejei ao ver angolanos voltarem ás ruas de quase todo o país se manifestando pacificamente contra todos os esquemas ja montados para se fraudar as próximas eleições mesmo consciente de que esta atitude do povo tomada por iniciativa da UNITA ainda assim , não vai mudar as intenções dos sociopatas que governam o país desde mais de 40 anos em manipular as eleições.

Importa dizer aqui que para mim foi bastante emocional e bonito de ver aquelas bandeiras coloridas nas mãos dos manifestantes que entoavam palavras de ordem e cartazes com dizeres como abaixo a corrupção , fora com os batoteiros , abaixo o ditador angolano (JES) abaixo a famigerada e farsa CNE/MAT entre outras palavras de protesto justamente evocadas e quase dancei ao ouvir o som de alguns carros que buzinavam dando eco ao clamor popular.

Além dos tantos milhares de pessoas presentes de todas as idades que aderiram ao apelo da UNITA, o ato chamou a atenção pela presença de políticos de grande gabarito, gente admirada e respeitada como Alcides Sakala e outros tantos que se postaram a frente da maioria das marchas funcionando como autênticos guias e a luz que iluminava o caminho.

Eu acho ser fundamental que os angolanos se manifestem sempre que acharem necessário sem medo dos cães policias , dos cavalos e nem das balas , pois só assim poderão fazer sentir o descontentamento generalizado por todo o país por causa da governação criminosa do país sob gestação do sociopata e corrupto JES.

E digo mais , acho que não é preciso esperar-se sempre pelo apelo dos Partidos políticos , pois assim não se deixa no ar aquele cheiro partidário , pois seria bom que cada um como angolano com ou sem partido alinhasse sempre ate mesmo naquelas manifestações organizadas pelos chamados ( REVUS ) pois o que está em causa é Angola e a libertação dos angolanos do punho da bandidagem que desgoverna o nosso país.

UNITA MOSTROU QUE É AUTÊNTICA MÁQUINA MOBILIZADORA - QUANDO QUER, PODE

Não foi surpresa para mim ver os milhões que a UNITA conseguiu mobilizar em tão poucos dias para que tomassem as ruas do país pacificamente em protesto contra aquilo que todos nós soubemos clara intenção de manipulação do próximo processo eleitoral.

Mas se de um lado a manifestação em si foi um grande e estrondoso sucesso para todos os angolanos de bem, do outro lado não devemos esquecer de que somos governados por criminosos que não acredito ainda assim, fazerem um pouco de reflexão sob o que poderá acontecer qualquer dia, caso continuem ignorando estes apelos pacíficos por enquanto do povo angolano que lhes dá uma oportunidade de corrigirem os erros cometidos maldosamente.

Agora só precisamos ter muito cuidado para não cairmos no excesso de triunfalismo ao ponto de cantarmos vitória onde ela ainda não existe, pois é importante acima de tudo nunca nos esquecermos de que estamos a nos lidar com um regime composto por sociopatas (anti-socais), pessoas que pelo seu comportamento nunca deram sinais em amarem os seus semelhantes e pior ainda se os combate.

São uns canalhas que não acredito poderem viver alguma vez sem manipulações ou tentativas de humilhações , pois quantas vezes depois de criticados ainda acabaram por fazer o pior logo no mesmo dia com os mesmos truques e fingimentos?

Tenho as minhas duvidas que pessoas tão frias , insensíveis , manipuladoras, um tanto perversas desprovidas de sentimento de compaixão , isentos de sentimentos de culpa e remorso pelos tantos assassinatos que fizeram e mandaram fazer em tempo de paz , gente com raciocínio tão frio e calculista na hora de planear roubos aos cofres públicos e matanças (genocídio & massacre da frescura entre outros) façam alguma reflexão sobre os sinais deixados nesta mega manifestação popular .

Mas oxalá.

Oxalá mesmo para se evitar o pior qualquer dia em manifestações que podem ganhar contornos incontroláveis e mortíferos...

MPLA FICOU COM A BATATA QUENTE NAS MÃOS

MAS A UNITA NÃO DESAFIOU, SÓ MOSTROU QUE QUANDO QUER PODE

Quem viu os milhares de pessoas que a UNITA juntou sem ser preciso oferecer cerveja, nem (kuduro) ou obrigar alguém sob ameaça de perder o seu emprego ou ser perseguido para sempre como faz o MPLA viu claramente que não há comparação possível entre um partido e o outro.

Dois partidos com traços, carácter e filosofia de vida totalmente diferente um do outro , e ainda bem que facilmente se nota.

Pois enquanto os crónicos corruptos que detém o poder desde mais de 40 anos através de fraudes eleitorais apresentam traços de egoísmo , buscam qualquer meio e forma para conquistarem sem convencer utilizando sempre a força das armas e ameaças habituais, não levando em consideração os sentimentos do povo ou do seu adversário político.

Do outro lado está uma UNITA mais calma, serena e responsável que se mostra cada vez mais sensível Às preocupações do povo e que ainda assim nunca menospreza o seu adversário político MPLA.

"Os manos da UNITA são de cabeça fria"

Me respondeu assim uma vez um jovem em comentário num dos meus textos nas redes sociais e não deixou de ter razão.

Pois basta olharmos para o outro lado onde quase todos os ladrões engravatados sem vergonha na cara dominados pela cabeça -quente tendem sempre á responder ás criticas com violência súbita , ameaças de morte e desaforos.

Vou continuar.

Fórum Livre Opinião & Justiça | Fernando Vumby

Angola | Caso do Estado Islâmico é um "processo político", diz advogado de defesa



Seis angolanos foram acusados pela Procuradoria-Geral da República do crime de terrorismo e de ligação ao Estado Islâmico. Cinco suspeitos estão em prisão preventiva.

O Ministério Público de Angola acusou formalmente os seis jovens de organização terrorista. Alega que os arguidos criaram, em 2015, o grupo radical "Street Da Was" e que juraram "fidelidade e obediência" ao Estado Islâmico.

As acusações "são infundadas", responde o advogado de defesa dos suspeitos. Sebastião Assureira afirma que os acusados nunca juraram fidelidade ao grupo extremista. E que os arguidos, com idades entre os 23 e os 39 anos, apenas debateram nas redes sociais um artigo sobre religião muçulmana publicado por um brasileiro. No processo está igualmente envolvida uma cidadã, esposa de um dos arguidos, por ceder a casa onde se realizavam os debates.

"Emitiu-se um mandado de captura contra os réus, por fazerem um debate no Facebook e interagirem com um brasileiro. Por vezes, eles os cinco, reuniam-se na casa de uma das esposas, também arrolada como réu, para debater a situação de unir o Islão", explica o advogado de defesa, Sebastião Assureira.

Não é a primeira vez que cidadãos são detidos em Angola por causa de debates. Em 2015, 15 cidadãos foram presos por causa do livro "Ferramentas para Destruir um Ditador e Evitar uma Nova Ditadura", uma adaptação da obra do norte-americano Gene Sharp - caso que ficou conhecido como "processo dos 15+2".

Mais lidas da semana