sexta-feira, 23 de junho de 2017

ASSALTO A RAQQA PÕE A DESCOBERTO ARROGÂNCIA DOS ESTADOS UNIDOS E SEUS VASSALOS



Martinho Júnior | Luanda 

1- O assalto a Raqqa está a pôr a descoberto a arrogância dos Estados Unidos e de seus vassalos, em relação ao respeito que a nível internacional deve merecer o estado sírio.

A arrogância é de tal ordem que os Estados Unidos estão-se a implicar num mar de contradições na Ásia, que irão provocar uma sucessão de conflitos em cadeia, num processo que se vai alargando desde o Iémen à Síria, ao Iraque, à Turquia, ao Qatar e ao Afeganistão, entre outros potenciais intervenientes (Israel e Irão).

Na Síria, os Estados Unidos estão a fazer penetrar unidades suas a partir das fronteiras da Jordânia e do Iraque, depois de mover uma linha de logística militar a partir da Itália (Campo Darby – Porto de Livorno – Aqqaba, na Jordânia – Jedah, na Arábia Saudita), em Abril do corrente ano e na sequência dos êxitos em Mossul, contra o Estado Islâmico.

Entre os receptores desse material de guerra, estão os curdos de Rojava (territórios a norte do Eufrates, até à fronteira com a Turquia), cujas linhas da frente tendem a assaltar Raqqa a partir desses territórios situados na margem esquerda do Eufrates.

Há notícias que indicam que Rojava estabeleceu um acordo de cooperação militar por 10 anos com os Estados Unidos, o que aumenta o potencial de desestabilização não só em relação à Síria, mas também em relação à Turquia, ao Iraque e ao Irão.…

Os curdos têm agora, com o material de guerra fornecido pelos Estados Unidos, uma acrescida capacidade ofensiva.

A sul do Eufrates, os curdos dos cantões de Rojava procuram também isolar Raqqa, sem atender que todo esse processo inquinado pelos Estados Unidos, não pode impedir a Síria de, a partir do sudoeste, enveredar pelo assalto à capital do Estado Islâmico na Síria, bem como na tomada de Deir ez Zog (a leste de Raqqa), um assalto que também já começou.

2- Na contradição principal: enquanto a presença de unidades da Rússia, do Irão e do Hezbollah respeitam a soberania síria, os Estados Unidos e a coligação avassalada e apensa, estão na Síria sem qualquer respeito pelo estado sírio, de forma ilegítima e ilegal, desrespeitando por outro lado todo o tipo de convenções internacionais.

Tendo havido alguma espectativa sobre como Rojava iria determinar seu posicionamento, com o recente derrube dum bombardeiro sírio a sudoeste de Raqqa, a confrontação da Síria contra os curdos de Rojava parece levar um caminho inevitável, em função da arrogância estado-unidense na região; os curdos procuraram, ainda que sem sucesso, impedir a recuperação do piloto por parte dos sírios…

A Rússia suspendeu os contactos com a coligação e avisou que a ocidente do Eufrates o espaço aéreo irá ser controlado de forma a qualquer ameaça (drones e aviação) da coligação sujeitar-se a poder ser neutralizada.

A escalada de tensões em torno do assalto a Raqqa está instalada, abrindo uma brecha no sentido principal das acções, de que só o Estado Islâmico pode beneficiar e a responsabilidade dessa brecha recai por inteiro sobre a forma ilegítima, ilegal e errática da actuação dos Estados Unidos, o que comprova que sobre o caos e o terrorismo instalados, os Estados Unidos pretendem a fragmentação da Síria. 

3- As unidades sírias que estão envolvidas no assalto a Raqqa, tiveram de confrontar os curdos no local onde o bombardeiro sírio foi derrubado, a fim de resgatar o piloto (missão já cumprida).

Para o efeito travaram-se duros combates com os curdos de Rojava que em função do apoio estado-unidense se estão a recusar a coordenar os movimentos de tropas na direcção da capital síria do Estado Islâmico.

Por outro lado, as unidades de elite sírias, comandadas pelo general Suhail Hassan, “O Tigre”, já estão a sul de Raqqa e isso vai pôr em causa a tentativa dos curdos se tornarem hegemónicos no assalto, prevendo-se novas confrontações no horizonte entre sírios e curdos, dando alguma folga ao Estado Islâmico, que beneficia de algumas linhas de retirada por parte dos intereses da coligação liderada pelos Estados Unidos.

As próximas semanas são de múltiplas tensões e conflitos, todavía há um dado adquirido: a Síria não está disposta a ver seu territorio desagregar-se e, para tal, está a partir da vantagem da maioria da população síria estar já em territorio por si controlado.

Para além do assalto aos núcleos duros do Estado Islâmico (Raqqa e Deir ez Zog), a Síria começa também a recuperar territórios onde estão instalados alguns dos principais poços de petróleo do país, a nordeste.

Os combates tendem a evoluir das áreas mais densamente povoadas em direcção às periferias menos povoadas e aí a confrontação entre unidades regulares dos sírios contra outras forças (incluindo as unidades dos Estados Unidos), é um risco a considerar a sul, sudeste, leste, norte e nordeste.

Mapas:
Localização dos cantões dos curdos sírios, que compõem o território de Rojava; Confrontação entre a Síria e Rojava, apoiada pelos Estados Unidos; Assédio de Rojava a Raqqa.

A consular (Martinho Júnior):

Outras consultas:
De Camp Darby, des armes US pour la guerre contre la Syrie et le Yémen – http://www.voltairenet.org/article196028.html
El Ejército Sirio Combate contra los Kurdos y la SDF después del Derribo de un Su-22 por EEUU! –https://topeteglz.org/2017/06/18/el-ejercito-sirio-combate-contra-los-kurdos-y-la-sdf-despues-del-derribo-de-un-su-22-por-eeuu/
EEUU y las brigadas kurdas firman un contrato de cooperación militar por 10 años – http://annurtv.com/eeuu-y-las-brigadas-kurdas-firman-un-contrato-de-cooperacion-militar-por-10-anos/

OBRA DE JOMAV | Prisão de “Manecas” é "deplorável" e mostra "medo" do poder guineense



Detenção de Manuel dos Santos ("Manecas") é "deplorável" e demonstra receio que o poder político da Guiné-Bissau tem "até da própria sombra", afirma escritor e jornalista Tony Tcheka.

"A detenção de Manecas Santos é deplorável e motivo de uma enorme indignação. Nenhum cidadão guineense, independentemente das suas razões e questões ideológicas, pode estar tranquilo com uma atitude dessa natureza", sublinhou à agência de notícias Lusa o também vice-presidente da Associação de Escritores da Guiné-Bissau (AEGB).

A detenção na segunda-feira (19.06.) de "Manecas" Santos surgiu na sequência de uma entrevista dada em abril ao jornal português Diário de Notícias, em que o veterano comandante, de naturalidade cabo-verdiana, alertou para a possibilidade, face ao impasse político vigente há cerca de dois anos, de um novo golpe militar na Guiné-Bissau.

O veterano da luta armada pela independência da Guiné-Bissau tinha sido ouvido, há cerca de um mês, pelo Ministério Público, em Bissau, para esclarecer as declarações.

Motivações políticas?

Questionado esta terça-feira (20.06.) pela Lusa, Tony Tcheka, afirmou não ver qualquer outra razão para a detenção de "Manecas" Santos que não "motivações políticas".

A detenção prisional de camarada Comandante Manecas é grande asneira, uma desgraça nacional



GUINÉ-BISSAU

Abdulai Keita* | opinião 

A detenção prisional de camarada Comandante Manecas, um alto oficial das nossas gloriosas FARP na reserva, tendo-se desengajado dessa nossa sociedade castrense sem mácula nenhuma, ao contrário, só com distinções, é uma asneira grande. E pensada no fundo, no fundo, é uma DESGRAÇA NACIONAL. Condenável e a condenar, exigindo a sua libertação imediata, pelas seguintes razões.

1 – Os membros da sociedade castrense de todo o mundo e desde sempre, são cidadãos comuns à partida, como todos os outros cidadãos. Os membros das nossas gloriosas FARP, sobretudo, aqueles da geração de camarada Comandante Manecas, dos anos entre 1963 e 1980 e que sempre se mantiveram firmes na linha originária desta nossa instituição não escapam a esta regra. Uns já nos deixaram e outros ainda encontram-se no nosso seio, estando ainda de vida.

Visto portanto em geral, são cidadãos comuns, mas caraterizados por um elemento particular de destaque das suas vidas. Decidiram ou são os que foram/são chamados a defenderem todos os membros das suas sociedades contra todos os mais feios géneros de ameaças de destruição imediata, particularmente do tipo bélico. Isso, em qualquer momento e sob quaisquer circunstâncias. Tudo sob o empenhamento total e direto das suas vidas.

Por isso é que, os membros da sociedade castrense em todo o mundo, sobretudo quando são elementos dos mais destacados no seu seio, os altos oficiais, tendo cumprido todo o período dos seus serviços sem mácula; portanto, altos oficiais na reserva, são sempre respeitados. Muito respeitados.

Em outras palavras, não podem ser tratados de qualquer maneira. Porque são gente merecedora de grande respeito e honra. E isso se faz e é assim porque beneficia eternamente toda a sociedade. Beneficia toda gente em cada sociedade, em termos da criação permanente e do cultivo de referências benéficas a sua preservação sã no espaço (de imediato) e perpetuação sã no tempo (no futuro).

O camarada Comandante Manecas pertence a esta categoria dos mais destacados altos Oficiais na reserva, das nossas gloriosas FARP. Ele como tantos outros da sua geração que ainda estão de vida, como os camaradas Comandantes Luís Correia,  Lúcio Soares que me vêm agora assim de imediato na memória e que já estão na reserva.

Estes cidadãos nossos, devem e merecem muito respeito e honra, pelo bem da nossa sociedade inteira. Por isso, tratar mal qualquer um deles, tal como no caso aqui in causa, significará sempre, pensado no fundo, no fundo, uma desgraça nacional, e portanto, uma asneira grande, quando perpetrado pelos próprios agentes do nosso poder estatal.

CUBA | Qualquer estratégia para mudar nosso sistema socialista estará condenada ao fracasso



Governo cubano diz que EUA não está em condições de dar lições e que cubanos continuarão firmes na construção de uma nação soberana, independente, socialista, democrática, próspera e sustentável.

Na última sexta-feira (16), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o cancelamento do acordo firmando, em dezembro de 2014, pelo presidente de Cuba, Raúl Castro, e pelo ex-presidente estadunidense, Barack Obama. Com um discurso típico da guerra fria, o atual mandatário estadunidense ainda reafirmou seu apoio pessoal ao bloqueio contra Cuba, política adotada desde década de 60 e que não foi alterada por Obama.

Cuba reagiu às medidas de Trump dizendo que qualquer estratégia voltada para mudar o sistema político, econômico e social de Cuba estará condenada ao fracasso. Governo cubano ainda disse que EUA não está em condições de dar lições e que cubanos continuarão firmes na construção de uma nação soberana, independente, socialista, democrática, próspera e sustentável.

Leia declaração do governo revolucionário de Cuba sobre as novas medidas de Trump:

Em 16 de Junho de 2017, o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, num discurso, carregado de uma retórica hostil, que relembrou os tempos da confrontação aberta com nosso país, proferido em um teatro em Miami, anunciou a política do seu governo para Cuba, a qual reverte avanços alcançados nos dois últimos anos, depois que em 17 de dezembro de 2014 os presidentes Raúl Castro Ruz e Barack Obama fizeram pública a decisão de restabelecer as relações diplomáticas e iniciar um processo encaminhado à normalização dos vínculos bilaterais.

BRASIL | Na crise, placas tectônicas se movem



Luciano Siqueira *

Há uma enorme distância entre as necessidades essenciais do povo brasileiro (e os desafios da nação) e as instituições que compõem a República. Distância e desencontro. 

Os chamados Três Poderes literalmente experimentam um processo de contínuo esgarçamento, envoltos em conflitos intestinos e colidentes entre si.

Crise econômica se resolve pela política. Crise complexa, multifacetada - econômico-financeira, social e político-institucional - como a nossa, mais ainda.

Não há saída à margem da política.

O Estado brasileiro é configurado de tal forma que o terreno próprio da política, em âmbito institucional, reside no Parlamento e no Executivo.

Em tese, não cabe às instituições judiciárias, nem ao Ministério Público, nem à Policia Federal, ocuparem esse espaço.

Hoje ocupam - e têm a iniciativa, em conjugação com o "partido" em que se converteu o complexo midiático monopolizado.

MICHEL TEMER CORRUPTO | Polícia Federal acusa Michel Temer de corrupção passiva



Detalhes de relatório foram divulgados. Os investigadores afirmam que Michel Temer aceitou "vantagem indevida" e destacam silêncio de peemedebista

O presidente Michel Temer é acusado de corrupção passiva pela Polícia Federal (PF) no relatório preliminarsobre a investigação envolvendo o peemedebista e seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures. Detalhes do documento apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) foram divulgados nesta terça-feira (20/06).

Segundo a PF, as evidências indicam que o presidente praticou o crime de corrupção passiva. Os investigadores destacaram que foi possível concluir que Temer aceitou "vantagem indevida" por intermédio de Loures.

"Diante do silêncio do Mandatário Maior da Nação e de seu ex-assessor especial, resultam incólumes as evidências que emanam do conjunto informativo formado nestes autos, a indicar, com vigor, a prática de corrupção passiva", afirma o relatório, que foi entregue ao STF na segunda-feira.

O documento destaca que foi dado ao presidente a oportunidade de esclarecer os fatos, mas ele optou pelo silêncio. O peemedebista se recusou a responder as perguntas enviadas por escrito pelos investigadores.

O documento descreve ainda o episódio da mala de propina de 500 mil reais, que beneficiaria Temer, entregue a Loures pelo diretor da JBS Ricardo Saud e ressalta o fato do presidente ter nomeado a Joesley Batista o ex-assessor para intermediar assuntos de interesses da empresa junto ao governo.

A “PRESSTITUTA” INTEGRA A GUERRA PSICOLÓGICA CONTRA A VENEZUELA BOLIVARIANA



Martinho Júnior | Luanda 

1- A “Misión Verdad” em Abril deste ano, publicou uma síntese analítica sobre mais uma tentativa de golpe na Venezuela Bolivariana, que tem o mérito de indicar claramente os mentores da iniciativa, os instrumentos para a levar a cabo e alguns aspectos do seu “modus operandi”.

Em relação aos mentores é indicado o Conselho para as Relações Exteriores (CFR) para a América Latina, financiado pela Fundação Rockefeller e por empresas da órbitra desse clã: a Chevron, a Exxon Mobil, o Citybank e a JP Morgan.

O “think tank” CFR tornou-se responsável, por intermédio do seu Director, O’Neil, por apresentar ao Comité de Relações Exteriores do Senado, todo o plano de acção com vista à provocação do golpe na Venezuela, incluindo as acções sócio-políticas, de guerra psicológica, económicas e financeiras, plano esse que continua a prevalecer no âmbito das políticas dos Estados Unidos nos relacionamentos para com a América Latina, como uma das prioridades ofensivas, de ingerência e de manipulação (a outra é em relação a Cuba).

2- No âmbito da guerra psicológica desencadeada, recorrendo a ementas típicas das “revoluções coloridas” e “primaveras árabes”, a “presstituta” (entenda-se a imprensa prostituída pelos interesses enunciados pela “Misión Verdad” ao nível da aristocracia financeira mundial), mobilizou não só meios nos Estados Unidos (particularmente os habituais meios ligados às oligarquias das comunidades hispânicas residentes), como também meios dispersos por toda a América Latina (sob controlo das mais retrógradas das suas “empedernidas” oligarquias agenciadas de longa data por Washington), assim como de meios no espaço da União Europeia, particularmente na Península Ibérica, em Portugal como em Espanha.

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