Governo
cubano diz que EUA não está em condições de dar lições e que cubanos
continuarão firmes na construção de uma nação soberana, independente,
socialista, democrática, próspera e sustentável.
Na
última sexta-feira (16), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou o cancelamento do acordo firmando, em dezembro de
2014, pelo presidente de Cuba, Raúl Castro, e pelo ex-presidente estadunidense,
Barack Obama. Com um discurso típico da guerra fria, o atual mandatário
estadunidense ainda reafirmou seu apoio pessoal ao bloqueio contra Cuba, política
adotada desde década de 60 e que não foi alterada por Obama.
Cuba reagiu às medidas de Trump dizendo que qualquer estratégia voltada para mudar o sistema político, econômico e social de Cuba estará condenada ao fracasso. Governo cubano ainda disse que EUA não está em condições de dar lições e que cubanos continuarão firmes na construção de uma nação soberana, independente, socialista, democrática, próspera e sustentável.
Leia declaração do governo revolucionário de Cuba sobre as novas medidas de Trump:
Em 16 de Junho de 2017, o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, num discurso, carregado de uma retórica hostil, que relembrou os tempos da confrontação aberta com nosso país, proferido em um teatro em Miami, anunciou a política do seu governo para Cuba, a qual reverte avanços alcançados nos dois últimos anos, depois que em 17 de dezembro de 2014 os presidentes Raúl Castro Ruz e Barack Obama fizeram pública a decisão de restabelecer as relações diplomáticas e iniciar um processo encaminhado à normalização dos vínculos bilaterais.
Cuba reagiu às medidas de Trump dizendo que qualquer estratégia voltada para mudar o sistema político, econômico e social de Cuba estará condenada ao fracasso. Governo cubano ainda disse que EUA não está em condições de dar lições e que cubanos continuarão firmes na construção de uma nação soberana, independente, socialista, democrática, próspera e sustentável.
Leia declaração do governo revolucionário de Cuba sobre as novas medidas de Trump:
Em 16 de Junho de 2017, o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, num discurso, carregado de uma retórica hostil, que relembrou os tempos da confrontação aberta com nosso país, proferido em um teatro em Miami, anunciou a política do seu governo para Cuba, a qual reverte avanços alcançados nos dois últimos anos, depois que em 17 de dezembro de 2014 os presidentes Raúl Castro Ruz e Barack Obama fizeram pública a decisão de restabelecer as relações diplomáticas e iniciar um processo encaminhado à normalização dos vínculos bilaterais.
No
que constitui um retrocesso nas relações entre os dois países, Trump proferiu
um discurso e assinou no próprio ato uma diretiva de política denominada
“Memorando Presidencial de Segurança Nacional”, dispondo a eliminação dos
intercâmbios educacionais “povo a povo” a título individual e uma maior
fiscalização de todos os viajantes estadunidenses para Cuba, bem como a
proibição das transações econômicas, comerciais e financeiras de companhias
estadunidenses com empresas cubanas vinculadas com as Forças Armadas
Revolucionárias e os serviços de inteligência e segurança, tudo isto com o
pretendido objetivo de privar o país de receitas. O mandatário estadunidense
justificou esta política com supostas preocupações a respeito da situação dos
direitos humanos em Cuba e pela necessidade de aplicar de maneira rigorosa as
leis do bloqueio, condicionando o seu levantamento, bem como qualquer melhora
nas relações bilaterais, a que o nosso país realize mudanças inerentes no seu
ordenamento constitucional.
Trump
derrogou também a Diretiva Presidencial de Política “Normalização das relações
entre Estados Unidos da América e Cuba”, emitida pelo presidente Obama em 14 de
Outubro de 2016, a qual não escondia o carácter de ingerência da política
estadunidense, nem o seu objetivo de fazer avançar os seus interesses no
intuito de conseguir mudanças na ordem econômica, política e social do nosso
país, mas reconhecia a independência, soberania e autodeterminação de Cuba e o
governo cubano como um interlocutor legítimo e igual, bem como os benefícios
que traria a ambos os países e povos uma relação de convivência civilizada
dentro das grandes diferenças existentes entre os dois governos. Ademais disso,
admitia que o bloqueio constituía uma política obsoleta e que devia ser
eliminado.
Leia também: Solidários a Cuba lança Moção de repúdio contra medidas de Trump
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Mais
uma vez, o governo dos Estados Unidos da América recorre aos métodos de coerção
do passado, ao adotar medidas de recrudescimento do bloqueio, em vigência desde
fevereiro de 1962, que não só provocam danos e privações ao povo cubano,
constituindo um inegável obstáculo para o desenvolvimento da nossa economia,
como também afeta a soberania e os interesses de outros países, provocando o
repúdio internacional.
As medidas anunciadas impõem empecilhos
adicionais nas já muito limitadas oportunidades que o setor empresarial
estadunidense tinha para o comerciar e investir em Cuba.
Por sua vez, restringem ainda mais o direito
dos cidadãos estadunidenses de visitar o nosso país, já limitado pela obrigação
do uso de licenças discriminatórias, no momento em que o Congresso dos Estados
Unidos da América, como reflexo do sentimento de amplos sectores dessa
sociedade, demanda não só o fim à proibição de viajar, mas também a eliminação
das restrições de comércio com Cuba.
Os anúncios do presidente Trump contradizem
o apoio majoritário da opinião pública estadunidense, incluindo o apoio da
emigração cubana nesse país, ao levantamento total do bloqueio e às relações
normais entre Cuba e Estados Unidos da América.
No seu lugar, o presidente estadunidense,
mais uma vez mal assessorado, toma decisões favorecedoras dos interesses
políticos de uma minoria extremista de origem cubana do estado da Florida, a
qual por motivações mesquinhas não desiste na sua pretensão de castigar Cuba e
o seu povo, por exercer o direito legítimo e soberano de ser livre e ter tomado
as rédeas do seu próprio destino.
Posteriormente faremos uma análise mais
profunda do alcance e das implicações deste anúncio.
O Governo de Cuba denúncia as novas medidas
de endurecimento do bloqueio, que estão destinadas ao fracasso como tem sido
demonstrado repetidamente no passado, e que não conseguirão o seu propósito de
debilitar a Revolução e nem submeter o povo cubano, cuja resistência perante
agressões de qualquer tipo e origem tem sido testada ao longo de quase seis
décadas.
O Governo de Cuba rejeita a manipulação sob
fins políticos e o padrão duplo no tratamento do tema dos direitos humanos. O
povo cubano usufrui de direitos e liberdades fundamentais, exibindo sucessos
dos quais se sente orgulhoso, os mesmos que são um sonho para muitos países do
mundo, incluindo os Estados Unidos da América, dentre eles temos o direito à
saúde, à educação, à previdência social, o salário igual por trabalho igual, os
direitos das crianças, e o direito à alimentação, à paz e ao desenvolvimento.
Com os seus modestos recursos, Cuba tem contribuído também para melhora dos
direitos humanos em muitos lugares do mundo, apesar das limitações de um país
bloqueado.
Os Estados Unidos da América não estão em
condições de nos da lições. Temos sérias preocupações pelo respeito e pelas
garantias dos direitos humanos nesse país, onde existem inúmeros casos de
assassinatos, brutalidade e abusos policiais, em particular contra a população
afro-americana; onde é violado o direito à vida como resultado das mortes por
armas de fogo; explora-se o trabalho infantil e existem graves manifestações de
discriminação racial; ameaça-se com a imposição de mais outras restrições aos
serviços de saúde, que deixaria 23 milhões de pessoas sem seguro de saúde;
existe desigualdade salarial entre homens e mulheres; são marginalizados os
emigrantes e refugiados, nomeadamente os provenientes de países islâmicos;
pretende-se construir muros que discriminam e denigram os vizinhos; onde são
abandonados os compromissos internacionais para a preservação do meio ambiente
e enfrentamento das mudanças climáticas.
Do igual modo, constituem motivos de
preocupação as violações dos direitos perpetradas pelos Estados Unidos da
América em outros países, tais como as detenções arbitrárias de dezenas de
prisioneiros no território ilegalmente ocupado pela Base Naval de Guantánamo em
Cuba, onde têm sido lugar de torturas; as execuções extrajudiciais e as mortes
de civis causadas por bombas e pela utilização de drones; bem como as guerras
desencadeadas contra diversos países como Iraque, baseadas em mentiras como a
posse de armas de extermínio em massa, com consequências nefastas para a paz, a
segurança a estabilidade da região do Oriente Médio.
Lembramos que Cuba é Estado parte de 44
instrumentos internacionais sobre os direitos humanos, enquanto que os Estados
Unidos da América é apenas de 18, pelo qual temos muito que amostrar, opinar e
defender.
Ao confirmar a decisão do restabelecimento
das relações diplomáticas, Cuba e Estados Unidos da América ratificaram a
intenção de desenvolver vínculos respeitosos e de cooperação entre ambos os
povos e governos, baseados nos princípios e propósitos consagrados na Carta das
Nações Unidas. Na sua declaração, emitida em 1 de Julho de 2015, o Governo
Revolucionário de Cuba reafirmou que “estas relações terão de ser cimentadas no
respeito absoluto à nossa independência e soberania; o direito inalienável de
todo Estado a eleger o sistema político, econômico, social e cultural, sem
ingerência de forma nenhuma; sob igualdade soberana e reciprocidade, que
constituem princípios irrenunciáveis do Direito Internacional”, tal como foi
referendado pela Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz,
assinada pelos Chefes de Estado e Governo da Comunidade de Estados
Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), na sua II Cimeira, em Havana. Cuba não
tem renunciado a esses princípios nem renunciará jamais.
O Governo de Cuba reitera a sua vontade de
dar continuidade ao diálogo respeitoso e a cooperação nos temas de interesse
mútuo, bem como a negociação dos assuntos bilaterais pendentes com o Governo
dos Estados Unidos da América. Ficou demonstrado, nos dois últimos anos, que os
dois países, como expressou em reiteradas ocasiões o Presidente dos Conselhos
de Estado e de Ministros, General de Exército Raúl Castro Ruz, podem cooperar e
conviver de maneira civilizada, respeitando as diferenças e a promover todo
aquilo que for favorável para ambas as nações e povos, não obstante não se deve
esperar que para isso Cuba realizar concessões inerentes à sua soberania e
independência, nem aceitar condicionamentos de nenhuma índole.
Qualquer estratégia voltada para mudar o
sistema político, econômico e social em Cuba, que pretenda alcançar por meio de
pressões e imposições, ou empregando métodos mais sutis, estará condenada ao
fracasso.
As mudanças que forem necessárias fazer em
Cuba, como as realizadas desde 1959 e as que estamos executando agora como
parte do processo de atualização do nosso modelo econômico e social, seguirão
sendo decididas, de forma soberana, pelo povo cubano.
Como temos feito desde o triunfo do dia 1º
de Janeiro de 1959, assumiremos qualquer risco e continuaremos firmes na
construção de uma nação soberana, independente, socialista, democrática,
próspera e sustentável.
Havana, a 16 de Junho de 2017.
Declaração foi lida na TV Cubana:
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