quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Washington tenta fechar a caixa de Pandora do racismo que Trump abriu



Republicanos e democratas recusam comparar supremacistas brancos a contra-manifestantes. Conselho industrial da Casa Branca é desmantelado após vaga de demissões.

João Ruela Ribeiro | Público

O ciclo parece repetir-se ao sabor de cada controvérsia que envolve Donald Trump desde que chegou à Casa Branca. Rebenta um acontecimento, o Presidente faz comentários (chocantes para uns, politicamente incorrectos para outros), republicanos e democratas unem-se na condenação a Trump e, pelo meio, há gente a bater com a porta na Casa Branca. No fim do dia, a poeira assenta, as redes sociais encontram uma nova indignação, e o magnata nova-iorquino mantém-se e prepara o próximo tweet incendiário.

Nos últimos dias o ciclo repetiu-se, com a violência protagonizada por elementos ligados a movimentos de extrema-direita, neo-nazis e supremacistas brancos em Charlottesville (Virgínia), que acabou por matar uma mulher de 32 anos. Os principais protagonistas da política americana invadiram em peso as televisões, as páginas dos jornais, as ondas da rádio, os sites noticiosos e as redes sociais em geral, para transmitir uma mensagem que poucos pensavam ser necessário repetir em 2017: não se pode comparar o comportamento de racistas e neo-nazis com as acções de quem os combate.

“A América deve rejeitar sempre a intolerância racial, o anti-semitismo, e o ódio em todas as suas formas”, afirmaram os dois últimos Presidentes republicanos, George Bush e George W. Bush. Antes, o filho e irmão dos dois antigos Presidentes, Jeb Bush, foi um dos que criticou abertamente a “ambivalência” de Trump. “Peço ao Presidente Trump que una o país, e não que divida a culpa pelos acontecimentos em Charlottesville”, disse o ex-candidato presidencial.

O senador republicano John McCain, habitual crítico de Trump, disse que “não deve haver equivalência moral entre racistas e americanos que se levantam para combater o ódio e a intolerância. O Presidente dos Estados Unidos deve dizê-lo.” As críticas ao discurso de Donald Trump estenderam-se até à cúpula do partido que apoiou a sua candidatura. O speakerdo Congresso, Paul Ryan, afirmou que “não pode haver ambiguidade moral” e o líder da maioria republicana, Steve Scalise, apelou ao combate contra “a supremacia branca e todas as formas de ódio”.

ASSIM, OS EUA “TRANQUILIZAM” A EUROPA



No ano fiscal de 2018 (que começa em 1 de Outubro 2017), a Administração Trump vai aumentar mais 40% do orçamento para a "Iniciativa de Tranquilização da Europa" (ERI), lançada pela Administração Obama depois da "invasão russa ilegal da Ucrânia em 2014": anuncia o General Curtis Scaparrotti, Chefe do Comando Europeu dos Estados Unidos, e assim por direito, Comandante Supremo Aliado na Europa

Manlio Dinucci

Tendo partido da quantia de 985 milhões de dólares, em 2015, o financiamento do ERI subiu para 3,4 biliões em 2017 e (de acordo com o pedido de orçamento) para 4,8 biliões em 2018. Em quatro anos, 10 biliões de dólares gastos pelos Estados Unidos, a fim de "aumentar a nossa capacidade para defender a Europa da agressão russa." Quase metade dos gastos em 2018 - 2,2 biliões de dólares - servem para reforçar o "pré-posicionamento estratégico" americano na Europa, ou seja, os depósitos de armamento, colocados em posições avançadas, que permitem "uma rápida distribuição de forças no teatro de guerra". Outra grande quota - 1,7 biliões de dólares - é destinada a "aumentar a presença numa base rotativa das Forças americanas em toda a Europa." As quotas restantes, cada uma na ordem de centenas de milhões de dólares, servem para o desenvolvimento da infraestrutura das bases na Europa, para "aumentar a prontidão da acção dos EUA", a intensificação dos exercícios militares e o treino para "melhorar a prontidão e a interoperabilidade das forças da NATO ".

Os fundos da ERI - especifica o Comando Europeu dos Estados Unidos - são apenas uma parte dos que estão destinatados à "Operação Atlantic Resolve", que mostra a capacidade dos EUA de responder às ameaças contra os aliados. No âmbito dessa operação foi transferida para a Polónia, a partir de Fort Carson (no Colorado), em Janeiro passado, a 3ª Brigada blindada, composta por 3500 homens, 87 tanques, 18 obuses, 144 veículos de combate Bradley, mais de 400 Humvees e 2000 veículos de transporte. A 3ª Brigada blindada será substituída ainda este ano por outra unidade, de modo que as forças blindadas americanas estejam localizadas, permanentemente, em território polaco. A partir daqui, eles são transferidos para os departamentos de formação e exercícios de outros países da Europa de Leste, especialmente para a Estónia, Letónia, Lituânia, Bulgária, Roménia e, eventualmente, Ucrânia, ou seja, estão continuamente distribuídos perto da Rússia.

Também no quadro de tal operação, em Fevereiro passado, foi transferida para a base de Illesheim (Alemanha), do Fort Drum (em Nova York), a 10ª Brigada de Aérea de Combate, com mais de 2000 homens e centenas de helicópteros de guerra. De Illesheim, a task force foi enviada para "posições avançadas" na Polónia, Roménia e Letónia. Nas bases de Ämari (Estónia) e Graf Ignatievo (Bulgária), estão localizados bombardeiros dos Estados Unidos e da NATO, incluindo os Eurofighter italianos, para o "patrulhamento aéreo" do Báltico. A operação também fornece "uma presença persistente no Mar Negro", com a base aérea em Kogalniceanu (Roménia) e a base de treino de Novo Selo (Bulgária).

O plano é claro. Depois de ter provocado um novo confronto com a Rússia com o putsch/golpe da Praça Maidan, Washington (apesar da mudança de Administração) segue a mesma estratégia: transformar a Europa na vanguarda de uma nova guerra fria, a favor dos interesses dos Estados Unidos e das suas relações de poder com as grandes potências europeias.

Os 10 biliões de dólares investidos pelos EUA para "tranquilizar"a Europa, na verdade, servem para tornar a Europa ainda mais insegura.

Manlio Dinucci

Tradução: Maria Luísa de Vasconcellos | Fonte: Il Manifesto (Itália) | Fonte : "Assim, os EUA "tranquilizam" a Europa", Manlio Dinucci, Tradução Maria Luísa de Vasconcellos, Il Manifesto (Itália) , Rede Voltaire, 15 de Agosto de 2017, www.voltairenet.org/article197479.html

- em Pravda.ru

“PUTRUMP”!…



Martinho Júnior | Luanda

MEMÓRIAS OFICIAIS DOS “BEM-VINDOS AO INFERNO” DE HAMBURGO:

(DA LEVEZA DE PUTIN, AO PESO DE TRUMP… E À GRANDE DECISÃO DE MERKEL!)

Frente a frente no “bem-vindos ao inferno”, (os “dados estão lançados”):

PUTIN presente, com a botija leve, leve, cheia do gás de Astana, a coberto dum resoluto “ganha-ganha” irreversível da emergência multipolar!…

TRUMP presente, com a botija bem pesada, do gás inebriado com o enxofre das contradições, entre um irreversível suserano e a vassalagem boa pagadora e incondicional, mas cada vez mais indigesta, do cortejo europeu dos “servos da gleba” da hegemonia unipolar!...

Com um o híbrido “PUTRUMP” entre as mãos tornadas botija, “Quo vadis” desamparada MERKEL?!

A foto da “infernal” discussão, com o “mural” da história deste “bem-vindos ao inferno”:

PUTIN afirma com convicção, puramente e olhos nos olhos – “A MERKEL É MINHA”!

TRUMP convicto afirma, pendurado do seu aloirado penteado – “É MINHA A MERKEL”!

… E a pobre MERKEL desgrenhada e tímida (por isso não há foto da dona desse inferno), confirma em surdina (não vá o diabo tecê-las) e evitando sabiamente partirem-na ao meio (como a Alemanha da “Guerra Fria”):

“O PUTRUMP É MEU”!!!

O ESCORPIÃO MORDE QUEM O ALIMENTA



Em 2014 o governo estado-unidense organizou um golpe de estado na Ucrânia.  

Para derrubar o seu governo legítimo os experts da CIA, NED & Embaixada dos EUA em Kiev utilizaram uma corja de grupos nazi-fascistas, os quais hoje dominam grande parte do aparelho de estado ucraniano (sobretudo os organismos de segurança).  

No entanto, revela-se agora, uma empresa ucraniana vendeu à RDPC planos técnicos para a construção de motores de mísseis (ou mesmo forneceu motores já construídos). 

A ironia da situação é inescapável:   o imperialismo acalentou e estimulou o escorpião nazi e, pelo visto, este terá ajudado um dos inimigos dos EUA...

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