Bailes, concertos, cante
alentejano, passeios e oficinas são "ingredientes" do Festival
Entrudanças, que quer proporcionar, entre sexta-feira e domingo, "um
Carnaval diferente" na vila alentejana de Entradas, no concelho de Castro
Verde (Beja).
O evento, que vai decorrer em
vários locais da vila, é organizado pela PédeXumbo, uma associação para a
promoção de música e dança, em parceria com a Câmara de Castro Verde e a Junta
de Freguesia de Entradas.
"O festival responde muito à
tradição que já criámos de um Carnaval diferente em Entradas, com oficinas de
dança que se misturam com cante alentejano, com passeios pelo campo, provas de
vinho, concertos e bailes", resumiu hoje à agência Lusa a coordenadora da
PédeXumbo, Marta Guerreiro.
Em Portugal, o Carnaval "é
muito diverso", mas, "tirando alguns cortejos mais tradicionais,
tem-se apostado muito em versões que não são as nossas, de cortejo muito
brasileiro", tendência que o Entrudanças quer contrariar, disse a
responsável da organização.
"Neste festival, o que
queremos é levar pessoas a dançarem, a conviverem, a estarem em contacto com
tradições do mundo", ao mesmo tempo que "vão conhecendo também as
pessoas e os costumes de Entradas e de Castro Verde", num Entrudo marcado
pelas tradições portuguesas e pelo universo folk, precisou.
Nesta 15.ª edição do certame
realizada em Entradas, segundo a PédeXumbo, o tema escolhido para a programação
é a "Água", que "é vida e alegria quando abunda, tristeza e
preocupação quando escasseia ou inunda".
"Todos os anos queremos
reforçar algum tema que faça sentido na comunidade local e, este ano, queremos
passar uma mensagem muito forte para o trabalho que fazemos com a comunidade e
sobre a falta de água e como é que isso influencia a população", destacou
Marta Guerreiro.
É esse tema o ponto de partida do
projeto artístico que tem estado a ser desenvolvido, desde o início de janeiro,
com a comunidade de Entradas e de Castro Verde, quer crianças, quer idosos, e
que vai ser apresentado, no sábado, numa arruada pelas ruas da vila.
O projeto, dinamizado por Ana
Silvestre e Marcio Pereira e que junta as artes plásticas e o movimento, conta
com mais de 90 participantes, que vão pensar "a sua relação com a água, ou
melhor, a sua relação com a escassez de água no Alentejo", indicou a
associação.
"Os participantes estão a
criar um ser estranho, que nasce dessa ausência da água e que parece que
procura a água", revelou Marta Guerreiro.
Ao longo dos três dias do
festival, o público vai poder participar em oficinas, nomeadamente de danças
europeias, urbanas, brasileiras ou de 'bollywood', entre outras, de gastronomia
e de cante, assim como assistir a concertos de artistas "folk"
portugueses e estrangeiros.
O programa inclui ainda animação,
gastronomia, artesanato, atividades para crianças e famílias ou atuações
musicais numa taberna, em cafés e em restaurantes locais.
"As pessoas que vêm ao
Entrudanças já chegam com a ideia de se poderem sentar e comer torradas feitas
à lareira, como costuma acontecer, de partilharem um copo de vinho com os
velhotes que cantam ao balcão da taberna e de, à noite, se concentrarem no
centro recreativo para dançar nos bailes", contou a organizadora.
Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto Stock
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