Zillah Branco* | opinião
A guerra sempre foi o maior
recurso dos poderosos para extender os seus domínios apropriando-se das terras
para produção (e da mão de obra escrava já existente), de situações
geo-políticas para crescimento de alianças com vizinhos mais frágeis, e como
mercado para a sua produção de armas e destruição de camadas da população pobre
transformadas em soldados, ou seja, "bucha para canhão".
A demoniaca "trindade"
hoje composta por Trump, May e Macron, deram início a uma agressão à Síria, na
madrugada de 14/04/18, como prenúncio da Terceira Guerra Mundial. Cada chefe de
Estado age como um robô de um comando superior e papagueia uma estafada
justificação de "eliminação de armas químicas" para o monstruoso
crime contra a Paz, igual à "comprovada mentira" utilizada para
invadir e arrazar o Iraque em 2003. Os agressores não tiveram pejo em repetir
uma farsa, que mereceu a denúncia internacional contra a invenção de um
pretexto inexistente.
Para o sistema capitalista
globalizado a guerra é uma necessidade para: reafirmar o seu poder no planeta,
vender armas e consumir material bélico produzido por robôs, apropriarse da
situação geo-política no Oriente Médio, assenhorear-se das reservas de petróleo
da Síria, reduzir drásticamente a população civil que já vinha sendo
assassinada pelos grupos terroristas financiados pelos Estados Unidos e Israel,
e destruir um país que se destacou, entre os demais territórios árabes, por
ultrapassar as limitações medievais da cultura religiosa que existe como
pressão imposta por famílias dominantes nos países vizinhos, e proporcionar um
desenvolvimento moderno ao nível das nações ricas ocidentais.
Para a elite do sistema
capitalista que manobra as nações ocidentais mais desenvolvidas foi necessário:
levar ao poder governamental pessoas como Trump - visivelmente um boneco de
ventríloquo, irresponsável e desprovido de qualidades humanas - e Macron
(versão elitista europeia de robô moderninho), e promover o Brexit que deixou
todo o Império Britânico submetido ao poder comercial e político dos EU. Foi o
primeiro passo para dominar a União Européia e a própria ONU, que ainda mantêm
uma ponte socialdemocrata anti-fascista com a esquerda e as populações que se
consideram apolíticas no esforço por construir um mundo onde a paz e o trabalho
progressista garantam o desenvolvimento positivo da humanidade.
Com a divulgação das mentiras e
das ameaças de catástrofe de uma Terceira Guerra Mundial através da mídia
globalizada, a elite comandante pressiona os responsáveis governamentais das
nações dependentes da UE para, como nas duas Grandes Guerras anteriores,
aderirem à composição "aliada" (agora integrando a Alemanha), na nova
"guerra fria" contra Rússia, Síria, e os países que os apoiam na
região Oriental. Não utilizam ainda o jargão anterior
("anti-comunismo") que está implícito no conceito de
"guerra-fria" referido pelo Secretário da ONU.
Diante dos gravíssimos problemas
que têm ocorrido na Europa - com a política de desmonte do pouco que havia de
Estado Social e com o desemprego e miserabilização das populações para pagarem
as dívidas criadas pela política neo-liberal financeira (e mais a corrupção que
levou os governantes a esbanjarem o dinheiro dos contribuintes em obras
publicas faraônicas e desvios de verbas incontroláveis), os trabalhadores têm
manifestado a sua crescente consciência de classe explorada com manifestações
de todas as profissões - dos operários e auxiliares braçais aos tecnicos e
cientístas, dos auxiliares de saúde aos médicos, dos porteiros aos professores
ou juizes, dos jovens estudantes, artistas, pedagogos, funcionários públicos,
bancários, comerciários, todos os que trabalham e desenvolvem a sociedade. E as
famílias protestam contra os problemas criados por falta de verbas para manter
o ensino e a saúde em condições democráticas e apoio social aos idosos e
carenciados. Todos exigem o mínimo que uma socialdemocracia deveria oferecer.
Os protestos na Europa estão
identificados com os que levantam os povos latinoamericanos agora sob a onda de
golpes também nascidas da mesma elite supra-nacional que declara a Terceira
Grande Guerra. Contra quem?
Contra todos os que, de uma forma
ou outra, lutam contra os preconceitos que nos marginalizam - raciais, de
gênero, de liberdade de expressão - em defesa das populações abandonadas e
exploradas que perdem as esperanças de viverem. Contra Lula que é um símbolo do
defensor de uma sociedade organizada em função da maioria que é pobre e
lutadora. Contra os revolucionários que não desistem de construir uma sociedade
justa e soberana!
Lutemos todos contra a Guerra,
pela Paz e o respeito pela igualdade e a dignidade de toda a humanidade!
*Cientista Social, consultora do
Cebrapaz. Tem experiência de vida e trabalho no Chile, Portugal e Cabo Verde.
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