Mais países podem cortar relações
com Taiwan se a líder da ilha, Tsai Ing-wen, continuar se recusando a
reconhecer o princípio de uma só China, defendem especialistas da parte
continental da China.
A China e Burkina Faso retomaram
as relações diplomáticas no sábado, após o país da África Ocidental cortar as
relações com Taiwan na quinta-feira. O número de países com os chamados “laços
diplomáticos” com a ilha reduziu para 18.
Burkina Faso é o quarto país a
cortar relações com a ilha desde que Tsai, líder do partido pró-independência,
o Partido Progressista Democrático, assumiu o cargo em maio de 2016. Trata-se
do segundo país a se afastar da ilha neste mês, seguindo a República
Dominicana.
Em uma coletiva de imprensa
realizada no sábado, o chanceler chinês Wang Yi disse que a retomada dos laços
entre a China e Burkina Faso significou um passo em direção ao objetivo de
incluir todos os países africanos na grande família de cooperação amistosa
sino-africana.
"Apenas um país africano não
estabeleceu relações diplomáticas com a China e esperamos sinceramente que este
país se junte à família de amizade China-África em breve", disse Wang.
Liu Xiangping, professor de
estudos de Taiwan na Universidade de Nanjing, disse que a parte continental da
China tem uma influência muito maior em política, economia, cultura e questões
militares do que Taiwan, então é razoável que os países adotem a sua postura em
relação à ilha.
"A China é agora uma das
principais forças para promover o desenvolvimento econômico mundial. Vários países
estão dispostos a seguir o caminho do desenvolvimento e a sua vontade de cortar
relações com Taiwan se tornou mais forte", disse Liu.
Zhu Songling, professor do
Instituto de Estudos de Taiwan da Universidade da União de Beijing, disse que a
consistente recusa de Tsai para reconhecer o Consenso de 1992, que incorpora o
princípio de uma só China, prejudicou as relações entre os dois lados do
estreito de Taiwan e levou Beijing a considerar relações mais estreitas com
aqueles que apoiaram a ilha.
Zhu acrescentou que a recusa de
aceitar o Consenso de 1992 prejudicou a fundação política comum e o
desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito.
Liu, da Universidade de Nanjing,
indicou que quando o ex-líder de Taiwan, Ma Ying-jeou, estava no poder entre
2008 e 2016, o partido Kuomintang, que governava naquela altura, reconheceu o
Consenso de 1992 e manteve relações pacíficas entre os dois lados do Estreito.
Durante esse período, a parte continental da China recusou muitos pedidos de outros
países para estabelecer laços diplomáticos, disse ele.
Recentemente, a administração de
Taiwan dificultou ainda mais a comunicação entre os dois lados após rejeitar a
participação de oficiais de alto nível do partido KMT no Fórum através do
Estreito em Xiamen, na província de Fujian - uma plataforma não-política
destinada a melhorar a interação pessoal, intercâmbios econômicos e integração
cultural.
Tais ações prejudicaram ainda
mais as relações entre os dois lados do Estreito, e podem empurrar mais
"parceiros diplomáticos" da ilha para a parte continental da China,
disseram os especialistas.
Diário do Povo pt| Web editor:
Chen Ying, editor
Sem comentários:
Enviar um comentário