domingo, 3 de junho de 2018

Merkel afasta perdão de dívida a Itália. E defende Fundo Monetário Europeu


Chanceler alemã diz que a solidariedade na Zona Euro passa por ajudar os outros países a ajudarem-se a si mesmo, afastando qualquer perdão de dívida. Apoia a criação do Fundo Monetário Europeu.

A chanceler alemã afastou qualquer perdão de dívida a Itália, argumentando que o princípio da solidariedade entre os Estados membros da Zona Euro não deve passar pela transformação do bloco da moeda única numa união de partilha da dívida. Angela Merkel defendeu ainda a criação do Fundo Monetário Europeu, como propôs o Presidente francês.

“A solidariedade entre os parceiros do euro nunca deve levar a uma união da dívida, deve ser antes sobre ajudarmos os outros a ajudarem-se a si mesmo”, referiu Merkel numa entrevista ao Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung, citada pela agência Reuters, depois de questionada sobre os planos do Movimento 5 Estrela e da Liga Norte de pedir ao Banco Central Europeu (BCE) um perdão de dívida no valor de 250 mil milhões de euros.

“Irei abordar o novo Governo italiano de forma aberta e irei trabalhar com eles em vez de fazer especulações sobre as suas intenções”, disse ainda a governante alemã.

Na mesma entrevista, Merkel disse apoiar a ideia de transformar o fundo de resgate europeu no novo Fundo Monetário Europeu, com poderes para dar aos países membros em situação problemática linhas de crédito. O Presidente francês, Emmanuel Macron, já tinha defendido esta ideia, com o Fundo Monetário Europeu a funcionar como uma espécie de almofada para futuras crises na Zona Euro.

“Se toda a Zona Euro está em perigo, o Fundo Monetário Europeu deve ser capaz de assegurar crédito de longo prazo para ajudar os países. Esses empréstimos poderiam ser até 30 anos, com a condição de o país implementar haver reformas estruturais”, sublinhou.

“Além disso, posso imaginar a possibilidade de uma linha de crédito que seja de curto prazo, cinco anos por exemplo. Dessa forma seríamos capazes de colocar debaixo da nossa asa países que atravessem dificuldades devido a circunstâncias extraordinárias”, acrescentou.

ECO – Economia Online

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