A “novela” Robles-BE ainda hoje
dá letras na falta de melhor, também aqui no Curto que se segue. Sensatez do
autor do Curto de hoje na abordagem, tirando uma ou outra farpa. Se fossem
todos assim estávamos bem. Certo é que o “caso” surgiu com empolamentos, com
mentiras, com falta de investigação apurada. Esses autores de ficção foram uns
escribas de Maria-Vai-Com-As-Outras. Prescindiram do método com o rigor ético e
profissional dos jornalistas. E desses estão a haver demasiados. Pior para nós,
os leitores. Pior ainda mais para os que permitem serem manipulados.
Que o vereador do BE, Ricardo Robles,
“tinha ganho milhões de euros numa operação imobiliária” e era mentira.
Catarina também o disse, com verdade. Porém, esconder o bocadinho do sol com a
peneira também foi o que fez. Na verdade tudo indica que antes houve intenção
de Robles e associada (irmã?) de venderem com lucros especulativos um imóvel.
Depois alguém recuou, ao que se julga saber… Diz-se que “à mulher de César não
basta ser, tem de parecer”. Robles, não pareceu, à priori, realmente contra a
especulação imobiliária no que era de sua propriedade. Pois. Está dito. Comerem-nos
por parvos é que não.
Robles demitiu-se dos cargos
Mas Robles hoje demitiu-se de
vereador e dos órgãos do Bloco de Esquerda. Já é notícia. Fez bem. Alivia o BE
do fantasma que criou. Além disso agora já pode retomar o negócio
e-s-p-e-c-u-l-a-t-i-v-o com imóveis. Aquele que foi referido e outros mais.
Ninguém tem nada com isso. Uns milhões de euros mais dão um jeitão. A maioria
dos portugueses era o que queria, dava-lhes jeito e sempre seria um desafogo. Festa,
canastra e boa comidinha. Quem não quer?
Outros temas interessantes pode ler neste
Curto que apresentamos tardiamente e que vem a seguir. Amanhã é outro dia. Goze
o sol que aparece de vez em quando neste ‘inverão’. Saúde. (MM | PG)
Bom dia este é o
seu Expresso Curto
Venham a nós os “casos” políticos
Pedro Lima | Expresso
Bom dia,
Não há nada como uma boa história política, onde se confronta a conduta de um político com as declarações que foi fazendo ao longo dos anos, para animar estes tempos em que parte significativa dos portugueses mergulha de férias. Ainda para mais quando essa história é apimentada pelo facto de incidir sobre o Bloco de Esquerda e sobre o tema tão na ordem do dia da especulação imobiliária. O Bloco é o tradicional partido da contestação em Portugal e raramente é alvo de polémicas, por isso é natural um certo frisson em alguns sectores mais à direita com este tema que marcou o fim-de-semana.
O “caso Robles”, iniciado com a notícia do Jornal Económico de sexta-feira que dava conta de que o vereador da câmara de Lisboa, Ricardo Robles, do Bloco de Esquerda, tinha a intenção de vender um prédio em Alfama, adquirido em 2014, gerando uma mais-valia de 4,7 milhões de euros, continua assim a dar que falar. Luís Marques Mendes, no seu comentário deste domingo da SIC, resumia desta forma a sua análise ao caso: compromete a carreira política de Robles e o Bloco e a sua líder, Catarina Martins, “saem muito mal desta história”.
Não está em causa qualquer ilegalidade, mas sim a incongruência do discurso contra a especulação imobiliária e a prática de Robles – é o que mais se tem ouvido por estes dias. Mas Catarina Martins reagiu, algo enervada, disparando contra a imprensa e contra o PSD, que pediu a demissão de Robles. Rui Rio reagiu, algo irónico, dizendo que achou uma “certa piada” à reação da líder do Bloco. O prédio foi vandalizado – alguém pintou na parede a frase “Aqui podia morar gente”, o slogan que o partido utiliza para colocar em edifícios devolutos. E o caso parece começar a ter consequências dentro do próprio Bloco, a julgar pela afirmação feita na edição de hoje do jornal “i” por Luís Fazenda, fundador e dirigente do partido: “O Bloco tem de fazer uma reflexão e tirar conclusões”. Aguardam-se por isso reações a esta reação.
Entretanto, o tema já envolveu a Presidência da República, que veio desmentir ter na sua posse, à espera de promulgação, qualquer lei relacionada com o direito de preferência dos inquilinos na compra dos imóveis colocados à venda pelos proprietários. Catarina Martins tinha dito que só faltava a promulgação do Presidente para que essa lei, que "põe em causa interesses mobiliários", fosse para a frente mas afinal o Bloco teve de vir esclarecer que a lei já foi aprovada no Parlamento e cabe aos serviços da Assembleia da República enviá-la ao Presidente – o que ainda não aconteceu.
E, como é tradição nestas coisas, vão surgindo novas revelações de um caso que parece ter vindo para ficar e que não vai largar o Bloco de Esquerda tão cedo. O dono de um café de Alfama conta como foi “despejado” por Ricardo Robles.
Entretanto, enquanto o país se distrai com estes desenvolvimentos – e com as tricas políticas que lhe estão subjacentes -, há um Serviço Nacional de Saúde (SNS) em agonia. Francisco Louçã chamou-lhe o “incêndio deste verão”, no artigo que assina no caderno de Economia do Expresso deste sábado: “Vai ser preciso gastar muito para salvar o SNS, que hoje só sobrevive pela tenacidade e amor-próprio de profissionais desesperados”. Se não leu, não perca aqui.
E há transportes públicos a rebentar pelas costuras. O caso da CPé uma vergonha nacional, grita-se aos quatro ventos. Mas o que é certo é que ano após ano a situação piora. O Governo garante que agora é que é: o concurso para a compra de comboios está a ser preparado. E a supressão de comboios que está prevista, nomeadamente para as linhas de Cascais e de Sintra, só será válida durante os meses de agosto e setembro.
Não há nada como uma boa história política, onde se confronta a conduta de um político com as declarações que foi fazendo ao longo dos anos, para animar estes tempos em que parte significativa dos portugueses mergulha de férias. Ainda para mais quando essa história é apimentada pelo facto de incidir sobre o Bloco de Esquerda e sobre o tema tão na ordem do dia da especulação imobiliária. O Bloco é o tradicional partido da contestação em Portugal e raramente é alvo de polémicas, por isso é natural um certo frisson em alguns sectores mais à direita com este tema que marcou o fim-de-semana.
O “caso Robles”, iniciado com a notícia do Jornal Económico de sexta-feira que dava conta de que o vereador da câmara de Lisboa, Ricardo Robles, do Bloco de Esquerda, tinha a intenção de vender um prédio em Alfama, adquirido em 2014, gerando uma mais-valia de 4,7 milhões de euros, continua assim a dar que falar. Luís Marques Mendes, no seu comentário deste domingo da SIC, resumia desta forma a sua análise ao caso: compromete a carreira política de Robles e o Bloco e a sua líder, Catarina Martins, “saem muito mal desta história”.
Não está em causa qualquer ilegalidade, mas sim a incongruência do discurso contra a especulação imobiliária e a prática de Robles – é o que mais se tem ouvido por estes dias. Mas Catarina Martins reagiu, algo enervada, disparando contra a imprensa e contra o PSD, que pediu a demissão de Robles. Rui Rio reagiu, algo irónico, dizendo que achou uma “certa piada” à reação da líder do Bloco. O prédio foi vandalizado – alguém pintou na parede a frase “Aqui podia morar gente”, o slogan que o partido utiliza para colocar em edifícios devolutos. E o caso parece começar a ter consequências dentro do próprio Bloco, a julgar pela afirmação feita na edição de hoje do jornal “i” por Luís Fazenda, fundador e dirigente do partido: “O Bloco tem de fazer uma reflexão e tirar conclusões”. Aguardam-se por isso reações a esta reação.
Entretanto, o tema já envolveu a Presidência da República, que veio desmentir ter na sua posse, à espera de promulgação, qualquer lei relacionada com o direito de preferência dos inquilinos na compra dos imóveis colocados à venda pelos proprietários. Catarina Martins tinha dito que só faltava a promulgação do Presidente para que essa lei, que "põe em causa interesses mobiliários", fosse para a frente mas afinal o Bloco teve de vir esclarecer que a lei já foi aprovada no Parlamento e cabe aos serviços da Assembleia da República enviá-la ao Presidente – o que ainda não aconteceu.
E, como é tradição nestas coisas, vão surgindo novas revelações de um caso que parece ter vindo para ficar e que não vai largar o Bloco de Esquerda tão cedo. O dono de um café de Alfama conta como foi “despejado” por Ricardo Robles.
Entretanto, enquanto o país se distrai com estes desenvolvimentos – e com as tricas políticas que lhe estão subjacentes -, há um Serviço Nacional de Saúde (SNS) em agonia. Francisco Louçã chamou-lhe o “incêndio deste verão”, no artigo que assina no caderno de Economia do Expresso deste sábado: “Vai ser preciso gastar muito para salvar o SNS, que hoje só sobrevive pela tenacidade e amor-próprio de profissionais desesperados”. Se não leu, não perca aqui.
E há transportes públicos a rebentar pelas costuras. O caso da CPé uma vergonha nacional, grita-se aos quatro ventos. Mas o que é certo é que ano após ano a situação piora. O Governo garante que agora é que é: o concurso para a compra de comboios está a ser preparado. E a supressão de comboios que está prevista, nomeadamente para as linhas de Cascais e de Sintra, só será válida durante os meses de agosto e setembro.
OUTRAS NOTÍCIAS
Mais um título para o futebol português – a final do Euro sub-19 deu a vitória a Portugal frente à Itália. Foi um jogo cheio de golos, com algumas reviravoltas, mas em que Portugal levou a melhor vencendo por 4-3 – e é um bom augúrio para uma série de jogadores que há dois anos já se tinham sagrado campeões europeus sub-17 no Azerbaijão. E uma excelente notícia para o país, que tem pela frente mais uma geração de ouro. Pode ver aqui as fotos dos festejos dos novos campeões da Europa.
E vão… nove. José Maria Ricciardi vai também candidatar-se à presidência do Sporting. Se dúvidas houvesse de que o clube está vivo, o número de candidatos às eleições de 8 de setembro no Sporting talvez conseguisse dissipá-las. O antigo homem forte da banca de investimento do grupo Espírito Santo não surpreende com esta candidatura – há anos que declara publicamente o seu amor ao clube. Junta-se a Frederico Varandas, Pedro Madeira Rodrigues, Fernando Tavares Pereira, João Benedito, Zeferino Boal, Dias Ferreira, Carlos Vieira e Bruno de Carvalho na lista de candidatos.
Este domingo foi também dia de Chão da Lagoa, e logo com um regresso de peso: Alberto João Jardim deu um ar da sua graça e a sua presença foi mesmo um dos pontos altos da tradicional festa do PSD-Madeira. Enterrado o machado de guerra dentro do PSD madeirense, as baterias voltaram a estar viradas para o governo da República e para a Geringonça. Rui Rio também lá esteve, com elogios a Jardim. Segundo disse o líder do PSD, para alguém ser primeiro-ministro tem de ir primeiro ao Chão da Lagoa.
Os incêndios continuam na ordem do dia na cena internacional: na Grécia o balanço das vítimas mortais já vai nas 91 e na Califórnia os fogos voltaram a estar na ordem do dia neste fim-de-semana. Portugal tem estado livre desta tragédia este ano. E há mesmo especialistas que dizem que a probabilidade de grandes fogos este verão é muito baixa.
Vêm aí dias muito quentes, com os termómetros a poderem chegar aos 44 graus no Alentejo. A “culpa” é de uma massa de ar quente e seco vinda do Norte de África.
Foi libertada a adolescente palestiniana que agrediu dois soldados israelitas. Esteve oito meses presa e foi recebida em festa em Ramallah. É mais um símbolo da luta dos palestinianos em mais uma altura de ânimos exaltados naquela região do Médio Oriente.
Hoje é o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas. Há uma estimativa que aponta para que cerca de 21 milhões de pessoas sejam vítimas de trabalho forçado. O Papa Francisco pediu ontem uma luta firme contra este crime.
PRIMEIRAS PÁGINAS
“Algarve precisava de 67 médicos no Verão mas não chegou nenhum” – Público
“Disparam morte de condutores com álcool no sangue” – Jornal de Notícias
“Associação de proprietários diz que Ricardo Robles promove o alojamento local” – I
“160 casais esperam doação de esperma” – Correio da Manhã
“ANA tem de fazer mais estudos sobre o Montijo” – Jornal de Negócios
“São de ouro” – A Bola
“Putos de ouro” – Record
“Ouro ao minuto Éder” – O Jogo
O QUE EU ANDO A LER
“Saberes nómadas”, de Eduardo Esperança, professor no Departamento de Sociologia da Universidade de Évora, propõe-nos uma viagem em jeito de reflexão ao conhecimento, património e valores sociais num mundo em que a informação está por todo o lado.
“A nova necessidade de atenção cresceu a tal ponto que começou a crescer o número de companhias que pagam a quem visitar os seus sites”, pode ler-se numa das passagens do livro sobre “o valor da atenção”.
“Ocorre-me frequentemente ter de mostrar aos meus alunos mais jovens como era o trabalho de investigação antes do Google e da Web, frente a uma estante com livros e muitos papéis em cima da mesa; deslocações infindáveis às bibliotecas onde se poderia encontrar tal documento ou livro, e o prazer, que entretanto desapareceu, de fazer uma viagem de dois ou três mil quilómetros, a Paris ou a Londres, para encontrar um livro, uma edição, uma biblioteca e voltar com a sensação de ter acrescentado uns metros ou um nó ao novelo do conhecimento”, conta o autor.
Por agora é tudo, tenha um excelente dia e continue a acompanhar o que mais interessa no mundo em expresso.impresa.pt e no Expresso Diário a partir das 18h.
Mais um título para o futebol português – a final do Euro sub-19 deu a vitória a Portugal frente à Itália. Foi um jogo cheio de golos, com algumas reviravoltas, mas em que Portugal levou a melhor vencendo por 4-3 – e é um bom augúrio para uma série de jogadores que há dois anos já se tinham sagrado campeões europeus sub-17 no Azerbaijão. E uma excelente notícia para o país, que tem pela frente mais uma geração de ouro. Pode ver aqui as fotos dos festejos dos novos campeões da Europa.
E vão… nove. José Maria Ricciardi vai também candidatar-se à presidência do Sporting. Se dúvidas houvesse de que o clube está vivo, o número de candidatos às eleições de 8 de setembro no Sporting talvez conseguisse dissipá-las. O antigo homem forte da banca de investimento do grupo Espírito Santo não surpreende com esta candidatura – há anos que declara publicamente o seu amor ao clube. Junta-se a Frederico Varandas, Pedro Madeira Rodrigues, Fernando Tavares Pereira, João Benedito, Zeferino Boal, Dias Ferreira, Carlos Vieira e Bruno de Carvalho na lista de candidatos.
Este domingo foi também dia de Chão da Lagoa, e logo com um regresso de peso: Alberto João Jardim deu um ar da sua graça e a sua presença foi mesmo um dos pontos altos da tradicional festa do PSD-Madeira. Enterrado o machado de guerra dentro do PSD madeirense, as baterias voltaram a estar viradas para o governo da República e para a Geringonça. Rui Rio também lá esteve, com elogios a Jardim. Segundo disse o líder do PSD, para alguém ser primeiro-ministro tem de ir primeiro ao Chão da Lagoa.
Os incêndios continuam na ordem do dia na cena internacional: na Grécia o balanço das vítimas mortais já vai nas 91 e na Califórnia os fogos voltaram a estar na ordem do dia neste fim-de-semana. Portugal tem estado livre desta tragédia este ano. E há mesmo especialistas que dizem que a probabilidade de grandes fogos este verão é muito baixa.
Vêm aí dias muito quentes, com os termómetros a poderem chegar aos 44 graus no Alentejo. A “culpa” é de uma massa de ar quente e seco vinda do Norte de África.
Foi libertada a adolescente palestiniana que agrediu dois soldados israelitas. Esteve oito meses presa e foi recebida em festa em Ramallah. É mais um símbolo da luta dos palestinianos em mais uma altura de ânimos exaltados naquela região do Médio Oriente.
Hoje é o Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas. Há uma estimativa que aponta para que cerca de 21 milhões de pessoas sejam vítimas de trabalho forçado. O Papa Francisco pediu ontem uma luta firme contra este crime.
PRIMEIRAS PÁGINAS
“Algarve precisava de 67 médicos no Verão mas não chegou nenhum” – Público
“Disparam morte de condutores com álcool no sangue” – Jornal de Notícias
“Associação de proprietários diz que Ricardo Robles promove o alojamento local” – I
“160 casais esperam doação de esperma” – Correio da Manhã
“ANA tem de fazer mais estudos sobre o Montijo” – Jornal de Negócios
“São de ouro” – A Bola
“Putos de ouro” – Record
“Ouro ao minuto Éder” – O Jogo
O QUE EU ANDO A LER
“Saberes nómadas”, de Eduardo Esperança, professor no Departamento de Sociologia da Universidade de Évora, propõe-nos uma viagem em jeito de reflexão ao conhecimento, património e valores sociais num mundo em que a informação está por todo o lado.
“A nova necessidade de atenção cresceu a tal ponto que começou a crescer o número de companhias que pagam a quem visitar os seus sites”, pode ler-se numa das passagens do livro sobre “o valor da atenção”.
“Ocorre-me frequentemente ter de mostrar aos meus alunos mais jovens como era o trabalho de investigação antes do Google e da Web, frente a uma estante com livros e muitos papéis em cima da mesa; deslocações infindáveis às bibliotecas onde se poderia encontrar tal documento ou livro, e o prazer, que entretanto desapareceu, de fazer uma viagem de dois ou três mil quilómetros, a Paris ou a Londres, para encontrar um livro, uma edição, uma biblioteca e voltar com a sensação de ter acrescentado uns metros ou um nó ao novelo do conhecimento”, conta o autor.
Por agora é tudo, tenha um excelente dia e continue a acompanhar o que mais interessa no mundo em expresso.impresa.pt e no Expresso Diário a partir das 18h.
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