Tancos passou a Tangos. Estão a
dar-nos música, civil e militarmente. Política e militarmente. Acabe-se com a
PJM porque o M significa “farinha do mesmo saco”. Há militares que são criancinhas
grandes com imaginações férteis e pérfidas. Há na atualidade generais de plástico,
quase 100 deles, e daí quantos são militares verticais?
Na atualidade “a tropa” passou a ser uma brincadeira
de pseudo maiores de idade que ainda não cresceram o suficiente para dar conta
dos recados daquela digna profissão. Em imensos elementos as cabeças são vãs e
para condizer 'prantaram' um ministro da defesa a condizer com o ramalhete. Tancos
passou a Tangos. Querem e estão a dar-nos música. A balbúrdia, a rapsódia, é tal
que os responsáveis em “estrelas” e dos “canudos” ministeriais compuseram uma pauta que é só uma terrifica cacofonia.
O que eles querem é que os
portugueses dancem ao som daqueles horrendos Tangos. Os grandes, com
responsabilidades maiores, tiveram sempre no caso, por posição, baldarem-se. Uns quantos “pequenotes”
já levaram as tradicionais “porradas” militares… E os cretinos engravatados e
estrelados julgaram-se impunes perante a “bandalheira” que generalam e ministram, sendo que mais
nada sabem fazer para além disso. É o que está há vista.
Por certo ainda haverá militares
a sério, dignos, nas forças armadas portuguesas. É impossível que não existam.
Mas o quê, estão nas prateleiras? No DGNVG (Direção Geral dos que Não Vão em
Grupos)? Apostemos que sim. E políticos capazes, não trafulhas, não mentirosos,
honestos e etc. Ah, isso é quase impossível. Talvez restem uns quantos no
ativo, mas o mais certo é até nem existirem. É o que temos, e o Curto de hoje
aborda – outra vez – o tema sobre uns militares desonrosos e trafulhas e políticos
do mesmo jaez, a começar pelo ministro da defesa. Defesa de quê e de quem? De
seitas? Só pode. Porque da dignidade dos militares, da transparência, da
justiça, da democracia é que não. E Costa chama-lhe - ao ministro - “um brinquinho” quando ele
afinal é um grande “janado” – como, aliás, já se perspetivava quando foi nomeado
e tomou posse na pasta da Defesa.
Tirem-nos deste filme dos Tangos
e da tanga! (MM | PG)
Bom dia este é o seu Expresso
Curto
Venha daí... descortinar
Pedro Santos Guerreiro | Expresso
- Houve ou não reunião?
- Houve.
- O chefe de gabinete recebeu ou não um documento sobre a operação de encobrimento?
- Recebeu.
- Então sabia ou não sabia?
- Não descortinou.
O diálogo é imaginário, os factos não. E é uma espécie de “com a verdade me enganas”. O antigo chefe de gabinete do ministro da Defesa, que começou por dizer não ter descortinado nenhuma irregularidade nem encobrimento de suspeitos na reunião que teve no final do ano passado com o investigador da PJM Vasco Brazão, já confirmou ter recebido então documentação sobre a recuperação de armas. Entregou ontem essa documentação ao juiz de instrução do processo. Leu mas não percebeu, portanto.
Como revelamos aqui, o memorando da PJM entregue no Ministério da Defesa explicava a operação de encobrimento, referindo explicitamente que a chamada anónima para o piquete da PJM fora encenada pela própria polícia militar e que a entrega das armas fora feita na condição de a PJ não ser envolvida. O texto não identifica o informador (daí o então chefe de gabinete não ter descortinado nada sobre suspeitos).
Na investigação então em curso, e como também revelamos aqui, a PJM suspeitava que as munições desaparecidas de Tancos eram para as armas roubadas na PSP, as 57 Glocks que desapareceram do armeiro da sede da Polícia seis meses antes do assalto a Tancos. Destas, sete já foram recuperadas – e todas estavam nas mãos de traficantes de droga.
Procuram-se culpas, encontram-se desculpas. Começando pela hierarquia militar, como escreve Daniel Oliveira no Expresso Diário: “Eu quero saber porque é que as chefias militares ainda não deram explicações e ainda estão nos seus lugares. Os comandantes desta gente são o chefe do Estado Maior das Forças Armadas e o chefe do Estado Maior do Exército, não é o ministro.”
“O cerco a Azeredo Lopes está a apertar-se”, escreve por sua vez Manuel Carvalho no Público, “a cada dia que passa, a sua sustentação política é cada vez mais frágil”. O ministro da Defesa não sabia o que o seu chefe de gabinete disse que não descortinou? Ou foi também informado na mesma reunião por telefone, como denunciou Vasco Brazão?
Os testemunhos do antigo chefe de gabinete e do ex-diretor da PJM Luís Vieira, que estavam na reunião (já confirmada) onde foi entregue documentação (já confirmada), serão essenciais para deslindar: a defesa de Vasco Brazão quer que ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes “honre a verdade”. Já António Costa, durante o debate quinzenal de ontem na Assembleia da República de ontem em que pouco interessou além de Tancos, declarou de novo total confiança em Azeredo Lopes, garantindo que Azeredo Lopes desconhecia conteúdo do relatório de Tancos.
Azeredo Lopes é em 2018 o que Constança Urbano de Sousa foi em 2017: um ministro diminuído que se manterá até ao limite do possível, servindo como tampão político da polémica, que assim não sobe na hierarquia do governo. Porque o resto daquele diálogo imaginário, sobre quem então saberia ou não saberia, nem precisa de ser escrito.
- Houve.
- O chefe de gabinete recebeu ou não um documento sobre a operação de encobrimento?
- Recebeu.
- Então sabia ou não sabia?
- Não descortinou.
O diálogo é imaginário, os factos não. E é uma espécie de “com a verdade me enganas”. O antigo chefe de gabinete do ministro da Defesa, que começou por dizer não ter descortinado nenhuma irregularidade nem encobrimento de suspeitos na reunião que teve no final do ano passado com o investigador da PJM Vasco Brazão, já confirmou ter recebido então documentação sobre a recuperação de armas. Entregou ontem essa documentação ao juiz de instrução do processo. Leu mas não percebeu, portanto.
Como revelamos aqui, o memorando da PJM entregue no Ministério da Defesa explicava a operação de encobrimento, referindo explicitamente que a chamada anónima para o piquete da PJM fora encenada pela própria polícia militar e que a entrega das armas fora feita na condição de a PJ não ser envolvida. O texto não identifica o informador (daí o então chefe de gabinete não ter descortinado nada sobre suspeitos).
Na investigação então em curso, e como também revelamos aqui, a PJM suspeitava que as munições desaparecidas de Tancos eram para as armas roubadas na PSP, as 57 Glocks que desapareceram do armeiro da sede da Polícia seis meses antes do assalto a Tancos. Destas, sete já foram recuperadas – e todas estavam nas mãos de traficantes de droga.
Procuram-se culpas, encontram-se desculpas. Começando pela hierarquia militar, como escreve Daniel Oliveira no Expresso Diário: “Eu quero saber porque é que as chefias militares ainda não deram explicações e ainda estão nos seus lugares. Os comandantes desta gente são o chefe do Estado Maior das Forças Armadas e o chefe do Estado Maior do Exército, não é o ministro.”
“O cerco a Azeredo Lopes está a apertar-se”, escreve por sua vez Manuel Carvalho no Público, “a cada dia que passa, a sua sustentação política é cada vez mais frágil”. O ministro da Defesa não sabia o que o seu chefe de gabinete disse que não descortinou? Ou foi também informado na mesma reunião por telefone, como denunciou Vasco Brazão?
Os testemunhos do antigo chefe de gabinete e do ex-diretor da PJM Luís Vieira, que estavam na reunião (já confirmada) onde foi entregue documentação (já confirmada), serão essenciais para deslindar: a defesa de Vasco Brazão quer que ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes “honre a verdade”. Já António Costa, durante o debate quinzenal de ontem na Assembleia da República de ontem em que pouco interessou além de Tancos, declarou de novo total confiança em Azeredo Lopes, garantindo que Azeredo Lopes desconhecia conteúdo do relatório de Tancos.
Azeredo Lopes é em 2018 o que Constança Urbano de Sousa foi em 2017: um ministro diminuído que se manterá até ao limite do possível, servindo como tampão político da polémica, que assim não sobe na hierarquia do governo. Porque o resto daquele diálogo imaginário, sobre quem então saberia ou não saberia, nem precisa de ser escrito.
OUTRAS NOTÍCIAS
- Não o critiquem demasiado nos
jornais, isso só o ajuda!
- Mas como não criticar um candidato racista, machista, antidemocrata e autoritário?
Este outro diálogo imaginário pareceria de doidos até há dois anos. Não o é desde a eleição de Donald Trump nos EUA e volta a aplicar-se nas eleições que deram a vitória na primeira volta a Jair Bolsonaro no Brasil.
Muitos jornalistas e colunistas são instintivamente críticos contra ambos os candidatos, por uma razão óbvia: eles representam o contrário dos princípios de liberdade e democracia que fundam o próprio jornalismo moderno. Mas a crítica simplificada e baseada em qualificativos contribui para extremar posições, não entre quem concorda e quem discorda, mas entre os que atacam e os que defendem. E se a crítica decorre de investigações aprofundadas, então as redes sociais são usadas para descredibilizá-las, para disseminar contrainformação, desinformação, manipulação ou mesmo confusão, até ao ponto da consumada substituição da verdade pela perceção. Nos Estados Unidos foi sobretudo o Twitter, no Brasil é o Whatsapp, onde até “Jesus Cristo vira fiador e algoz de candidatos”, exemplifica a Folha de São Paulo. “Será possível um ditador potencial ganhar eleições?”, pergunta Luís Campos e Cunha no Observador. “Infelizmente, a resposta é sim.” Já há duas sondagens para a segunda volta do Brasil: Bolsonaro vence
As bolsas ocidentais abriram hoje em queda pronunciada, depois das bolsas asiáticas terem afundado. É a reação às notícias da assembleia anual do FMI, que anunciou uma revisão em baixa da previsão para o crescimento económico mundial para este ano e para o próximo, alertando para os riscos da escalada na guerra comercial iniciada pela Administração Trump.
O Tribunal de Contas vai auditar privatização da ANA, a pedido do PS, noticia o Público. Como o Expresso revelou na quinta feira, o Estado foi processado em Bruxelas por lucros excessivos da concessionárias de aeroportos.
O Governo vai recorrer de chumbo do Tribunal de Contas ao reforço do Siresp. Ontem, o Ministério da Administração Interna anunciou que vai recorrer do acórdão conhecido horas antes. Como escreve o jornalista Paulo Paixão, “foi uma resposta mais célere do que muitas comunicações do Siresp em momentos de emergência”.
O Governo autorizou CP a comprar 22 comboios por €168 milhões. A maioria do investimento em causa será assegurada por fundos europeus.
No fim do primeiro de seis dias não consecutivos de greve dos enfermeiros, ontem, centenas de cirurgias foram canceladas por todo o país. No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, só trabalham 10 dos 50 enfermeiros dos blocos operatórios. Os sindicatos exigem que o Governo apresente uma nova proposta para reorganizar a carreira.
Há 50 milhões de euros para empresários regressados da Venezuela, noticia o Público. “Emprego, assistência médica e crédito a empresários foram as medidas levadas pelo secretário de Estado das Comunidades aos portugueses e luso-descendentes na Venezuela.”
Numa escola do Porto (a Escola Básica Francisco Torrinha) miúdos de nove anos receberam um inquérito em que tinham de responder se namoram, se já namoraram e se se sentem atraídos por homens, mulheres ou ambos. Em entrevista ao Expresso, o psiquiatra Daniel Sampaio defende a importância de abordar o tema com os alunos, mas admite que colocar determinadas questões às crianças sem o “necessário enquadramento” não faz sentido.
A defesa de Cristiano Ronaldo reagiu ontem à acusação de violação: o acordo com Kathryn Mayorga não é negado, a acusação é. Os advogados falam de documentos roubados, manipulados e “puras invenções”.
Paulo Dentinho abandonou a direção de informação da RTP, na sequência da contestação interna gerada com a publicação de um post no Facebook sobre violações, interpretado como uma crítica a Cristiano Ronaldo (que nele não é explicitamente nomeado).
O senado irlandês aprovou uma lei que obriga a colocar um anúncio contra o risco de cancro nas etiquetas das bebidas alcoólicas e um preço mínimo. A iniciativa visa reduzir o "consumo destruidor" de álcool no país.
Foi anunciado o programa do Fórum do Futuro deste ano, no Porto. De
FRASES
“Há 177 países que saíram da crise mais depressa do que Portugal. (…) vem por aí outra crise. Não sabemos quando, nem como, nem de que forma, mas todos os economistas e analistas sabem.” Henrique Monteiro, no Expresso Diário.
“O conceito de portas giratórias não se aplica a mim”. Miguel Barreto, ex-diretor geral de Energia, que depois desse cargo se tornou acionista da Home Energy, que venderia à EDP.
“Um canalha à porta do Planalto”. Francisco Assis, no Público.
“Há muitas pessoas que estão habituadas ao Sporting ser um circo, um produto televisivo de chacota, mas esse tempo acabou”. Frederico Varandas, citado na Tribuna Expresso.
O QUE EU ANDO A LER
Por exemplo este artigo do New York Times, sobre um relatório das Nações Unidas divulgado segunda feira, que revela um retrato sobre os efeitos das alterações climáticas muito mais negro do que o pintado em relatórios anteriores. O risco de crises severas de escassez de alimentos ou de grandes incêndios é apontado já para 2040. Impedi-lo, escreve o painel de cientistas, implica “transformar a economia mundial a uma velocidade e a uma escala sem precedentes históricos.
Por exemplo, este texto no Expresso sobre a obesidade, ou melhor, sobre o preconceito na própria classe médica. “Ele olhou para mim e disse: ‘Ai é? Então se você quer continuar uma vaca gorda, continue assim’”. A frase foi ouvida por uma mulher numa consulta de endocrinologia, quando tinha 136 quilos e o estatuto de obesa mórbida. Depois de dietas, uma banda gástrica, um bypass gástrico, perdeu peso mas também perdeu ferro, vitamina B, zinco, ácido fólico, sais minerais e proteínas. Voltou à sala de operações. Hoje pesa 70 quilos.
Por exemplo a série que estamos a publicar no Expresso Diário de retratos no Líbano, onde uma em cada seis pessoas é refugiada. No terceiro de cinco artigos, agora publicado (os anteriores podem ser lidos aqui e aqui), o retrato é de Nada Hassan, psicóloga dos Médicos sem Fronteiras numa clínica no Vale de Bekaa, onde vivem em acampamentos improvisados milhares de refugiados fugidos da Síria, onde a guerra já matou quase meio milhão de pessoas mas provocou também uma outra calamidade, mais difícil de quantificar: a saúde mental das pessoas que, sobrevivendo, não conseguem apagar da memória a violência e a morte que testemunharam. “Eu planto a esperança”, diz Nada Hassan. “Como uma semente mesmo”.
Tenha um excelente dia.
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