O Primeiro Ministro Jorge Bom
Jesus, anunciou esta quarta feira no parlamento que o futuro do país está
comprometido. Foi no debate parlamentar sobre o Estado da Nação. O Primeiro
Ministro fez uma radiografia preocupante da situação do país.
Os números apresentados pelo
Primeiro Ministro aos deputados, espelham o actual Estado da Nação são-tomense.
O crescimento económico para 2018 estava previsto para atingir 5%, mas vai
ficar entre 2 e 3 %. A inflação que em 2014 situava-se nos 6%, disparou em 2018
para 9%,, quando o anterior governo, prometeu para este ano baixar a inflação,
até 5,6%.
As reservas cambiais que em
2014 garantiam 6 meses de importação, e que em nenhum outro momento estiveram
abaixo do limite fixado pelos parceiros internacionais, nomeadamente o FMI;
acabaram por baixar em 2018 ao ponto de por em risco os compromissos
internacionais. «As reservas internacionais líquidas cobrem actualmente
apenas 2 meses de importação, pondo em risco a âncora cambial da dobra face ao
euro», explicou o Primeiro Ministro.
Por outro lado São Tomé e
Príncipe contraiu dívidas a um nível que não consegue pagar. O Primeiro
Ministro anunciou que até junho passado, o fardo da dívida era de 332 milhões
de dólares. «Sendo que precisam ainda de ser confirmados muitos engajamentos que
não estão registados oficialmente e que podem aumentar substancialmente»,
frisou.
O Ministro das Finanças, Osvaldo
Vaz, interveio para actualizar os números da dívida nacional. « Em 2014
tínhamos uma dívida de 260 milhões de dólares, mais 45 milhões de dólares
que é o aval que o Estado são-tomense deu a ENCO para fornecimento de
combustíveis a EMAE, totalizava 306 milhões de dólares», precisou o ministro.
E agora em 2018, qual é a
situação? O ministro das Finanças esclareceu. « Em novembro de 2018 a dívida do país era de
495 milhões de dólares e mais a dívida para com a ENCO, temos agora um total de
587 milhões de dólares. Mas isto sem falar das dívidas que vários ministérios e
sectores autónomos têm e que não estão registadas», esclareceu Osvaldo Vaz.
A divida pública cresceu cerca de
91% entre 2014 e 2018, acrescentou o ministro.
O fardo da dívida a par da
regressão económica, provocou a explosão do desemprego e o futuro está
comprometido. «O futuro do país está comprometido. Gastou-se muito em
comunicações e viagens. Que benefícios concretos resultaram destas viagens?
Enquanto isso o subsídio dos idosos, regista um atraso de 2 anos», afirmou o
Primeiro Ministro.
Os números avançados pelo
Governo, indicam que o ex-Primeiro Ministro gastou mais de 600 mil dólares em
viagens, e 1 milhão de dólares em comunicações.
A bancada da ADI reagiu através
de Abnilde d´Oliveira. «A verdade senhor Primeiro Ministro é que São Tomé e
Príncipe, está melhor do que estava em 2014, quando o ADI assumiu o poder
através de uma maioria absoluta naquilo que sobretudo diz respeito ao
desenvolvimento humano», declarou o líder da bancada parlamentar do maior
partido da oposição.
No fim do debate, o Primeiro
Ministro e a oposição, chegaram a conclusão de que apesar de tudo estar comprometido,
continua firme a esperança do país no futuro.
Abel Veiga | Téla
Nón
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