Quinta-feira e parece primavera. As
alterações climáticas, as quatro estações do ano perfeitamente definidas
acabou. Estamos em Fevereiro e em Portugal o frio era característica permanente.
E chovia a potes. O sol encolhia-se por entre as nuvens. Em Fevereiro era inverno e já
muitos ansiavam pela primavera porque as frieiras lhes roíam a pele. Tudo isso
já lá vai. Temperaturas mínimas de 2 e 3 graus, em Lisboa, eram frequentes e comuns em Janeiro e
Fevereiro, às vezes até meados de Março. Agora nem pensar, a não ser num ou noutro
dia. Isto anda tudo diferente, para pior. Para diferente no anúncio de que a
natureza e as condições climatéricas reagem aos abusos da sociedade dos humanos
e que vamos pagar uma fatura elevadíssima no futuro. Aliás, fatura que já
estamos a pagar. Cá se fazem, cá se pagam. Urge reverter os nossos
comportamentos nas agressões massivas ao ambiente, à natureza.
Bom dia, esta é a entrada do PG a
antecipar o Expresso Curto. Pedro Santos Guerreiro, diretor do burgo Balsemão
naquele nicho, é quem o serve.
Na abertura vai direto a Donald
Trump. Ele sugere armar os professores e funcionários escolares para evitar
massacres. Ou seja: Trump quer que o consumo de armas aumente para as instalar
nas escolas. Quantos milhões lhe prometeram de “luvas” da indústria do
armamento por esta ideia expansiva dos previsto lucros é que não se sabe. Por
aqui se vê quanto não vale como presidente e ser humano aquele trambolho da
humanidade. Era uma obra piedosa, para os EUA e para o mundo, legalmente
declararem Donald Trump inapto para o cargo que exerce. O sujeito é louco, só
pode ser.
Vá ler, se tiver curiosidade ou
interesse pelo assunto e pelo que escreve a jornalista.
Nesta primavera anormal, neste
clima absolutamente alterado e que nos faz entender muito bem porque até em
Portugal a seca severa se instalou, tenha mesmo assim um bom resto de dia. Se não
conseguir que seja realmente bom… Olhe, que o passe o melhor possível.
Até amanhã. (MM | PG)
Bom dia este é o seu Expresso
Curto
Pedro Santos Guerreiro | Expresso
| opinião
Ele disse mesmo isto?! Sim, disse
Pois disse, não é erro, não há um
erre a mais na palavra, Donald Trump não admite amar professores, “
admite
armar professores”. E não, não foi uma frase no meio de nada, foi mais
de
um minuto a falar sobre o assunto, em que o Presidente dos Estados
Unidos precisou de levar
uma
cábula (apanhada pelo fotógrafos) para dizer a pais que perderam os filhos
coisas como “eu ouço-vos”.
Mas o Presidente norte-americano não só ouviu, também falou. E falou numa sala
com sobreviventes e familiares do tiroteio de há uma semana na escola
secundária de Stoneman Douglas, em Parkland (Florida), onde Nikolas Cruz, um
ex-aluno de 19 anos, entrou e disparou a eito. Morreram 17 pessoas.
“Se tivessem um professor armado, ele poderia acabar com o ataque muito
depressa”, disse Trump, afirmando que as escolas poderiam armar 20% dos
professores para travar “maníacos” que tentem atacá-los.
“Se o treinador tivesse uma arma no cacifo, não teriam de ter fugido, ele teria
disparado sobre o atirador e seria o fim de tudo aquilo”, afirmou o presidente.
“Para um maníaco - e porque todos eles são um cobardes - uma zona livre de
armas é o mesmo que dizer ‘vamos lá atacá-los porque não vão disparar de
volta’… [Dar armas a professores] é certamente algo que vai ser discutido”,
garantiu. Trump pediu que quem concordava com a solução erguesse as mãos.
Alguns levantaram. Outros não.
“Quantas crianças têm de ser baleadas?”,
perguntou ao
Presidente um pai de uma rapariga de 18 anos que foi assassinada. Um grupo de
alunos juntara-se em frente à Casa Branca para protestar, exigindo que sejam tomadas
medidas para controlar o uso de armas.
O
New
York Times mostra como a NRA, organização que faz lóbi pelo uso de
armas, tem canais nas redes sociais altamente virais. E o
Vox
analisa dados que mostram a dimensão do problema americano, num
trabalho assinado por um jornalista que escolhe o seguinte título para o seu
artigo: “Eu faço a cobertura violência com armas há anos. As soluções não são
um grande mistério”.
A Amnistia Internacional culpa Trump por um retrocesso mundial nos recursos
humanos (no El Pais).
OUTRAS NOTÍCIAS
O novo secretário-geral do PSD, Feliciano Barreiras Duarte,
já
tomou a palavra no Parlamento para apresentar as prioridades do partido
agora liderado por Rui Rio, como as "políticas amigas da família", o
cuidado dos idosos ou a aposta no SNS. É o começo da era Rio na Assembleia
da República, em que o PS saúda o diálogo e o PCP teme “convergências” com
socialistas.
Fernando Negrão vai hoje a votos como candidato único à liderança parlamentar
do PSD, recusando colocar qualquer fasquia
para
assumir o cargo.
Consensos entre Costa e Rio? Os analistas consideram que há espaço para
tal na descentralização e nos fundos europeus, não nas áreas da Justiça,
Segurança Social, Educação e Saúde. Mas (ainda) só há consenso na urgência do
debate.
“Conheço-os bem. Nada me surpreende”,
afirmou
ontem o Presidente da República, referindo-se aos líderes partidários,
durante a visita oficial a São Tomé e Príncipe.
Ontem,
Marcelo Rebelo de Sousa assumiu a responsabilidade portuguesa numa ferida
aberta do colonialismo, o massacre de Batepá: a 3 de fevereiro de 1953, o
então governador de Lobata mandou esmagar um protesto de trabalhadores negros
que reclamavam melhor salário. Centenas de pessoas morreram.
Com Rui Rio no PSD, retoma-se a “normalidade democrática”, mas isso “não quer
dizer que vamos morar para a casa uns dos outros”, diz o ministro-adjunto Pedro
Siza Vieira, em
entrevista
à Renascença e ao Público. O governante afirma que “não há razão para
por em causa” os acordos de esquerda e, prosseguindo a sua metáfora
imobiliária, compara as relações do governo com os demais partidos com reuniões
de condomínio.
(Há três dias, Rui Sá, que esteve dez anos como vereador da Câmara do Porto
pela CDU tendo Rui Rio como presidente, escrevia sobre “
O
Rui Rio que eu conheço”, descrevendo-o como “um fanático da organização e
do método”, “mas não pensem que Rio é um estudioso de dossiês. Não. Conhece-os
pela rama.”; “é um interlocutor de confiança” que se move “por convicções” e
“por ódios de estimação”, que não muda de direção e “adora a sua imagem”).
O Parlamento aprovou por unanimidade
audições
sobre o negócio TVI/Altice, que está ainda sob aprovação dos
reguladores. Administrações e direções de informação das televisões serão
ouvidas, assim como ministro da Cultura. Entretanto, o projeto do Bloco de
Esquerda para nacionalizar as redes geridas pela PT/Altice será discutido a
16 de março.
O descongelamento ainda não chegou ao bolso da função pública,
noticia
o DN. A maioria dos que vão progredir na carreira não recebe ainda mais
dinheiro este mês. Os sindicatos receiam atrasos.
2017 foi ano recorde de turistas estrangeiros em Portugal – e esse
recorde representou um ganho de 15,2 mil milhões de euros para as
contas do país,
escreve
o Público, a partir de dados do Banco de Portugal.
Este crescimento acontece também por causa da forte promoção do Turismo de
Portugal, que é o maior anunciante nacional em plataformas, aplicações e sites
internacionais. Esta semana, o
Turismo
de Portugal assinou com a OMG Portugal um novo contrato para
planeamento e compra da campanha de publicidade digital: mais 10 milhões
de euros, valor idêntico ao investido no ano passado.
CEO
da Ryanair arrasa tudo: ANA e TAP “conspiram”, constrangimento aéreo é
“treta” e não ameacem com “greves tontas”. Michael O’Leary fala em
“constrangimentos artificiais” para o “atraso” na abertura do aeroporto
complementar ao Humberto Delgado e, em declarações ao Expresso, diz que tal
“atraso” “só serve para duas coisas – para benefício da ANA, para que possa
aumentar as taxas aeroportuárias na Portela, e para o benefício da TAP, para
que não tenha muita concorrência em Lisboa”. E aos tripulantes da TAP, deixa um
recado: “Não nos ameacem com greves tontas”.
O Novo Banco está a estudar uma mudança de imagem, escreve
o
Público.
Nuno Mota Pinto pagou dívida nas vésperas de saber-se que ia liderar o Montepio.
O gestor, cuja nomeação ainda aguarda aprovação do Banco de Portugal,
estava
da lista de devedores do supervisor, por causa de uma dívida de 80 mil
euros em atraso ao Novo Banco.
A administração dos CTT está a enviar cartas aos trabalhadores
tentando desmobilizá-los da greve marcada para sexta-feira.
O
Eco revela o conteúdo das missivas, onde se lê que a “greve tem motivos
exclusivamente políticos e ideológicos”.
Na Autoeuropa, a integração de 250 operários desbloqueia acordo salarial. Os
salários sobem 3,2%, com retroativos a outubro, escreve
o
DN.
“Joaquim Coimbra perde tudo e vive com pensão de 3.816 euros”,
escreve
o Negócios. O empresário farmacêutico que construiu um império com a
Labesfal e a Jaba, foi acionista dos falidos BPN e BPP e integrou os órgãos do
PSD, quer entregar todo o seu património aos credores: tem dívidas de 137,4
milhões de euros.
Incêndios. Como o
Expresso
noticiou no sábado, as autarquias dizem não ter meios para garantir que a
limpeza de todos os terrenos esteja concluída na data prevista. O governo
garante que punirá as autarquias que não cumprirem o prazo. (Recorde-se que a
limpeza dos terrenos nas freguesias de primeira prioridade tem de estar
concluída até 15 de março. E todas, incluindo as de segunda prioridade, tem
como prazo final 31 de maio -
o
JN mostra quais). Entretanto, o executivo lançou uma campanha junto dos
particulares, que está a levantar dúvidas, em panfletos e num vídeo que
diz que os proprietários têm de cortar árvores 50 metros à volta das casas e
100 metros à volta das aldeias, mas a lei não obriga ao corte do arvoredo.
O Público escreve em manchete que os helicópteros Kamov só podem voar se
tiverem peças novas. Na
entrevista
à Renascença e ao Público, Pedro Siza Vieira garante que haverá mais
meios aéreos para combater incêndios.
O Governo decidiu investir 2,5 milhões na plantação de folhosas em
redor de aldeias do Pinhal Interior,
explica
o Negócios.
A Critical Software vai abrir quatro centros de engenharia no Interior
para contrariar abandono, em Évora, Tomar, Vila Real e Viseu,
noticia
o DN. Serão contratados pelo menos 60 engenheiros de 'software'.
Já estão
definidos
os critérios para indemnizar os feridos graves dos incêndios de
outubro de 2017.
O governo lançou um programa de €10 milhões para aplicar a inteligência
artificial nos serviços públicos.
Pormenores
aqui.
O FC Porto foi proibido de revelar emails do Benfica. É uma vitória
jurídica do clube da Luz, depois de uma primeira decisão em seu desfavor.
Agora, numa decisão revelada
pelo
Jornal de Notícias, que hoje
faz
manchete com a notícia, o Tribunal da Relação do Porto deu razão ao
recurso do procedimento cautelar do Benfica. Há cerca de um ano que Francisco
J. Marques vem revelando no Porto Canal vários emails.
Ontem o FC Porto
ganhou 3-1 ao
Estoril, na conclusão de um jogo que havia sido interrompido há mais de um mês
por razões de segurança. A crónica da Tribuna Expresso sobre um jogo em que “os
dragões foram avassaladores” pode ser
lida
aqui. A contra-crónica “com ligação emocional a Marega”, do Lá Em Casa
Mando Eu,
está
aqui.
A Polícia Judiciária está a investigar a vida financeira de Bruno de
Carvalho. O levantamento do sigilo bancário acontece por suspeitas de
recebimento de luvas em transferências de jogadores. Quem quer estar informado
pode ler a notícia na
edição
impressa do Correio da Manhã.
O que leva um jovem com dinheiro, talento e carreira internacional a
envolver-se em complicações com armas, acusações de sequestro e atribulações
afins?
Na
Tribuna Expresso contamos-lhe a complicada história de Rúben Semedo,
detido esta semana pela polícia espanhola.
Voltando aos Estados Unidos: Jerome Powell
deverá
estrear-secomo novo presidente da Reserva Federal (Fed), o mais importante
banco central do mundo, com uma subida das taxas de juro já em março.
Paga contas usando débito direto? Então tenha atenção
a
estes conselhos da SIC Notícias.
FRASES
“Podem enganar-se os que vaticinam o fracasso de Rui Rio nos próximos
confrontos eleitorais”. Daniel Proença de Carvalho,
no
DN.
“O programa de Rui Rio não é diferente do que tinha Passos Coelho. O PSD está
refém da política da austeridade e a definhar.” Pedro Filipe Soares,
no
DN.
“Elina Fraga? Todos os líderes do PSD têm o Miguel Relvas que merecem”. Pedro
Sousa Carvalho,
no
Eco.
“80 a 90 dias [no alojamento local] chegam para superar os ganhos com um ano
inteiro de arrendamento permanente”, João Queirós, investigador e
professor universitário, ouvido ontem no Parlamento no Grupo de Trabalho para
revisão da lei do alojamento local e
citado
no Negócios.
“Sempre que o PSD desafiou o PS a sentar-se à mesa, a resposta de Costa foi um
rotundo não”. Luís Campos Ferreira,
no
Correio da Manhã.
O QUE EU ANDO A LER
Vários artigos sobre o que as pessoas fazem nas redes sociais, das redes
sociais - e também do que as redes sociais fazem das pessoas.
Por exemplo: há uma semana um hotel de luxo em Dublin recusou publicamente uma
“borla” cravada por uma “influenciadora”, num caso
aqui
relatado pelo The Independent que “incendiou as redes sociais” (tudo
“incendeia” as redes sociais, normalmente por um par de horas depois do
“incêndio” anterior e antes do “incêndio” seguinte).
“Influenciadores” são pessoas que fazem negócio a partir das suas redes
alargadas de seguidores, promovendo roupa, perfumes, hotéis, restaurantes que
lhes pagam ou oferecem produtos ou serviços para tal.
No
Medium,
Elinor Cohen (num artigo que talvez tenha “incendiado” as redes sociais)
escreve que “é altura de enfrentar o elefante na sala: os influenciadores não
influenciam realmente ninguém!”, são só pessoas com… muitos seguidores,
enquanto os verdadeiros líderes de opinião são pessoas de conhecimento.
Mas é um bom negócio para os influenciadores. Um estudo publicado no
"Influencer Marketing Hub", e
citado
pelo JN, revela valores recebidos por vários “influenciadores”. Sara
Carbonero, que vive com Iker Casilhas no Porto, chega a receber cerca de 3.200
euros por cada publicação. Cristiano Ronaldo pode receber… 324 mil euros!
E pronto, tenha um excelente dia. Agora que acabou de ler o Expresso
Curto, pode passar para o Expresso Longo, que o Henrique Monteiro serve
todas as semanas em forma de textos imperdíveis.
Como
este. Seja como for, continue
por
aqui connosco.