quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Uma década depois está quase tudo por fazer


Ricardo Paes Mamede | Diário de Notícias | opinião

No dia 15 de setembro completam-se dez anos desde o colapso do banco Lehman Brothers, a maior falência privada da história e o evento mais simbólico da grande crise financeira mundial de 2008-2009. A turbulência financeira fazia-se sentir desde 2007, quando se tornou clara a vulnerabilidade de vários bancos americanos e europeus à queda dos preços do imobiliário que vinha ocorrendo em várias zonas dos EUA. A queda do gigante bancário americano veio confirmar que se estava perante uma crise de grandes dimensões, acentuando o pânico entre investidores e paralisando o sistema monetário internacional.

A crise financeira transformou-se rapidamente na maior crise económica mundial desde 1930, graças às dificuldades generalizadas de acesso a liquidez e ao ambiente geral de incerteza. O comércio mundial estagnou, a produção planetária caiu e o desemprego aumentou em flecha. A generalidade dos países avançados viu as suas dívidas públicas aumentar para níveis historicamente elevados, como resultado da forte subida dos custos de financiamento, da queda abrupta de receitas fiscais, do aumento repentino das despesas com subsídios de desemprego e dos enormes custos dos resgates a bancos. Ao mesmo tempo escasseavam os investidores disponíveis para financiar os défices públicos daí resultantes.

Muitos Estados que contraem dívida numa moeda que não controlam (como é o caso de Portugal e dos outros países da zona euro) deixaram de conseguir assegurar os seus compromissos internos e externos. Após alguma hesitação, as lideranças europeias criaram fundos de resgate para o efeito, mas fizeram depender o acesso ao financiamento da adoção de políticas de austeridade, aprofundando a recessão e conduzindo o continente para uma crise económica e social prolongada, cujos efeitos ainda hoje se fazem sentir.

A sucessão de acontecimentos após 2008 não teve apenas implicações económicas e sociais. Como noutros momentos da história, a incapacidade dos poderes públicos para prevenir a instabilidade financeira e para minimizar os seus efeitos teve consequências políticas evidentes. A ascensão de movimentos e de líderes populistas e autoritários, e a desestruturação dos sistemas partidários tradicionais em várias partes do mundo, são a sua tradução mais óbvia.

Perante os enormes custos económicos, sociais e políticos da crise da última década, é normal e desejável que se dedique espaço mediático a discutir as suas causas e como podemos evitar a sua repetição - o que tem vindo a ser feito por vários jornais nacionais.

Nos diferentes balanços já publicados é frequente referir-se como principais fatores determinantes da crise a desregulação financeira e a política de juros baixos seguida por vários bancos centrais nos anos anteriores à crise. Estes fatores favoreceram a expansão sem precedentes do crédito e a proliferação de produtos financeiros complexos, muitas vezes adquiridos sem uma compreensão clara dos riscos envolvidos.

As explicações referidas são válidas, sem dúvida. No entanto, confrontam-se com um facto que não podemos ignorar: a crise de 2008 não foi um evento isolado; é antes o momento mais visível de uma fase histórica longa, marcada por uma instabilidade recorrente e cada vez mais intensa.

De acordo com um estudo publicado pelo FMI, entre 1970 e 2011 ocorreram 147 crises bancárias, 218 crises cambiais e 66 crises de dívida soberana.Mais de uma década antes da grande crise de 2008 já o mundo havia assistido a grandes perturbações financeiras, como ilustram a crise mexicana de 1994-95, a crise asiática de 1997-98 ou a crise russa de 1998, só para referir os casos mais relevantes. Estas décadas de instabilidade contrastam com o período que vai do pós-guerra ao início dos anos setenta, em que as crises financeiras estiveram praticamente ausentes.

"Entre 1970 e 2011 ocorreram 147 crises bancárias, 218 crises cambiais e 66 crises de dívida soberana."

O que distingue o sistema económico mundial contemporâneo daquele que o precedeu vai muito além da (des)regulação dos sistemas financeiros. Vivemos numa era caracterizada pela privatização de vastas áreas da atividade do Estado (incluindo as áreas sociais), pela desregulação das relações laborais e pela liberalização das trocas internacionais, em particular dos movimentos de capitais. Estas "reformas" traduziram-se na acumulação de desequilíbrios macroeconómicos internacionais, em que o aumento das dívidas externas de uns países contrasta com o avolumar de grandes excedentes de outros. Combinadas com as mudanças tecnológicas entretanto ocorridas, aquelas mudanças institucionais traduziram-se também na estagnação dos salários de grande parte dos trabalhadores das principais economias, acompanhada por um aumento exponencial no número e proporção de milionários à escala mundial.

A estagnação dos rendimentos de trabalho desincentiva o investimento na economia real, o que se traduz num crescimento económico anémico. Escasseando as oportunidades para investimento produtivo, os super-ricos e os países com excedentes externos acabam por aplicar as suas poupanças em atividades cada vez mais especulativas (imobiliário, ações, matérias-primas, etc.), que quase não criam emprego e geram grande instabilidade.

As mudanças introduzidas nos sistemas bancários na última década - maior supervisão, maiores exigências de capital, etc. - são globalmente bem-vindas. Mas estão muito longe de conseguir prevenir o efeito desestabilizador que o regime económico em que vivemos exerce sobre as economias, sobre as sociedades e sobre as democracias.

O mundo precisa de transformações muito mais vastas. Uma década depois está quase tudo por fazer.

Alemanha | "Não há desculpa para palavras nazistas", diz Merkel


Em meio a manifestações de extrema direita no leste do país, chanceler federal condena xenofobia e violência contra minorias. No mesmo debate parlamentar, Martin Schulz acusa AfD de recorrer a "meios do fascismo".

Os temas imigração e violência de extrema direita dominaram um debate mais acalorado que o de costume no Parlamento alemão nesta quarta-feira (12/09). Membros do partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e de outras legendas trocaram farpas, e a chanceler federal Angela Merkel se posicionou claramente contra a xenofobia.

O debate, cujo tema principal era o orçamento federal, ocorreu poucos dias após protestos convocados por extremistas de direita no leste do país. Na cidade de Chemnitz, manifestações foram motivadas pela morte de um alemão de 35 anos numa briga. Três requerentes de refúgio são suspeitos do crime. Em Köthen, foi realizada uma marcha de luto pela morte de um homem após uma briga com imigrantes afegãos.

Merkel lamentou as mortes em Chemnitz e em Köthen e afirmou que os responsáveis devem ser punidos. Ela disse compreender que muitas pessoas estejam com raiva de supostos crimes cometidos por imigrantes, mas condenou expressões nazistas e ataques a estrangeiros que teriam ocorrido nos recentes protestos.

"Não há desculpa para uso de violência e de palavras de ordem nazistas ou para atacar pessoas com aparência diferente", disse a chanceler federal, ressaltando ser necessário haver um consenso sobre valores básicos da sociedade alemã.

"Não vamos permitir que grupos inteiros sejam clandestinamente excluídos da nossa sociedade. Judeus e muçulmanos pertencem tanto quanto cristãos e ateus à nossa sociedade, a nossas escolas, a nossos partidos, à nossa vida em sociedade", afirmou.

Antes de Merkel se pronunciar, a AfD, o maior partido de oposição no Parlamento, abriu o debate, atacando a chanceler federal e as recentes críticas feitas por seu governo à violência nos protestos de extrema direita em Chemnitz
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Alexander Gauland, copresidente da AfD, afirmou que a maioria dos que participaram das manifestações na cidade alemã era simplesmente de "cidadãos preocupados". Ele reconheceu que alguns chegaram a fazer a saudação de Hitler durante os protestos – o que é ilegal na Alemanha –, mas disse que se tratou de uma minoria.

"Não houve perseguição a pessoas em Chemnitz", disse Gauland, negando alegações de que imigrantes foram perseguidos durante as manifestações na cidade. "Quem coloca a paz interna em nosso país em perigo? Nós não", afirmou em tom provocativo.

A fala de Gauland levou a uma intervenção acalorada de Martin Schulz, ex-líder do Partido Social-Democrata (SPD). Ele criticou o fato de o copresidente da AfD reduzir questões complexas a um único tema, a imigração.

Schulz acusou a legenda populista de direita de recorrer aos "meios do fascismo", afirmando que as palavras e a estratégia de Gauland remetem aos tempos do nazismo.

"Os migrantes são culpados por tudo. Já houve uma dicção semelhante neste Parlamento", disse Schulz, em referência ao nazismo. "É hora de a democracia lutar contra esse tipo de gente", afirmou.

Colegas social-democratas e membros dos partidos Verde e A Esquerda levantaram-se para aplaudir o discurso de Schulz.

Protestos da extrema direita

A AfD foi uma das organizações envolvidas na recente série de manifestações em Chemnitz. Milhares de apoiadores do partido e do Pegida (sigla em alemão para "Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente") saíram às ruas da cidade.

O fato de suspeitos pelo crime serem estrangeiros acirrou os ânimos na cidade e teriam levado extremistas a perseguirem e atacarem pessoas que aparentavam ser estrangeiras durante os protestos, algo que foi questionado pelo presidente do Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV, na sigla em alemão), Hans-Georg Maassen.

Após os incidentes em Chemnitz, ganhou força no país o debate sobre um possível monitoramento pelas autoridades federais da AfD. Políticos defendem que partido populista de direita deve ser vigiado por incitar violência e xenofobia.

Apenas duas semanas depois da morte que motivou as manifestações em Chemnitz, um alemão de 22 anos foi morto em Köthen. Os dois imigrantes afegãos envolvidos na briga que resultou na morte, de 18 e 20 anos, foram detidos e estão sendo investigados. Um deles aguarda deportação, e o outro obteve status de refugiado.

Após o crime, cerca de 2.500 pessoas participaram no último domingo de uma marcha de luto em Köthen. A marcha foi convocada por conhecidos extremistas de direita, e vídeos mostram manifestantes entoando cânticos e palavras de ordem nazistas, o que foi duramente criticado pelo governo alemão.

Autoridades afirmaram que o jovem de 22 anos não morreu em consequências de ferimentos causados durante a briga, mas por insuficiência cardíaca aguda.

LPF/dpa/rtr | Deutsche Welle

Alemanha | Lobos de bronze contra o extremismo de direita


Chemnitz, cidade no leste da Alemanha palco de recentes protestos anti-imigração, recebe instalação "Os lobos estão de volta", que inclui estátuas que fazem saudação nazista. Objetivo é questionar onda de radicalismo.

Dez lobos de bronze, alguns deles fazendo a saudação nazista, foram expostos nesta quinta-feira (13/09) na cidade de Chemnitz como parte de uma instalação artística contra a crescente onda de radicalismo na Alemanha.

Com até dois metros de altura e até três metros e meio de largura, as figuras possuem cabeças, garras e caudas de lobos, mas tronco e braços humanos. Cinco delas fazem a saudação de Hitler, enquanto outras parecem preparadas para atacar. Há ainda criaturas que trazem os olhos vendados e usam coleiras. 

A instalação "Os lobos estão de volta", do artista Rainer Opolka, é uma reação aos recentes protestos de extrema direita em Chemnitz, no estado da Saxônia, no leste do país.

"Precisamos de meios contra o medo e a febre que tomou conta de nosso país, e de soluções contra o ódio e a violência", disse Opolka a respeito da obra. Para ele, os acontecimentos recentes em Chemnitz são sintoma de um fenômeno que provoca "medo e amargura em todo o nosso planeta, dividindo a sociedade".

Placas em torno da instalação acusam o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), o movimento Pegida (sigla em alemão para "Patriotas europeus contra a islamização do Ocidente") e neonazistas de instrumentalizarem as preocupações de cidadãos alemães. 

A coleção de lobos de Opolka já foi exibida em Berlim, Dresden e Potsdam desde 2016. A obra faz referência ao dito romano de mais de 2.200 anos "O homem é o lobo do homem", corroborado sucessivamente por pensadores como Erasmo de Roterdã, Thomas Hobbes, Sigmund Freud.

A instalação também se baseia no fato de neonaziszas e extremistas de direita, com frequência, descreverem a si mesmos como lobos.

Posicionada em frente a uma icônica estátua de Karl Marx em Chemnitz, a instalação poderá ser visitada até a noite desta quinta-feira.


Protestos de extrema direita

Recentes protestos contra estrangeiros atraíram milhares de pessoas, sendo grande parte apoiadores do Pegida e da AfD, a Chemnitz após um cidadão alemão ter sido morto durante uma briga na cidade. Três requerentes de refúgio são suspeitos do crime. 

O fato de suspeitos pelo crime serem estrangeiros acirrou os ânimos na cidade e teriam levado extremistas a perseguirem e atacarem pessoas que aparentavam ser estrangeiras durante os protestos.

No início de setembro, milhares de pessoas compareceram a uma série de shows em Chemnitz, em resposta às manifestações anti-imigração na cidade e em protesto contra a xenofobia e o racismo.

Na cidade de Köthen, também no leste alemão, manifestantes entoaram cânticos e palavras de ordem nazistas no üultimo domingo, durante uma marcha de luto pela morte de um homem após uma briga com imigrantes afegãos. 

A chanceler alemã, Angela Merkel, lamentou as mortes em Chemnitz e em Köthen e afirmou que os responsáveis devem ser punidos. Ela disse compreender que muitas pessoas estejam com raiva de supostos crimes cometidos por imigrantes, mas condenou expressões nazistas e ataques a estrangeiros que teriam ocorrido nos recentes protestos.

"Não há desculpa para uso de violência e de palavras de ordem nazistas ou para atacar pessoas com aparência diferente", disse a chanceler federal, ressaltando ser necessário haver um consenso sobre valores básicos da sociedade alemã.

Deutsche Welle

Aquecimento global, visão sem esperanças


Novo livro, gigantesco e aterrorizante, sugere que não seremos capazes de deter a devastação até que nossos descendentes alimentem-se de insetos e bebam urina reciclada

Nathaniel Rich | Outras Palavras | Tradução: Inês Castilho

Os escritores gostam de se autoelogiar imaginando para seu trabalho um “leitor ideal”, uma presença querubina dotada de generosidade infinita, da simpatia de um pai e da sabedoria, bem, dos próprios autores. Em Carbon Ideologies (Ideologias de Carbono), William T. Vollmann imagina para si mesmo o oposto: um leitor barbaramente hostil que zomba de seus argumentos, ridiculariza sua debilidade mental, desdenha suas patéticas tentativas até a ingratidão. Vollmann não pode culpar esse leitor, a quem se dirige regularmente no decorrer de Ideologias de Carbono, porque ela vive no futuro, sob circunstâncias radicalmente diferentes – habitando “um planeta mais quente, mais perigoso e diminuído biologicamente”. Ele a imagina virando as páginas de sua obra sobre mudanças climáticas dentro dos escuros recessos de uma caverna subterrânea onde procurou abrigo do calor insuportável; pragas, secas e inundações; bolas de fogo de metano atravessando oceanos ferventes. Como o solo é radioativo, ela sobrevive de insetos e de urina reciclada, e olha com desprezo implacável seus ancestrais, que, como o autor lhe diz, “desfrutamos do mundo que possuíamos e merecemos o mundo que deixamos”.

Ideologias de Carbono é um trabalho único publicado em duas partes, No Immediate Danger (Nenhum Perigo Imediato) e No Good Alternative (Nenhuma Alternativa Boa). A bifurcação deve-se à insistência do exausto editor de Vollmann e aos limites da moderna encadernação. De todos os escritores em atividade hoje, Volmann deve ser o mais livre: ele escreve ficção, ensaios, monografias, críticas, memórias e história, geralmente misturando várias formas de uma só vez, sobre temas tão diversos quanto teatro Nô japonês, passeios de trem, e a guerra de Nez Perce, dilatando-os até a extensão que lhe convier.

Como acontece frequentemente com Vollmann, décadas de atrito com seus editores respingam nas páginas do livro. Ideologias de Carbonocomeça com a confissão de que o manuscrito original era “várias vezes mais longo do que o máximo estipulado por contrato”; depois de “ansiosas negociações”, seu editor “finalmente concordou em satisfazer-me mais uma vez”. Não seu editor de não-ficção – do qual ele se afastou depois de receber uma proposta de adiantamento inferior à quantia que já gastara em pesquisa –, mas seu editor de ficção. (“Espero sinceramente que algum dia tudo isso valha a pena para você”, escreve ele em amoroso reconhecimento.) A editora Viking manteve a linha até as notas finais, que chegam a 129 mil palavras e podem ser examinadas online ou no arquivo de Vollmann na Ohio State University.

As 1.268 páginas que restam são tão gloriosa e loucamente inclassificáveis quanto a maioria do trabalho de Vollmann. A analogia mais próxima é Rising Up and Rising Down, seu tratado de 3300 páginas sobre violência, com sete volumes, que Vollmann chama de texto de companhia. Ideologias de Carbono é sobre outro tipo de violência, a violência infligida pela produção de carvão, gás natural, petróleo e energia nuclear. As vítimas dessas ideologias de carbono são não somente as espécies da fauna e da flora que serão extintas, os frágeis ecossistemas que serão destruídos, e as gerações futuras de humanos que terão de sobreviver de insetos. As vítimas somos nós – nós que estamos vivendo agora e que negamos, em vários níveis, o tamanho do dano que estamos causando a nós mesmos. Ideologias de carbono é uma crônica da automutilação.

É também um almanaque sobre o uso global de energia. O volume inicial abre com um manual cheio de tabelas, listas e dados (“garanto que você não perderá nada pulando à página 217”) e conclui com 80 páginas de definições, unidades e conversões (“Os leitores devem sentir-se livres para pular essa seção”). É um diário de viagem a paisagens naturais destruídas pela produção de energia, principalmente Fukushima (nuclear), West Virginia (carvão), Colorado (gás natural) e Emirados Árabes Unidos (petróleo). É um trabalho de história oral, que contém dezenas de entrevistas com operários que trabalham ou vivem ao lado de reatores nucleares, cavernas e refinarias de petróleo, juntos nos instantâneos do próprio Vollmann. E é um trabalho piedoso de antropologia, que tenta dar sentido à falta de capacidade do ser humano para pesar a catástrofe futura contra o conforto de curto prazo. Ideologias de Carbono é mais fascinante, contudo, pelo que não é: uma polêmica.

Praticamente todos os livros sobre mudanças climáticas que foram escritos para o público em geral contêm uma mensagem de esperança, e frequentemente uma chamada para a ação. Vollmann declara desde o início que não irá oferecer nenhuma solução, porque não acredita ser possível: “Nada pode ser feito para salvar [o mundo como o conhecemos]; portanto, nada precisa ser feito”. Isso faz de Ideologias de Carbono, com todos os seus méritos e falhas, um dos livros mais honestos já escritos sobre mudanças climáticas. O empreendimento de Vollmann está na vanguarda da segunda onda de literatura climática, livros escritos não para diagnosticar ou resolver o problema, mas para lidar com suas consequências morais.

É também um projeto profundamente idiossincrático: o idioleto de Vollmann é obsessivo, meticuloso, inquieto, hiperobservador e orgulhosamente amador. Os dados que ele apresenta são às vezes reveladores. Um sem-teto nos Estados Unidos usa duas vezes mais energia que o cidadão médio global; 61% da energia gerada nos EUA em 2012 “não realizaram nenhum trabalho útil”; de 1980 a 2011, o uso global de energia praticamente triplicou. Em outros lugares, os dados são impossivelmente arcanos (“Desperdício de Energia por Máquinas-Ferramentas”, em “Dedução de máquinas inativas”) ou desafiadoramente não-científicos (“Sinto muito por não conseguir tornar minha tabela simples, completa ou precisa”). Seu insaciável apetite por detalhes produz tanto trivialidades irrelevantes (“Embarcando no Super Limitado Hitachi Express, que também era conhecido como o Super Hitachi 23 Limited Express”) como retratos magistrais de paisagens profanadas por escavações e mais escavações — ou, no caso de Virgínia Ocidental, montanhas com cumes extirpados.

A seção sobre Fukushima é especialmente incomum em sua evocação de uma paisagem costeira vibrando com raios gama. Vollmann respira um vento fresco “cujo grau de contaminação particulada era, claro, desconhecida”, ouve numa rua silenciosa, à noite, o grunhido de um javali radioativo, e anda sobre cacos de vidro de uma loja de roupas abandonada, anunciando uma liquidação com 50% de desconto e povoada por manequins sem cabeça. Embora fissão nuclear não produza emissão de gases de efeito estufa, seus horrores passam a representar os das mudanças climáticas, um vasto terror invisível para os vitimados por ela – pelo menos a curto prazo. Embora Vollmann refira-se aos capítulos de Fukushima quando escreve que seu projeto é apoiado em “pouco mais que cegueira, desconforto, desamparo e ignorância”, ele está descrevendo todas as Ideologias de Carbono.

Essas qualidades atingem sua mais completa expressão nas declarações feitas por funcionários do governo ou das corporações contra alertas de ameaça ambiental. Em Fukushima, objetos na zona de precipitação não são radioativados, mas “contaminados”. Em Virginia Ocidental, as montanhas não têm seus cumes arrancados, mas garantem “remoção de sobrecarga”. A extração de petróleo por explosão de rochas (“Fracking”) “é mais segura e tem impacto ambiental menor do que dirigir um carro”, alega um diretor de marketing da Shale Crescent USA, e os mineiros de carvão, segundo o presidente da Associação de Carvão de Virginia Ocidental, “são os maiores ambientalistas práticos do mundo”. Vollmann registra essas insanidades ao lado de observações de personagens como Buda (“As pessoas são ignorantes e egoístas”), Edmund Spenser (“Pior é o perigo escondido que o descrito”), e Loren Eiseley (“Assim como os instintos podem falhar num animal submetido a mudança nas condições ambientais, as crenças culturais do homem podem ser inadequadas para enfrentar uma nova situação”). Vollmann anseia por provar que Buda, Spenser e Eiseley estão errados e submete questões-relâmpago a todos os executivos do setor que encontra; mas, fora do Japão, quase ninguém em posição de autoridade concorda em comentar.

A maioria das longas entrevistas que dominam Ideologias de Carbonosão, assim, realizadas com homens que trabalham em cavernas ou cavas para produzir a energia que desperdiçamos. Se “nada é mais medonho que ver a ignorância em ação” (Goethe), esses encontros são um pesadelo desperto. Trabalhadores de refinaria de petróleo no México, mineiros de carvão em Bangladesh, e operadores de fracking no Colorado estão unidos em sua grande apreensão pelos danos ambientais que seu trabalho causa, para não mencionar os fatos básicos das mudanças climáticas e suas ramificações. “A maioria de suas respostas foram calmas e brandas”, relata Vollmann, embora isso não o impeça de registrá-las longamente, quase textualmente. Às vezes suas perguntas provocam uma joia de lirismo acidental, como quando o trabalhador metalúrgico indiano de uma companhia petrolífera dos Emirados Árabes Unidos, diante da pergunta sobre sua opinião a respeito das mudanças climáticas, responde: “Agora um pouquinho bom; mas no futuro, muito perigo”. Melhor, impossível.

Vollmann não culpa o metalúrgico imigrante por sua complacência ou ignorância, é claro. Culpa a si mesmo – frequente e profusamente. Parece deliciar-se especialmente em quantificar, em cuidadosos detalhes, a energia que queima em atividades como escrever um rascunho de Ideologias de Carbono, dobrar a esquina de seu hotel em Tóquio para comprar uma bandeja de tonkatsu numa loja de conveniência e fazer um milkshake para sua filha. Essas passagens são tão instrutivas quanto tediosas. Elas dramatizam não só a obstinação de nossa dependência de combustíveis fósseis, mas a impossibilidade de compreender de verdade nossa própria culpa pelo destino do planeta. Com que frequência você para pra pensar sobre a quantidade de carvão queimado cada vez que pega um elevador, carrega seu telefone ou usa seu liquidificador? Mesmo atos extravagantes de autonegação são impotentes diante de consumo tão perdulário. Vollmann compara nossos mais ambiciosos esforços para conservar energia a alguém que faz dieta e continua comendo sua dose diária de doces e sorvetes … apesar do louvável fato de ter comido brócolis no almoço da quinta-feira passada.

A fome global por doces é mais voraz a cada ano que passa. Quaisquer que sejam as economias de bom samaritano que possamos fazer, melhorando a infraestrutura ou pedalando para o trabalho, elas serão superadas pela ampliação do sistema de consumo nas próximas décadas. Cerca de um terço da população humana cozinha suas refeições com biomassa – madeira, carvão, restos agrícolas e esterco animal. Quase um bilhão de pessoas não têm acesso à eletricidade. Não será preciso que toda a Índia adote “o modo de vida norte-americano” para provocar aumentos gigantescos nas emissões globais. A ascensão da Índia ao modo de vida da Namíbia será suficiente.

Os problema da demanda, do crescimento, da complexidade, do custo-benefício, da indústria; o problema político, o do atraso geracional, da negação – Vollmann cataloga escrupulosamente todos os principais problemas não resolvidos que contribuem para o colosso das mudanças climáticas. “Qualquer ‘solução’ que eu tivesse proposto em 2017”, escreve, “teria sido adiada até que os oceanos subissem mais dois centímetros!” (O título do capítulo final, “Um raio de esperança”, deve ser lido sarcasticamente). Nem os seis anos de viagens pelo mundo tabulando dados e entrevistando especialistas mudaram qualquer aspecto essencial do seu pensamento sobre o assunto. O leitor que começa a ler Ideologias de Carbono sem esperança irá terminá-lo sem esperança. Também o leitor esperançoso.

Mas há outros tipos de leitores – aqueles que não buscam conselhos ou encorajamento ou conforto. Aqueles que estão fartos de cruzadas de desonestidade baseadas em otimismo. Aqueles que procuram entender a natureza humana e a si mesmos. Porque o verdadeiro assunto de Vollmann é a natureza humana – e é o que deve ser. A história das mudanças climáticas depende do comportamento humano, não da geofísica. Vollmann procura entender como “pudemos não apenas sustentar, mas acelerar o aumento dos níveis de carbono atmosférico, ao mesmo tempo em que expressamos confusão, impotência e ressentimento”. Por que assumimos riscos tão insanos? Não poderíamos ter nos comportado de nenhum outro modo? Podemos nos comportar de algum outro modo? Se não podemos, a que conclusões podemos chegar sobre nossas vidas e nosso futuro? Vollmann admite que até mesmo ele esquivou-se completamente de compreender os danos que causamos. “Nunca me odiei suficientemente para permitir a punição do pleno entendimento”, escreve ele. “Como poderia? Ninguém poderia.” Ele está certo, embora livros como o Ideologias de Carbono nos aproximem disso.

A atmosfera do planeta mudará, mas não a natureza humana. O insuficiente desejo de Vollmann é que os leitores futuros compreendam que teriam cometido os mesmos erros que cometemos. Isso pode parecer uma humilde ambição para um projeto dessa amplitude, mas só se você toma Ideologias de Carbono, erroneamente, como um trabalho de ativismo. O projeto de Vollmann não é absolutamente tão convencional. Sua “carta ao futuro” é uma mensagem de suicídio. Ele não busca uma intervenção – apenas aceitação. Se não o perdão, pelo menos aceitação.

Londres acaba de iniciar a sua operação de falsa bandeira em Idleb


De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, “uma provocação traiçoeira está a ser filmada na localidade de Jisr al-Choghour para fazer crer que o exército sírio utilizou armas químicas contra os civis”.

Os radicais transportaram dois bidões de uma substância tóxica clorada para Jisr al-Choghour, para tornar a representação do ataque, mais “realista”.

Equipas de filmagens de vários canais de TV do Médio Oriente e uma representação regional de uma grande cadeia norte americana chegaram hoje de manhã aos locais para filmar os vídeos.

Os serviços secretos britânicos (MI6) planearam organizar um ataque químico de falsa bandeira em Idleb, para atribuí-lo à República Árabe da Síria (denominada “o regime”) e assim justificar um ataque ocidental contra a Síria. Participariam nesse ataque, a Alemanha, os Estados Unidos, a França e o Reino Unido.

Voltaire.net.org | Tradução Maria Luísa de Vasconcellos

EUA esforçam-se por alcançar a tecnologia hipersónica russa


Andrei Akulov [*]

A Defense Advanced Research Projects Agency (DARPA) está a avançar uma nova iniciativa para conter ameaças hipersónicas, tais como o míssil russo Kinzhal (Adaga), o qual é capaz de viajar 10 vezes mais rápido do que a velocidade do som. O general da Força Aérea John Hyten, comandante do US Strategic Command, disse que os Estados Unidos actualmente nada têm para combater esta ameaça. De acordo com The Drive , "a DARPA exibiu a arte conceptual da parte interceptora do Glide Breaker pela primeira vez no seu D60 Simpósio D60, que em Setembro de 2018 homenageia o 60º aniversário da organização". Poucos pormenores foram divulgados e não se sabe se aquele programa está relacionado com o projecto de defesa hipersónica da Missile Defense Agency (MDA). Interceptores cinéticos de difícil aniquilação serão um elemento de um sistema multi-camadas.

Os EUA estão empenhados numa corrida hipersónica com a Rússia, a China e Israel. No mês passado a Força Aérea atribuiu à Lockheed Martin um contrato no valor de US$480 milhões para começar a desenhar um protótipo de arma hipersónica designado como AGM-183 Air-Launched Rapid Response Weapon, ou ARRW. Em Junho, aquela companhia recebeu um contrato de US$928 milhões para o Hypersonic Conventional Strike Weapon (HCSW).

Secretário da Força Aérea Heather Wilson: "Estamos a avançar depressa e a aproveitar a melhor tecnologia disponível a fim de obter capacidade hipersónica de combate tão logo quanto possível". Está a ser feito tudo para atingir este objectivo e, como os acontecimentos mostram, os meios para fazer isto não estão limitados a meramente criar defesas ou sistemas de ataque hipersónicos.

Os EUA não se coíbem de utilizar espiões para descobrir mais acerca do programa da Rússia. Em Julho, Viktor Kudryavtsev, que trabalhava no Instituto Central de Investigação de Construção de Máquinas (TsNIIMash), o qual está associado à Agência Espacial Federal, foi detido e a seguir aprisionado depois de ser acusado de espionagem . Foi formada uma comissão para vasculhar actividades no instituto, o qual foca o desenvolvimento de naves espaciais. Os media russos informaram que serviços de segurança ocidentais haviam obtido informação sobre a nova e classificada tecnologia hipersónica que está a ser desenvolvida pela indústria russa.

Quão bem sucedidos virão a ser os esforços da América para tomar a dianteira em tecnologia hipersónica? Os EUA estão realmente apenas a começar a por o pés nesta área, ao passo que a Rússia já tem armas hipersónicas no seu stock. Pelo menos dez caças MiG-31 equipados com Kinzhal estão operacionais. Cada avião carrega um míssil, mas o conjunto do armamento do bombardeiro Tu-22M3 inclui quatro deles. O Kinzhal baseado em bombardeiros serátestado em breve. Os EUA demorarão pelo menos 10 a 12 anos para desenvolver um interceptor. E naturalmente a Rússia não ficará ociosa. Nessa altura terá armas hipersónicas muito mais refinadas no seu arsenal.

A emergência de armas hipersónicas é uma revolução que muda todo o conceito da guerra contemporânea. Sua simples velocidade torna quaisquer sistemas anti-aéreos obsoletos. O S-500 russo é o único sistema de defesa aérea que pode interceptar alvos a voarem a Mach 5.0-6.0.

No ano passado, o novo porta-aviões classe Ford de US$15 mil milhões foi comissionado com grande fanfarra, só para se tornar um alvo para os mísseis hipersónicos Kinzhal da Rússia que ficaram plenamente operacionais e prontos para combate apenas uns meses antes daquela cerimónia ter lugar. Trata-se de uma corrida às armas que os EUA já estão a perder apesar de um orçamento de defesa que excede os US$760 mil milhões, a serem comparados com os US$50 mil milhões da Rússia. A Rússia gasta menos de um décimo do que os EUA gastam, mas produz armas contra as quais os EUA não têm defesa. O Pentágono tem estado a perseguir a tecnologia hipersónica há mais de uma década, mas tem falhado em alcançar os seus objectivos.

Os EUA estão obviamente a perder a competição geral "custo-eficiência". Exemplo: muito tem sido escrito e dito acerca do conceito US Prompt Global Strike (PGS), mas foi a Rússia, não a América, quem primeiro adquiriu capacidade global, rápida, de primeiro ataque, pois suas armas hipersónicas podem ser armadas com ogivas convencionais. Talvez seja isso que está a motivar os EUA a levarem a corrida armamentista ao espaço , pois parecem ter perdido sua vantagem tecnológica em outros domínio e ficaram para trás no desenvolvimento hipersónico. Os EUA têm de correr para alcançar, mas não há como saber se conseguirá. E a acrescentar-se a isto está a sua enorme dívida nacional – o fardo pesado que os EUA têm de carregar, ao contrário da Rússia ou da China. 
10/Setembro/2018

[*] Coronel russo, reformado, perito em questões de segurança internacional.

O original encontra-se em www.strategic-culture.org/...

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Banco Central timorense apresenta queixa contra principal seguradora do país

Díli, 13 set (Lusa) - O Banco Central de Timor-Leste (BCTL) anunciou hoje ter levado ao Ministério Público um processo por suspeitas de fraude e lavagem de dinheiro contra os responsáveis da maior seguradora do país, a NITL, depois de detetar "irregularidades graves".

Em comunicado, o BCTL explica que uma investigação sua detetou "um número de sérias irregularidades procedimentais e financeiras em violação da Lei dos Seguros, incluindo desvio de fundos, cometidas por altos responsáveis" da NITL (National Insurance Timor-Leste).

Sem entrar em detalhes precisos, BCTL explica que as irregularidades foram detetadas na sequência de uma denúncia recebida no final de 2016.

"Depois de ser informada dos resultados das investigações, a NITL decidiu não dar quaisquer passos para regularizar a situação", explica.

Por isso, em novembro de 2017 o Conselho de Administração do BCTL conduziu uma investigação, findo a qual aplicou coimas e sanções acessórias por várias infrações.

Entre as irregularidades, explica o BCTL, contam-se "incumprimento do dever de comunicar ao BCTL a composição dos órgãos de administração, a estrutura acionista, os acordos parassociais e, em geral, todos os factos suscetíveis de afetar o controlo e a governação da sociedade e respetivas modificações".

A NITL não observou as regras legais "relativas à manutenção e respeito pelo capital social mínimo", impediu ou obstruiu a supervisão do BCTL, forneceu "informações inexatas suscetíveis de induzir a conclusões erróneas de efeito equivalente ao da prestação de informações falsas" e ocultou a "situação de insuficiência financeira" da empresa.

Registaram-se ainda "atos de gestão ruinosa intencional", o exercício "de atividades que não integram o objeto social da sociedade" e o fornecimento de informação incompleta ou inexata ao BCTL.

Entre as sanções, o BCTL aplicou coimas de 755 mil dólares à empresa e coimas totais de mais de 1,12 milhões de dólares a ex-membros e membros do Conselho de Administração e altos responsáveis da NITL.

Foram também impostas sanções acessórias que passam pela proibição, durante o período de três anos, do exercício de cargos em sociedades com atividade seguradora.

Foi dado ainda um prazo de 3 meses aos acionistas para que efetivassem uma reestruturação acionista e do seu Conselho de Administração, e suspensa a licença de atividade seguradora durante o mesmo período.

O BCTL nomeou também um "Conselho de Administração interino" que está ainda a gerir a seguradora.

A NITL é uma sociedade timorense - detida por dois cidadãos estrangeiros e uma empresa sediada em Singapura - licenciada desde 2010 pelo BCTL para exercer a atividade seguradora em Timor-Leste.

No emergente mercado timorense a NITL era a maior empresa do setor de seguros, contando entre os seus clientes com o próprio Governo timorense.

Fonte próxima ao processo confirmou à Lusa que uma das irregularidades detetadas diz respeito a desvio de fundos destinados a uma resseguradora pelo seguro das centrais elétricas timorenses.

O comunicado de hoje surge depois de responsáveis da NITL terem distribuído uma carta com acusações contra o BCTL e os seus responsáveis, que acusam de uma "tomada hostil" da empresa.

"As ações do BCTL contra o NITL e o seu conselho de administração são inconstitucionais e/ou ilegais e/ou um abuso de processo, pois são um ataque colateral aos tribunais de Timor-Leste", lê-se na carta assinada apenas por "A Gestão".

"Os atos do BCTL envolveram violações notórias da justiça natural", refere ainda.

A missiva levanta ainda suspeitas sobre a morte de Abessy Bento, presidente e diretor executivo da NITL, a 26 de maio de 2018, afirmando que se tratou de "um assassínio" e referem ter havido "ameaças recentes contra membros da administração e da diretoria da NITL".

Na carta a "clientes e parceiros empresariais", obtida pela Lusa, os supostos responsáveis da NITL dizem ter realizado uma "revisão estratégica" da seguradora que "levou à decisão de sair do mercado de seguros de Timor-Leste com efeito imediato".

O grupo diz que a saída de Timor-Leste pretende "refocar os seus negócios para outros mercados onde há oportunidades de crescimento, num ambiente que dá estabilidade e segurança regulatório, legal e política a investidores".

No comunicado de hoje, o BCTL refere que a nomeação de um administrador interino indica que "em vez de uma tomada hostil" a entidade está "empenhada em que a NITL continue a fornecer serviços de seguros em Timor-Leste".

Explicando que está a atuar de acordo com a Lei de Seguros, o BCTL refere ainda que a NITL "não notificou ou recebeu autorização para fechar atividade em Timor-Leste".

ASP // VM

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