quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Venezuela repudia planos golpistas dos EUA e o povo chavista sai à rua


As autoridades venezuelanas mantêm-se em estado de alerta, depois de, esta terça-feira, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, ter apelado a um golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro.

Em declarações transmitidas pela rádio e televisão, Nicolás Maduro revelou que, tendo em conta as insistentes acções de desestabilização levadas a cabo pela extrema-direita nacional, promovidas por Washington, deu ordens ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para proceder a «uma revisão total e absoluta das relações diplomáticas e políticas com a administração norte-americana».

O chefe de Estado, que fez um apelo aos seus compatriotas para «rejeitarem o intervencionismo imperialista e unirem forças em defesa da Venezuela», denunciou as declarações ontem proferidas por Mike Pence, vice-presidente dos EUA, lembrando que, «na história das relações entre os Estados Unidos e a Venezuela, em 200 anos, nunca um funcionário do mais alto nível tinha vindo a público, em nome do seu governo […], dizer que a oposição na Venezuela devia derrubar o governo de que modo fosse», indica a AVN.

As declarações de Pence foram também condenadas pela vice-presidente da República, Delcy Rodríguez, que destacou o ataque promovido pelo seu homólogo contra a soberania do país caribenho. «Mike Pence recorre à sua incontinência verbal para dar ordens aos venezuelanos no que é um claro apelo ao não reconhecimento do Estado de Direito e a atentar contra as suas legítimas e constitucionais autoridades», disse Rodríguez, citada pela Prensa Latina.

Por seu lado, o vice-presidente da Secção Internacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Adán Chávez, qualificou as declarações do funcionário da Casa Branca como um acto de completa ingerência, na medida em que apela ao não reconhecimento das autoridades legitimamente eleitas.

Acções violentas respondem aos interesses dos EUA

A propósito das declarações, o ministro da Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, frisou que as acções perpetradas nas últimas horas pela oposição respondem aos interesses da administração norte-americana, que visa criar o cenário de um golpe de Estado no país sul-americano.

«Mike Pence dá-lhes ordens para queimar, matar, levar a cabo acções de falsa bandeira dia 23 de Janeiro. Toda essa mentira visa promover a desestabilização e a violência na Venezuela», declarou o ministro.

Num vídeo divulgado no Twitter, Pence insistiu outra vez na ideia de que o chefe de Estado venezuelano é «um ditador sem direito legítimo ao poder». Enviou também uma mensagem de apoio à mobilização que a direita venezuelana convocou para hoje, com o intuito de dar «passos para um governo de transição».

Povo chavista nas ruas em defesa da soberania

Também para esta quarta-feira, foi agendada uma manifestação, em Caracas, que tem como lemas a defesa da soberania nacional, fazer frente ao golpismo da oposição, apoiar o governo legítimo de Nicolás Maduro e comemorar os 61 anos do fim da ditadura de Marcos Pérez Jiménez.

O presidente do PSUV, Diosdado Cabello, lembrou que os revolucionários estarão nas ruas de Caracas esta quarta-feira para defender o país, a sua soberania e a Revolução Bolivariana, indica a AVN.

AbrilAbril

Imagem: Povo venezuelano nas ruas de Caracas, contra a ingerência norte-americana e do Grupo de Lima e em apoio ao presidente Nicolás Maduro, no dia da tomada de posseCréditos/ @KatuArkonada

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