As autoridades venezuelanas
mantêm-se em estado de alerta, depois de, esta terça-feira, o vice-presidente
dos EUA, Mike Pence, ter apelado a um golpe de Estado contra o presidente
Nicolás Maduro.
Em declarações transmitidas pela
rádio e televisão, Nicolás Maduro revelou que, tendo em conta as insistentes
acções de desestabilização levadas a cabo pela extrema-direita nacional,
promovidas por Washington, deu ordens ao Ministério dos Negócios Estrangeiros
para proceder a «uma revisão total e absoluta das relações diplomáticas e
políticas com a administração norte-americana».
O chefe de Estado, que fez um
apelo aos seus compatriotas para «rejeitarem o intervencionismo imperialista e
unirem forças em defesa da Venezuela», denunciou as declarações ontem
proferidas por Mike Pence, vice-presidente dos EUA, lembrando que, «na história
das relações entre os Estados Unidos e a Venezuela, em 200 anos, nunca um
funcionário do mais alto nível tinha vindo a público, em nome do seu governo
[…], dizer que a oposição na Venezuela devia derrubar o governo de que modo
fosse», indica a AVN.
As declarações de Pence foram
também condenadas pela vice-presidente da República, Delcy Rodríguez, que
destacou o ataque promovido pelo seu homólogo contra a soberania do país
caribenho. «Mike Pence recorre à sua incontinência verbal para dar ordens aos
venezuelanos no que é um claro apelo ao não reconhecimento do Estado de Direito
e a atentar contra as suas legítimas e constitucionais autoridades», disse
Rodríguez, citada pela Prensa Latina.
Por seu lado, o vice-presidente
da Secção Internacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Adán
Chávez, qualificou as declarações do funcionário da Casa Branca como um acto de
completa ingerência, na medida em que apela ao não reconhecimento das
autoridades legitimamente eleitas.
Acções violentas respondem aos
interesses dos EUA
A propósito das declarações, o
ministro da Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, frisou que as acções
perpetradas nas últimas horas pela oposição respondem aos interesses da
administração norte-americana, que visa criar o cenário de um golpe de Estado
no país sul-americano.
«Mike Pence dá-lhes ordens para
queimar, matar, levar a cabo acções de falsa bandeira dia 23 de Janeiro. Toda
essa mentira visa promover a desestabilização e a violência na Venezuela»,
declarou o ministro.
Num vídeo divulgado no Twitter,
Pence insistiu outra vez na ideia de que o chefe de Estado venezuelano é «um
ditador sem direito legítimo ao poder». Enviou também uma mensagem de apoio à
mobilização que a direita venezuelana convocou para hoje, com o intuito de dar
«passos para um governo de transição».
Povo chavista nas ruas em defesa
da soberania
Também para esta quarta-feira,
foi agendada uma manifestação, em Caracas, que tem como lemas a defesa da
soberania nacional, fazer frente ao golpismo da oposição, apoiar o governo
legítimo de Nicolás Maduro e comemorar os 61 anos do fim da ditadura de Marcos
Pérez Jiménez.
O presidente do PSUV, Diosdado
Cabello, lembrou que os revolucionários estarão nas ruas de Caracas esta
quarta-feira para defender o país, a sua soberania e a Revolução Bolivariana,
indica a AVN.
AbrilAbril
Imagem: Povo venezuelano nas ruas
de Caracas, contra a ingerência norte-americana e do Grupo de Lima e em apoio
ao presidente Nicolás Maduro, no dia da tomada de posseCréditos/ @KatuArkonada
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