Na declaração final os dirigentes
árabes rejeitaram e denunciarem o reconhecimento pelos Estados Unidos da
soberania de Israel sobre os Montes Golã, ocupados pelo exército hebreu durante
a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexados em 1981
30.ª cimeira anual da Liga Árabe
terminou neste domingo em Tunes sem conseguir atingir o objetivo de unidade,
exceto em relação ao conflito relacionado com os Montes Golã, e com o Emir do
Catar a abandonar precocemente o encontro. Na declaração final os dirigentes
árabes rejeitaram e denunciarem o reconhecimento pelos Estados Unidos da
soberania de Israel sobre os Montes Golã, ocupados pelo exército hebreu durante
a Guerra dos Seis Dias (1967) e anexados em 1981.
Na segunda-feira o presidente dos
EUA, Donald Trump, assinou um decreto a reconhecer a soberania de Israel sobre
o território, tendo os líderes árabes considerado aquele reconhecimento
"inválido e ilegítimo", numa declaração separada dedicada a esta
questão. "É verdade que a América é a força militar mais forte do mundo,
mas esta decisão é absolutamente inútil" referiu o secretário-geral da
Liga Aboul Gheit, numa entrevista coletiva no final desta 30ª cimeira anual da
Liga Árabe.
A Cimeira, que registou a
ausência de metade dos 22, decorreu em Tunes, cidade que recebeu o rei Salman,
da Arábia Saudita, na quinta-feira, enquanto o emir do Catar chegou no domingo
de manhã e acabaria por abandonar prematuramente os trabalhos, durante a tarde,
depois de assistir à cerimónia de abertura, sem ter sido adiantado o motivo
para tal.
Apesar de vários dirigentes terem
apelado à capacidade para superar os diferendos, o emir do Qatar abandonou a
sala quando Ahmed Aboul Gheit estava a discursar e "deixou a
Tunísia", segundo referiu à AFP um responsável tunisiano, falando sob anonimato.
Em junho de 2017 vários países
árabes impuseram um embargo económico e diplomático ao Catar, nomeadamente a
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barhein e Egito. Riade e os seus
aliados acusam Doha de não ter a distância necessária face ao Irão e de financiar
grupos islâmicos radicais, o que o Catar nega.
Entre os chefes de Estado que
participaram na Cimeira incluíram-se, além dos já referidos, o Emirados Árabes
Unidos, Qatar, Kuwait, Egito, Jordânia, Iraque, Iémen, Líbano, Palestina,
Mauritânia e Djibuti. Estiveram ausentes o Presidente do Sudão, Omar Hassan al
Bachir, sobre o qual pesa uma ordem internacional de detenção, o rei de
Marrocos, Mohamed VI, o sultan Qabus de Omã e o Presidente argelino, Abdelaziz
Bouteflika, gravemente doente.
Paralelamente à cimeira, a
sociedade civil e a associação de jornalistas tunisinos realizaram uma série de
eventos para denunciar a falta sistemática das liberdades e a violação regular
dos direitos humanos na região. As iniciativas incluíram uma marcha no centro
capital da Tunísia, onde os manifestantes apelidaram o encontro de "cimeira
da vergonha".
Expresso | Foto: Anadolu Agency /
Getty
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