segunda-feira, 1 de abril de 2019

Liga Árabe condena EUA por reconhecerem soberania israelita nos Montes Golã


Na declaração final os dirigentes árabes rejeitaram e denunciarem o reconhecimento pelos Estados Unidos da soberania de Israel sobre os Montes Golã, ocupados pelo exército hebreu durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexados em 1981

30.ª cimeira anual da Liga Árabe terminou neste domingo em Tunes sem conseguir atingir o objetivo de unidade, exceto em relação ao conflito relacionado com os Montes Golã, e com o Emir do Catar a abandonar precocemente o encontro. Na declaração final os dirigentes árabes rejeitaram e denunciarem o reconhecimento pelos Estados Unidos da soberania de Israel sobre os Montes Golã, ocupados pelo exército hebreu durante a Guerra dos Seis Dias (1967) e anexados em 1981.

Na segunda-feira o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou um decreto a reconhecer a soberania de Israel sobre o território, tendo os líderes árabes considerado aquele reconhecimento "inválido e ilegítimo", numa declaração separada dedicada a esta questão. "É verdade que a América é a força militar mais forte do mundo, mas esta decisão é absolutamente inútil" referiu o secretário-geral da Liga Aboul Gheit, numa entrevista coletiva no final desta 30ª cimeira anual da Liga Árabe.



A Cimeira, que registou a ausência de metade dos 22, decorreu em Tunes, cidade que recebeu o rei Salman, da Arábia Saudita, na quinta-feira, enquanto o emir do Catar chegou no domingo de manhã e acabaria por abandonar prematuramente os trabalhos, durante a tarde, depois de assistir à cerimónia de abertura, sem ter sido adiantado o motivo para tal.

Apesar de vários dirigentes terem apelado à capacidade para superar os diferendos, o emir do Qatar abandonou a sala quando Ahmed Aboul Gheit estava a discursar e "deixou a Tunísia", segundo referiu à AFP um responsável tunisiano, falando sob anonimato.

Em junho de 2017 vários países árabes impuseram um embargo económico e diplomático ao Catar, nomeadamente a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Barhein e Egito. Riade e os seus aliados acusam Doha de não ter a distância necessária face ao Irão e de financiar grupos islâmicos radicais, o que o Catar nega.

Entre os chefes de Estado que participaram na Cimeira incluíram-se, além dos já referidos, o Emirados Árabes Unidos, Qatar, Kuwait, Egito, Jordânia, Iraque, Iémen, Líbano, Palestina, Mauritânia e Djibuti. Estiveram ausentes o Presidente do Sudão, Omar Hassan al Bachir, sobre o qual pesa uma ordem internacional de detenção, o rei de Marrocos, Mohamed VI, o sultan Qabus de Omã e o Presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, gravemente doente.

Paralelamente à cimeira, a sociedade civil e a associação de jornalistas tunisinos realizaram uma série de eventos para denunciar a falta sistemática das liberdades e a violação regular dos direitos humanos na região. As iniciativas incluíram uma marcha no centro capital da Tunísia, onde os manifestantes apelidaram o encontro de "cimeira da vergonha".

Expresso | Foto: Anadolu Agency / Getty

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