Portugal perdeu 939 milhões de
euros em Imposto sobre o valor Acrescentado (IVA) que ficou por cobrar em 2016,
menos cerca de 118 milhões do que no ano anterior, informou hoje o Instituto
Nacional de Estatística (INE).
No destaque sobre as
"Estatísticas das Receitas Fiscais" referente a 2018, divulgado hoje,
o INE afirma que o 'gap' [intervalo] do IVA em 2016 -- o ano mais recente com a
informação necessária para o seu cálculo - foi de 5,6%, ou seja, teoricamente
poderiam ter sido cobrados mais 939,4 milhões de euros neste imposto nesse ano.
Segundo o INE, a redução do 'gap'
em 2016 (face aos 6,4% de 2015) traduz o aumento de 2,6% da receita efetiva
(4,7% em 2015) face ao crescimento de 1,7% (3,1% no ano anterior) do IVA
teórico.
O 'gap' do IVA mede a diferença
entre o chamado IVA teórico, isto é, o IVA que resultaria de aplicar as taxas
legais ao volume de bens e serviços transacionados implícitos nas contas
nacionais, e o IVA efetivamente cobrado.
Depois de ter atingido um máximo
de 2.196 milhões de euros em 2012 (o que corresponde a 13,6% do IVA cobrado), o
'gap' tem diminuído consistentemente todos os anos: para 1.707 milhões de euros
em 2013, para 1.242 milhões de euros em 2014, para 1.057 milhões em 2015 e para
939 milhões em 2016.
O 'gap' médio anual entre 2010 e
2016 foi estimado em 1.426 milhões de euros, o que corresponde a 9,0% do IVA
cobrado.
Segundo o instituto português de
estatísticas, o 'gap' apurado "pode não traduzir apenas fenómenos de
evasão fiscal, mas também outros fatores" como as variações nos 'timings'
[prazos] de pagamento, de reembolso e de recuperação de dívidas ao IVA, assim
como erros associados às necessárias simplificações para o apuramento do IVA
teórico, designadamente decorrentes do grau de agregação com que as contas
nacionais são compiladas.
Noticias ao Minuto | Lusa |
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