Em texto assinado pela
editora-chefe do Intercept, podemos conhecer sua reação após as ameaças do capitão
fascista Jair Bolsonaro acerca do trabalho do jornalista Glenn Greenwald,
principal visado, assim como à liberdade de imprensa exercida pelo Intercept.
Erradamente, por via de imensos
golpes contra a democracia e manipulações que atualmente começam a ser melhor entendidas,
por alegados crimes que mais não foram (são) que um imenso golpe contra o
estado democrático, quiseram os eleitores brasileiros eleger um refinado sucateiro-fascista para a presidência daquele grande país da América Latina e da CPLP. Atualmente o
resultado está à vista e o Brasil a braços com retrocessos civilizacionais e
democráticos que jamais os brasileiros equacionaram ser possível regressar.
Naquele país, por via da onda
bolsonarista e de seus capangas, por via de alguns elementos do aparelho da Justiça
e trupe mercenária dirigida por Sérgio Moro - indigno da definição de juiz
(agora ministro da dita) - é também a liberdade de imprensa que está a ser
posta em causa em declaração de intenções desse mesmo Bolsonaro. Declarações
que originam a resposta do órgão de comunicação social The Intercept, na pessoa
da editora-chefe Betsy Reed. Afirma ela que “Nós não temos medo de enfrentar
quem quer que seja porque é a democracia que está em jogo. Se você acha que
essa luta é importante faça também sua parte.”
A mensagem é clara. Os ataques à
democracia, à liberdade de imprensa, à Constituição brasileira, por energúmenos
que se apossaram dos poderes por via de métodos fraudulentos e ilegais, num
golpe de Estado e de regime cujas vítimas são os que representam a maioria do
povo brasileiro, têm de ser defendidas pelos próprios brasileiros.
Leia a seguir a resposta no
Intercept_Brasil às ameaças proferidas pelo presidente fascista Bolsonaro.
Redação PG
Pela liberdade de imprensa
Na manhã de ontem, dia 27 de
julho, o presidente Jair Bolsonaro deu uma entrevista coletiva na qual ameaçou
o jornalista e editor cofundador do Intercept, Glenn Greenwald. Eu, como todos
aqueles que defendem a democracia, fiquei assustada. É por essa razão que o
Intercept reafirma que:
O Intercept condena veementemente
as declarações que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez sobre o
jornalista e editor cofundador do Intercept, Glenn Greenwald. Jair Bolsonaro
chamou Glenn Greenwald de “malandro” por ter casado com um brasileiro e adotado
crianças no Brasil, o que dificultaria a sua deportação do país. A acusação
seria ridícula se não fosse perigosa: o casamento de Glenn Greenwald ocorreu há
quatorze anos, antes dele e da equipe do Intercept Brasil terem começado a
publicar uma série de reportagens baseadas em um arquivo de conversas secretas
revelando a má conduta de certos membros da força-tarefa Lava Jato.
Bolsonaro também disse que
Greenwald “talvez pegue uma cana aqui no Brasil", uma expressão coloquial
que soa como uma ameaça. Glenn Greenwald e os repórteres do Intercept Brasil
conduziram seu jornalismo com a máxima integridade, sempre pensando no
interesse público, e por isso, gozam de total proteção da Constituição
brasileira. O Intercept apoia e reafirma o direito de Glenn Greenwald, e de
todos os jornalistas do Intercept Brasil, de fazer jornalismo sem qualquer
intimidação oficial, muito menos deportação ou prisão.
Somos gratos pela solidariedade
dos defensores da liberdade de imprensa em todo o mundo, já que as instituições
democráticas brasileiras enfrentam esse profundo teste sob o atual
governo, comandado por um autoritário que não vê nada de errado em ameaçar um
jornalista simplesmente por exercer a sua profissão.
Experiências autoritárias em
diversas partes do mundo demonstram que, mais do que nunca, é hora de
fortalecer o jornalismo independente, que não se ajoelha diante de
governantes ou de corporações. É isso que o Intercept e o Intercept Brasil
fazem. Nós não temos medo de enfrentar quem quer que seja porque é a
democracia que está em jogo. Se você acha que essa luta é importante faça
também sua parte.
Betsy Reed - Editora Chefe | The Intercept_Brasil
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