No dia marcado para início de
entrega de candidaturas à liderança da UNITA, nenhum candidato oficializou a
intenção de concorrer ao cargo de presidente do maior partido da oposição em
Angola.
Segunda-feira (6.09.) foi o
dia marcado para o início de entrega de candidaturas à liderança da UNITA, mas
nenhum candidato oficializou a intenção de concorrer ao cargo de presidente do
maior partido da oposição em Angola, que realiza em novembro o XIII Congresso
Ordinário.
Nos termo dos Estatutos da UNITA,
cada militante interessado e que se julga reunir as condições requeridas para
se candidatar à presidência, deverá entregar à Comissão de Mandatos uma série
de documentos entre os quais, comprovativo da sua boa militância num comité de
base do partido, comprovativo de apoio de pelo menos 2/3 dos membros da
Comissão Política e comprovativo do apoio de 1.000 militantes no pleno gozo dos
seus direitos, dos quais pelo menos 50 militantes residentes em cada uma das 18
províncias angolanas.
Candidaturas até 30 de setembro
São estes os processos que os
candidatos estão a organizar para formalizarem até ao dia 30 deste mês, as
respetivas candidaturas.
O presidente do Grupo Parlamentar
da UNITA, Adalberto Costa Júnior, que manifestou a intenção numa reunião da
Comissão Permanente, confirmou que vai nos próximos dias dar entrada do seu
processo.
"Nunca tinha dito à
imprensa, mas tive a oportunidade de o fazer no Comité Permanente, mas de
facto, por esta via posso confirmar a intenção de apresentar a candidatura.
Ainda falo em intenção por uma razão simples, nem o meu caso, nem outros candidatos
poderão fazer qualquer entrega porque os regulamentos prevêem que haja um modelo
de recolha das assinaturas, e quem o fizer deverá também estar sujeito a um
tipo de credenciamento", disse.
Adalberto Costa Júnior afirma por
outro lado que não terá nenhuma dificuldade em conseguir as mil assinaturas.
"É só hoje que vai ser
possível iniciar a recolha das mil assinaturas obrigatórias, sendo 50 por cada
província. Portanto, não haverá grandes problemas em fazer esta recolha, mas de
facto não permite que hoje no início dos prazos haja já alguém para poder
cumpri-las", explicou o dirigente partidário.
Por seu turno, o general Abílio
Kamalata Numa, assumiu também aos microfones da DW África que vai novamente
avançar com a candidatara para o cargo do líder máximo da UNITA. Numa, que está
atrás dos números de apoiantes exigidos pelos estatutos do partido, destaca a
sua ideia para a liderança da UNITA nos próximos anos.
"Queremos um partido que se
modernize, um partido pan-africano, que é a nossa vocação, um partido que tenha
projetos de quadros, projetos de auto-suficiência, projeto de ganhar as
eleições de 2022, e também ter um bom posicionamento na conquista das
autarquias em todo o país. Portanto, é este partido que queremos apresentar aos
angolanos", avançou o general angolano.
Silêncio de Samakuva
Uma das incógnitas continua a ser
o silêncio do atual presidente da UNITA, Isaías Samakuva. Até ao momento não há
informações oficiais se vai ou não se recandidatar.
O ex-secretário-geral dos
"maninhos" Abílio Kamalata Numa afirma que os estatutos não impedem
Samakuva de concorrer pela sua reeleição. Mas em termos dos "valores e
princípios" que norteiam os militantes da UNITA, o presidente em fim de
mandato não tem condições para continuar na liderança.
"Um dos valores do nosso
partido é a subordinação da política à ética. Quando o presidente Samakuva diz
que perdendo ou ganhando, sem pressão de ninguém, não voltaria a ser o
presidente da UNITA, para um partido sério que é a UNITA, ele não tem condições
para voltar agora em 2019 a
lançar uma nova candidatura", sublinhou o general Numa.
Analistas consideram que depois
de cumprir quatro mandatos à frente da UNITA, Samakuva, de 73 anos, não deverá
recandidatar-se, tendo declarado esta intenção publicamente. No entanto,
notícias veiculadas pela imprensa angolana deixaram no ar a possibilidade de
uma nova recandidatura do líder, o que os analistas acreditam que deixaria de
fora outros aspirantes ao cargo.
Desconhece-se número de candidatos
Entretanto, 30 de setembro, é o
período que encerra a entrega das candidaturas. De 1 a 3 de outubro, a Comissão
Eleitoral vai processar a documentação que será entregue à Comissão de Mandatos
e no dia 3 de outubro anunciará as candidaturas aprovadas para concorrer ao
cargo de presidente da UNITA.
As explicações são do porta-voz
do oitavo congresso do partido do Galo Negro, Rubem Sicato.
"No fim vamos dizer quantos
candidatos tivemos, quem são os pré-candidatos, aqueles que manifestaram a
intenção. Depois disso vamos fazer uma conferência de imprensa, e no dia 3
vamos convocar os jornalistas para anunciar os resultados", concluiu Rubem
Sicato.
Borralho Ndomba | Deutsche Welle
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