Após um fim-de-semana marcado por
assembleias populares concelhias, a CUT convocou para esta segunda-feira várias
acções de massas. A repressão pelas autoridades prossegue e já fez mais de dois
mil feridos.
A Central Unitária dos
Trabalhadores (CUT) convocou diversas acções para o fim-de-semana e, para
amanhã, manifestações naquela que se designa de «super segunda-feira».
A ideia é a realização de três
acções principais que passam por ir até junto de representantes parlamentares
para exigir que se trave o debate legislativo que está na agenda do governo;
por realizar concentrações e marchas nas praças das principais cidades; e uma
grande concentração em Santiago na Praça Itália.
As grandes reivindicações para as
mobilizações passam por uma nova Constituição, um salário mínimo de 500 mil
pesos, uma pensão equivalente ao salário mínimo, um conjunto de serviços
básicos garantidos, e um transporte público com gratuitidade para estudantes e
idosos, entre outras questões.
Durante o fim-de-semana foi dado
fôlego a assembleias concelhias populares, que têm como impulsionadora a
Unidade Social – composta por mais de 70 organizações, entre as quais a CUT,
sindicatos do sector público, organizações de estudantes e outros –, e nas
quais têm participado cerca de dez mil cidadãos. O objectivo é que toda la
informação que saia destas reuniões venha a ser compilada e sistematizada pela
Universidade do Chile em relatório.
Repressão chilena provoca mais de
2000 feridos
Desde o início das acções de luta
contra o governo de Piñera, já se registaram mais de 2000 feridos e foram
detidas mais de 4300 pessoas.
Os dados das detenções
reportam-se até às 22h do dia 1 de Novembro e resultam dos confrontos que têm
ocorrido entre as forças de segurança e os manifestantes, em relatório
apresentado pelo Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH).
O INDH fala ainda em mais de 1500
feridos, mas os dados fornecidos por Patricio Acosta, presidente da Cruz
Vermelha chilena, informam que já são mais de dois mil e podem já rondar os
2500. As divergências entre os números explicam-se pelo facto de muitos dos
manifestantes feridos acabarem por recusar serem encaminhados para os
estabelecimentos de urgência por receio de virem a ser detidos.
Estão em curso 179 acções
judiciais em função de denúncias de tortura praticada pelas forças de segurança
contra detidos, segundo dados do INDH.
Imagem:
Manifestações contra o governo de
Sebatian Piñera. Concepcion, Chile, 31 de Outubro de 2019 CréditosDIEGO
IBACACHE / EPA
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