Benjamin Netanyahu, atualmente à
frente de um governo de gestão, falhou tentativa de formar novo executivo na
sequência das eleições de setembro. Agora, confirma-se a acusação por fraude,
suborno e quebra de confiança.
O procurador-geral de Israel,
Avichai Mendelblit, anunciou esta quinta-feira que reteve as três acusações que
a Polícia lhe sugeriu contra o primeiro-ministro, o conservador Benjamin
Netanyahu. Fraude, suborno e quebra de confiança são os alegados crimes e podem
mexer com a política israelita nas próximas semanas.
Em causa estão favores a patrões
de certa imprensa, por via de leis ou outras estratégias, em troca de cobertura
favorável, bem como favores políticos a um magnata de Hollywood em troca de
presentes caros.
A acusação acontece em pleno
impasse eleitoral em Israel, que já passou por duas eleições este ano.
Netanyahu perdeu as últimas por uma unha negra para o ex-líder militar Benny
Gantz. Convidado a formar governo por reunir mais consensos, Netanyahu falhou,
como Gantz falharia depois. O poder está agora nas mãos do parlamento, a quem
compete determinar um nome.
O processo por corrupção contra
Netanyahu pode alterar significativamente os equilíbrios. É a primeira vez que
um líder israelita é alvo de acusação.
A primeira acusação de fraude e
quebra de confiança diz respeito ao recebimento de presentes no valor de um
milhão de shekels (cerca de 260 mil euros) do bilionário australianos James
Packer e do magnata de Hollywood de origem israelita Arnon Milchan, a quem
Benjamin Netanyahu retribuiu com favores políticos. O primeiro-ministro israelita
respondeu ser normal receber prendas de amigos.
O "Caso 2000"
A mesma linha de acusação envolve
um alegado acordo com Arnon Moses, editor de um dos maiores diários, o
"Yedioth Ahronoth", para que este lhe garantissem uma cobertura
noticiosa favorável. Em troca, terá oferecido limitar a circulação do jornal
concorrente, o "Israel Hayom", gratuito e muito favorável a Netanyahu
e propriedade de Sheldon Adelson, amigo dele e financiador republicano nos EUA.
Brincadeira, diz Bibi.
O "Caso 4000"
Quando teve a seu cargo a pasta
da comunicação, Netanyahu terá beneficiado o magnata dos media Shaul Elovitch,
maior acionista pelo grupo de telecomunicações que inclui o site noticioso
"Bezeq"s Walla News", em troca de cobertura favorável e da
escolha de chefias à medida. É acusado de suborno, fraude e quebra de
confiança. Cobertura favorável não é suborno, defende-se o primeiro-ministro.
Ivete Carneiro | Jornal de Notícias
| Imagem: Reuters/Ronen Zvulun
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