Presidente da Comissão Europeia
afirmou que cooperação mais estreita com África é objetivo primordial da
política externa da UE. Questões importantes como segurança e migração exigem respostas
comuns, disse.
Na sua primeira viagem
internacional fora da Europa como chefe
da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen chegou à capital da
Etiópia, Adis Abeba, este sábado (07.12), para "enviar uma mensagem
política forte", sublinhando o compromisso da União Europeia (UE) com
África.
"Para a minha primeira
visita, escolhi o continente que acolhe as economias de crescimento mais rápido
do mundo; um continente com imensas ambições e aspirações, mas também com
necessidades imensas", declarou von der Leyen num discurso proferido ao
lado de Moussa Faki, presidente da Comissão da União Africana (UA).
A ex-ministra da Defesa alemã
disse que não iria apresentar "algum grande plano para África", mas
que estava na sede da UA, "para ouvir" as tendências e
desenvolvimentos que moldam o continente, bem como as suas prioridades
políticas e económicas.
"Só a unidade tornará os
nossos continentes fortes num mundo em transformação. A União Africana é um
parceiro com quem conto", afirmou von der Leyen.
A cooperação estratégica com
África e a gestão das migrações constituem um objetivo fundamental da política
externa durante o mandato de von der Leyen como presidente da Comissão da UE,
que teve início a 1 de dezembro.
Ela descreveu o continente como o
"vizinho próximo e o parceiro mais natural da Europa". A UE é o maior
parceiro comercial de África e a maior fonte de investimento estrangeiro e de
ajuda ao desenvolvimento.
Migração, um desafio
Mas as questões de segurança e a
migração maciça e não regulamentada representam desafios para os líderes
africanos e europeus, que nos últimos anos têm procurado travar as perigosas
travessias para a Europa.
No início desta semana, pelo
menos 62 migrantes morreram quando um barco virou ao largo da Mauritânia, na
costa ocidental de África. Foi um dos desastres mais mortais deste ano entre os
migrantes que tentaram chegar à Europa.
Para ajudar a gerir a migração,
uma das estratégias da nova Comissão Europeia consiste em injetar investimento
regional nos países africanos, numa tentativa de melhorar as perspectivas, bem
como criar a Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas
Fronteiras Externas (Frontex).
No entanto, a forma de financiar
e gerir a migração é uma questão controversa entre os Estados-membros da UE.
Parceria estreita
Numa reunião com o
primeiro-ministro etíope e Prémio
Nobel da Paz deste ano, Abiy Ahmed, Ursula von der Leyen elogiou a sua
reconciliação com o Estado vizinho da Eritreia como um passo corajoso. "A
Etiópia deu esperança a todo o continente", disse a chefe da Comissão
Europeia.
Abiy sublinhou que uma parceria
estreita com África é "a coisa certa para a Europa". O chefe de
Governo tem grandes ambições para o seu país, acrescentou - referindo-se a
programas de desenvolvimento económico e redução do desemprego.
A UE prometeu uma nova ajuda
financeira de 170 milhões de euros para apoiar a economia etíope e as eleições
previstas para maio.
Deutsche Welle | DPA, AFP, cvt
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