sábado, 7 de dezembro de 2019

Na Etiópia, Ursula von der Leyen apela à unidade entre UE e África


Presidente da Comissão Europeia afirmou que cooperação mais estreita com África é objetivo primordial da política externa da UE. Questões importantes como segurança e migração exigem respostas comuns, disse.

Na sua primeira viagem internacional fora da Europa como chefe da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen chegou à capital da Etiópia, Adis Abeba, este sábado (07.12), para "enviar uma mensagem política forte", sublinhando o compromisso da União Europeia (UE) com África.

"Para a minha primeira visita, escolhi o continente que acolhe as economias de crescimento mais rápido do mundo; um continente com imensas ambições e aspirações, mas também com necessidades imensas", declarou von der Leyen num discurso proferido ao lado de Moussa Faki, presidente da Comissão da União Africana (UA).

A ex-ministra da Defesa alemã disse que não iria apresentar "algum grande plano para África", mas que estava na sede da UA, "para ouvir" as tendências e desenvolvimentos que moldam o continente, bem como as suas prioridades políticas e económicas.

"Só a unidade tornará os nossos continentes fortes num mundo em transformação. A União Africana é um parceiro com quem conto", afirmou von der Leyen.

A cooperação estratégica com África e a gestão das migrações constituem um objetivo fundamental da política externa durante o mandato de von der Leyen como presidente da Comissão da UE, que teve início a 1 de dezembro.

Ela descreveu o continente como o "vizinho próximo e o parceiro mais natural da Europa". A UE é o maior parceiro comercial de África e a maior fonte de investimento estrangeiro e de ajuda ao desenvolvimento.


Migração, um desafio

Mas as questões de segurança e a migração maciça e não regulamentada representam desafios para os líderes africanos e europeus, que nos últimos anos têm procurado travar as perigosas travessias para a Europa.

No início desta semana, pelo menos 62 migrantes morreram quando um barco virou ao largo da Mauritânia, na costa ocidental de África. Foi um dos desastres mais mortais deste ano entre os migrantes que tentaram chegar à Europa.

Para ajudar a gerir a migração, uma das estratégias da nova Comissão Europeia consiste em injetar investimento regional nos países africanos, numa tentativa de melhorar as perspectivas, bem como criar a Agência Europeia de Gestão da Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas (Frontex).

No entanto, a forma de financiar e gerir a migração é uma questão controversa entre os Estados-membros da UE.

Parceria estreita

Numa reunião com o primeiro-ministro etíope e Prémio Nobel da Paz deste ano, Abiy Ahmed, Ursula von der Leyen elogiou a sua reconciliação com o Estado vizinho da Eritreia como um passo corajoso. "A Etiópia deu esperança a todo o continente", disse a chefe da Comissão Europeia.

Abiy sublinhou que uma parceria estreita com África é "a coisa certa para a Europa". O chefe de Governo tem grandes ambições para o seu país, acrescentou - referindo-se a programas de desenvolvimento económico e redução do desemprego.

A UE prometeu uma nova ajuda financeira de 170 milhões de euros para apoiar a economia etíope e as eleições previstas para maio.

Deutsche Welle | DPA, AFP, cvt

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