domingo, 8 de dezembro de 2019

Recusa de entrada a líderes da Câmara Americana de Comércio de Hong Kong


MACAU NÃO COMENTA

O secretário para a Segurança de Macau recusou-se hoje a comentar o facto de líderes da Câmara Americana de Comércio (Am Cham) de Hong Kong, Tara Joseph e Robert Grieves, terem sido impedidos de entrar sábado no território.

Citado num comunicado das autoridades, Wong Sio Chak disse que tinha tomado conhecimento do caso através dos meios de comunicação social e, à semelhança do que aconteceu em situações semelhantes, recusou-se a comentar este tipo de incidentes "pontuais".

Contudo, o governante reiterou que, de acordo com a Lei de Bases da Segurança Interna da Região Administrativa Especial de Macau, a polícia tem obrigações de manter a segurança" no território e que o "controlo nas fronteiras (...) obedece os mesmos critérios".

Por fim, frisou que, "aquando da aplicação da lei, a identidade do indivíduo e a sua profissão não são objetos de ponderação, os riscos e ameaças à segurança são a única consideração e a aplicação deste regulamento sempre foi analisada caso a caso".

Os líderes da Câmara Americana de Comércio em Hong Kong (AmCham) foram impedidos de entrar sábado em Macau para participarem no baile anual promovido pela AmCham Macau.


No comunicado da AmCham de Hong Kong divulgado no sábado à noite e reproduzido pelos 'media' da antiga colónia britânica indica-se que não foram dadas razões para o facto de ser barrada a sua entrada.

"Depois de várias horas, e depois de assinarem uma declaração de que voluntariamente concordaram em não entrar em Macau, ambos regressaram a Hong Kong sem nenhuma dificuldade", pode ler-se na mesma nota.

"Estamos confusos sobre o motivo disso acontecer, já que era simplesmente uma ocasião social para celebrar o encontro anual da AmCham Macau", acrescenta-se.

Os responsáveis, que no passado tornaram pública a sua oposição ao projeto de lei sobre a extradição que motivou os recentes protestos em Hong Kong, assinalaram ainda o desejo de que o incidente se trate "apenas uma reação exagerada aos eventos atuais e que os negócios internacionais possam avançar construtivamente".

No jornal South China Morning Post sublinha-se que a recusa chega num momento delicado, já que Pequim alertou para uma possível retaliação após os Estados Unidos terem aprovado legislação em apoio aos protestos antigovernamentais na cidade, com a Lei de Direitos Humanos e Democracia de Hong Kong a abrir caminho para ações diplomáticas e sanções económicas contra o governo da cidade.

Após a assinatura da lei, Pequim anunciou sanções contra organizações não-governamentais e órgãos de direitos humanos dos EUA.

Por outro lado, o episódio acorreu quando Macau prepara as comemorações do 20.º aniversário da transferência para a China do antigo território administrado por Portugal, que têm lugar a 20 de dezembro, que coincide com a tomada de posse do novo chefe do Governo, Ho Iat Seng, cerimónias que têm sido alvo de especulação sobre a presença do Presidente chinês, Xi Jinping.

Plataforma | Lusa | Imagem: Wong Sio Chak, Secretário da Segurança

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