MACAU NÃO COMENTA
O secretário para a Segurança de
Macau recusou-se hoje a comentar o facto de líderes da Câmara Americana de
Comércio (Am Cham) de Hong Kong, Tara Joseph e Robert Grieves, terem sido
impedidos de entrar sábado no território.
Citado num comunicado das autoridades,
Wong Sio Chak disse que tinha tomado conhecimento do caso através dos meios de
comunicação social e, à semelhança do que aconteceu em situações semelhantes,
recusou-se a comentar este tipo de incidentes "pontuais".
Contudo, o governante reiterou que,
de acordo com a Lei de Bases da Segurança Interna da Região Administrativa
Especial de Macau, a polícia tem obrigações de manter a segurança" no
território e que o "controlo nas fronteiras (...) obedece os mesmos
critérios".
Por fim, frisou que,
"aquando da aplicação da lei, a identidade do indivíduo e a sua profissão
não são objetos de ponderação, os riscos e ameaças à segurança são a única
consideração e a aplicação deste regulamento sempre foi analisada caso a caso".
Os líderes da Câmara Americana de
Comércio em Hong Kong (AmCham) foram impedidos de entrar sábado em Macau para
participarem no baile anual promovido pela AmCham Macau.
No comunicado da AmCham de Hong
Kong divulgado no sábado à noite e reproduzido pelos 'media' da antiga colónia
britânica indica-se que não foram dadas razões para o facto de ser barrada a
sua entrada.
"Depois de várias horas, e
depois de assinarem uma declaração de que voluntariamente concordaram em não
entrar em Macau, ambos regressaram a Hong Kong sem nenhuma dificuldade",
pode ler-se na mesma nota.
"Estamos confusos sobre o
motivo disso acontecer, já que era simplesmente uma ocasião social para
celebrar o encontro anual da AmCham Macau", acrescenta-se.
Os responsáveis, que no passado
tornaram pública a sua oposição ao projeto de lei sobre a extradição que
motivou os recentes protestos em Hong Kong, assinalaram ainda o desejo de que o
incidente se trate "apenas uma reação exagerada aos eventos atuais e que
os negócios internacionais possam avançar construtivamente".
No jornal South China Morning
Post sublinha-se que a recusa chega num momento delicado, já que Pequim alertou
para uma possível retaliação após os Estados Unidos terem aprovado legislação
em apoio aos protestos antigovernamentais na cidade, com a Lei de Direitos
Humanos e Democracia de Hong Kong a abrir caminho para ações diplomáticas e
sanções económicas contra o governo da cidade.
Após a assinatura da lei, Pequim
anunciou sanções contra organizações não-governamentais e órgãos de direitos
humanos dos EUA.
Por outro lado, o episódio
acorreu quando Macau prepara as comemorações do 20.º aniversário da
transferência para a China do antigo território administrado por Portugal, que
têm lugar a 20 de dezembro, que coincide com a tomada de posse do novo chefe do
Governo, Ho Iat Seng, cerimónias que têm sido alvo de especulação sobre a
presença do Presidente chinês, Xi Jinping.
Plataforma | Lusa | Imagem: Wong
Sio Chak, Secretário da Segurança
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