A questão russa deve gerar cisões
cada vez mais profundas entre os membros da NATO. Países como França e Itália
ressentem o tom agressivo que países do leste europeu empregam para tratar da
potência euroasiática, diz analista.
As diferenças de interesses entre os membros da NATO vêm à tona
quando o assunto é a Rússia, acredita o cientista político e professor de
estudos internacionais da Universidade de Trento, na Itália, Vincenzo Della
Sala.
"A NATO ainda não definiu a
sua posição em relação à Rússia […] Os países da Europa central e do leste, que
entraram na aliança há pouco tempo, estão convencidos que a aliança deve, em
primeiro lugar, tratar da ameaça russa", explicou Della Sala.
De acordo com o especialista,
para os países do leste é muito importante garantir que o princípio de defesa mútua é
assegurado. O princípio estabelece que a aliança defenda qualquer país
membro que eventualmente seja atacado.
"Esses dois grupos da
discussão dentro da NATO se relacionam entre si com grande suspeição. Aqueles
que estão abertos em relação à Rússia acreditam que certos países do leste
europeu aumentam as tensões de maneira desnecessária ao empregar um tom
agressivo", disse.
Por outro lado, os países da
Europa central e do leste consideram que os países da Europa ocidental não
prestam atenção suficiente à ameaça russa. Neste caso, o fiel da balança poderiam ser os EUA.
"A indefinição atual da
posição dos EUA em relação à Rússia significa que essa tensão continuará a
aumentar a desconfiança mútua dentro da aliança e com a Rússia", concluiu.
Mais cedo, o embaixador da Rússia
em Londres, Andrei Kelin, declarou em
entrevista ao canal britânico Channel 4 que a Rússia está pronta para rever os
termos das relações com a aliança, apesar dos pontos divergentes.
Apesar das discordâncias, a
Rússia e a NATO mantêm um conselho que se reúne periodicamente para discutir
assuntos de interesse mútuo.
A reunião mais recente do Conselho Rússia-NATO tratou do acordo de redução de mísseis de
curto e longo alcance, o Tratado INF, em 5 de julho de 2019 em Bruxelas.
Sputnik | Imagem: © Sputnik /
Sergei Melkonov
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