Isaquiel Cori | Jornal de Angola | entrevista
Autor de uma já vasta obra, com
créditos firmados em Angola e no exterior, está no país para participar, com o
moçambicano Mia Couto, a convite do Goeth-Institute Angola e do colectivo
cultural Pés Descalços, numa oficina de escrita criativa. Vai aproveitar para
fazer a apresentação do seu último romance, “A Sociedade dos Sonhadores
Involuntários”, lançado há dois anos em Portugal. José Eduardo
Agualusa, que vive actualmente em Moçambique, fala, na entrevista que se segue,
sobre a divulgação da sua obra no exterior, a diáspora literária angolana e a
necessidade de formar leitores. E como não podia deixar de ser, opina sobre a
nova Angola que encontrou.
A parceria com Mia Couto já vem
de longe. Chegaram inclusive a escrever vários livros conjuntamente...
Tenho três peças de teatro escritas com o Mia. Essas peças foram reescritas e transformadas em contos. (Conversa interrompida por uma chamada telefónica de Mia Couto, a partir da Ilha de Moçambique). Esse livro de contos, que se chama “O Terrorista Elegante e Outras Histórias”, sai agora, em Abril, na minha actual editora no Brasil. Não tem data de publicação, nem editora sequer,em Portugal. Em Moçambique
deve sair este ano, com o selo da Fundação Fernando Couto. A nossa cumplicidade
já vem de há muito tempo. Acho que fui a primeira pessoa a escrever uma crítica
a um livro do Mia Couto fora de Moçambique. Foi o seu primeiro livro de contos.
Lembro-me como se tivesse acontecido ontem da impressão que me produziu aquele
primeiro livro de contos do Mia. Foi a edição moçambicana, muito feia. Mas o
Mia já estava ali, um escritor inteiro. Fiquei tão emocionado que fiz a
recensão crítica, boa, para o jornal Expresso, de Lisboa. Na sequência disso o
Mia quis conhecer-me e ficámos amigos. Somos amigos há mais de 35 anos. É
verdade que para escrever um texto como nós fizemos tem de haver intimidade
boa. O que já temos feito, também, é o lançamento de livros em conjunto, em
vários países do mundo. Já fizemos imensas vezes mesas de debate juntos no
Brasil, em França, Inglaterra e Espanha. E corre sempre bem. E há outra coisa:
a minha actual esposa foi o Mia quem me apresentou.
Tenho três peças de teatro escritas com o Mia. Essas peças foram reescritas e transformadas em contos. (Conversa interrompida por uma chamada telefónica de Mia Couto, a partir da Ilha de Moçambique). Esse livro de contos, que se chama “O Terrorista Elegante e Outras Histórias”, sai agora, em Abril, na minha actual editora no Brasil. Não tem data de publicação, nem editora sequer,