quinta-feira, 11 de abril de 2019

Julian Assange detido em Londres


O fundador da WikiLeaks, Julian Assange, foi detido esta quinta-feira de manhã em Londres

Em comunicado, a Scotland Yard esclarece que o fundador da WikiLeaks foi detido na embaixada do Equador, em Londres, por agentes do Serviço Metropolitano de Polícia (MPS, na sigla original), dando seguimento a um mandado emitido por magistrados do Tribunal de Westminster, emitido em 29 de junho de 2012.

Assange estava refugiado na embaixada do Equador, em Londres, há sete anos. "Foi levado sob custódia para uma esquadra no centro de Londres, onde permanecerá até ser ouvido por um juiz", esclarece o comunicado da Scotland Yard.

"Os agentes tinham o dever de executar o mandado", esclarece a Scotland Yard. "Foram convidados a entrar na embaixada pelo Embaixador, no seguimento da retirada do asilo" que havia sido concedido ao fundador da WikiLeaks.

Jornal de Notícias

Portugal | Ambiente tóxico


Vítor Santos | Jornal de Notícias | opinião

É possível despejar 100 mil toneladas de resíduos, provenientes da Siderurgia Nacional, nas galerias de umas minas desativadas e não ser condenado? Sim. Aconteceu ontem. Em Portugal, claro está. São Pedro da Cova, freguesia de Gondomar, concretamente. O caso remonta a 2001, mas só agora conheceu sentença, em linha com o padrão habitual de celeridade da justiça portuguesa.

Quando, no mês passado, milhares de estudantes saíram à rua para defender o ambiente, não faltaram políticos mais rápidos do que a própria sombra na colagem à manifestação, valorizando a consciência verde dos jovens, um sinal de mudança de mentalidades que nos faz acreditar num futuro melhor.

Portugal | "Fui insultado por uma corja de bandidos ao serviço do Passos Coelho" - Tordo


Fernando Tordo é o entrevistado de hoje do Vozes ao Minuto. Fernando Tordo regressou e multiplicou-se. 

Em 'Duetos - Diz-me Com Quem Cantas' redescobrimos Fernando Tordo na mais variada companhia. Há veteranos como Rui Veloso e Jorge Palma a pegar em clássicos do cantor e a torná-los também seus. Há a voz quase sussurrada de Rita Redshoes e a inimitável Maria João num jazz que não pede licença para abrir caminho. Há Héber Marques a tratar 'Adeus Tristeza' com todo o cuidado pop e a elasticidade das palavras de Ary dos Santos na letra de 'Tourada', aqui cantiga e rap num só.

Em conversa com o Notícias ao Minuto, o cantor falou de 'Duetos' e da Eurovisão, de Portugal e do Brasil de diferentes facetas que conheceu. Recordou ainda a luta que teve de vencer contra o alcoolismo e o dia em que se viu na 'mira' de uma "corja de bandidos" - palavras suas - porque anunciou que ia partir, deixando para trás um país então governando pela troika e pelo governo de Passos Coelho.

Aos 71 anos, o brilho é semelhante quando se ouve Fernando Tordo falar da música que já fez e da que ainda vai fazer. Está lá o tal fascínio de miúdo. Mas também a voz de quem leva décadas de carreira musical, com canções que ainda serão ouvidas daqui a muitos anos. "Haverá alguma coisa mais extraordinária do que isto?".

Brasil | Amazónia: o anúncio de um crime


Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou que entregará a Amazónia para exploração de empresas norte-americanas. Esta ideia contém em si mesma um mundo de perigos; este anúncio vem na sequência de promessas eleitorais, ou seja, quem votou em Bolsonaro votou nisto. E o que é isto? Será um verdadeiro atentado contra o planeta ou alguém acredita que bons samaritanos preparam-se para explorar, perdão preservar, a floresta  amazónica? Ou alguém está convencido de que os americanos estão interessados numa qualquer outra coisa que não o lucro, rápido e em abundância? De resto é essa a essência do capitalismo, ou será que no entendimento de Bolsonaro o capitalismo é também outra coisa? Como o nazismo é.

Mas o Presidente brasileiro vai mais longe, para além de dar aos americanos a exploração, o que levanta outras questões que se prendem com os próprios recursos brasileiros e a ingerência externa para deitar a mão a esses recursos, promete rever as demarcações indígenas. Esta nova promessa de adulterar e comprometer o futuro da Amazónia interferindo nas terras e prejudicando de forma escandalosa os protectores da Amazónia - os indígenas - é mais um passo em frente rumo ao abismo que representa um fim não só brasileiro, mas de toda a humanidade. A imbecilidade misturada com a ignomínia têm resultados verdadeiramente trágicos. E ainda a procissão vai no adro, porque se há uma coisa que é certa é o carácter infinito da dita imbecilidade.

Brasil | Crónica de uma aberração


O que há de esperar de um presidente cujo único projeto é acabar com um socialismo que não existe e não existia no Brasil? Bolsonaro parece cada vez mais um Dom Quixote, escreve Philip Lichterbeck.

Passaram os primeiros cem dias do governo Jair Bolsonaro, e uma coisa está clara: o Brasil não virou uma ditadura, como alguns esquerdistas temiam. Essa é a boa notícia. A má notícia é: esse governo não teria condições para estabelecer uma ditadura nem que quisesse. Mas, de alguma forma, isso também é bom.

O governo age de maneira confusa, aparenta incompetência, lembra João e Maria perdidos na floresta. Muitos de seus planos parecem ter apenas uma motivação: o velho, o suposto "socialismo", precisa ser demolido – não à toa Bolsonaro chama sua eleição de "revolução". Mas não está claro o que se quer construir na realidade.

Esse governo não tem ideias. Não tem projetos. Não tem planos. Percorre em meandros a monotonia de seu radicalismo de direita. Quase que diariamente, ouve-se quaisquer anúncios semicozidos. Até mesmo a reforma do super-herói da Justiça, Sergio Moro, parece ter surgido num processo de copia-e-cola.

Brasil | Bolsonaro: 100 dias - e daí?


A pulverização das políticas públicas segue firme e forte. O desmonte do Estado avança a olhos vistos

Paulo Kliass | Carta Maior

A cultura política em nosso País costuma apresentar alguns elementos de simbolismo para qualquer tipo de avaliação dos processos e dos governantes. Um desses aspectos refere-se a datas e períodos de referência. Em geral, a primeira janela de oportunidade ocorre com a superação da tão esperada marca dos 100 dias.

Trata-se da tentativa inicial de cobrança pública dos resultados de um governo recém empossado e que chegaria com sua equipe a Brasília em condições de apresentar um balanço positivo. Afinal, o eleito ainda poderia surfar com tranquilidade na dinâmica política anterior, especialmente em função da inércia favorável proporcionada por uma quantidade expressiva e majoritária de votos obtidos alguns meses antes.

Com toda a razão, algumas pessoas também se perguntam os motivos para não se utilizar de outra métrica. Por que não 3 ou 4 meses como prazo de referência? Afinal, de acordo com nossas regras institucionais, cada mandato presidencial é composto de 48 meses. O que representam 100 no total de 1460 dias de um mandato? Na verdade, como muito de nossa importação exagerada de modismos estrangeiros, essa simbologia toda foi inspirada no governo do presidente Franklin Roosevelt nos Estados Unidos, que teve início em 1933.

Crise na Argentina: a fome já atinge a classe média


A assistência aos bandejões comunitários da cidade cresceu entre 40% e 50% no último ano. Até as famílias de classe média frequentam esses locais. Mas o governo portenho destina cada vez menos fundos ao programa que busca diminuir a desigualdade

Os bandejões comunitários de Buenos Aires vêm contando com uma presença cada dia maior de pessoas nos últimos anos, o que inclui muitas famílias de classe média que precisam de uma alternativa mais barata para sua alimentação.

Esses centros que oferecem refeições a preços muito baratos, dedicado a pessoas de poucos recursos, tiveram um aumento entre 40% e 50 nos últimos 12 meses, o que significa que são cada mais as famílias que os frequentam, por ser a melhor forma de se alimentar sem ter que gastar tanto dinheiro, incluindo pessoas que podem ser consideradas de classe média, mas que já não possuem renda suficiente para manter o padrão de vida de outros tempos.

Essa realidade evidencia como a situação social na cidade de Buenos Aires tem piorado cada vez mais. A indigência se duplicou nos últimos três anos (período em que Mauricio Macri está no poder) e a pobreza cresceu em 20%. Assim, pode-se dizer que um de cada cinco habitantes da capital argentina é pobre, dado vergonhoso para a cidade mais rica de um dos países mais ricos da América Latina.

Uma intervenção militar não pode derrubar o governo venezuelano


Valentin Vasilescu [*]

Vários Estados latino-americanos e as Forças Especiais dos EUA parecem preparar-se para atacar a Venezuela. Entretanto, considerando a correlação de forças e a topografia, o autor deste artigo afirma que nenhuma forma de invasão poderia vencer este vasto país defendido por uma selva mais vasta do que a do Vietname. Portanto, conclui-se que qualquer intervenção militar só poderia ter o objectivo desestabilizar o país, não o de derrubar o seu governo.

Cenário de uma guerra sul-americana 

A invasão estrangeira da Venezuela é possível através do Brasil, da Colômbia e da Guiana, três Estados vizinhos da Venezuela. Teoricamente, há pelo menos três eixos de invasão. 

  Uma invasão por Estados sul-americanos deve começar pela conquista de superioridade aérea sobre a Venezuela. Mas a maior parte dos objectivos político-militares da Venezuela estão fora do alcance da aviação brasileira, composta de F-5, A-4, de AMX-1A e A-29 Tucanos.

A Colômbia tem aviões Kfir, A-37 e A-29 Tucano que não têm nenhuma possibilidade perante os sistemas anti-aéreos Buk-M2, S-125, S-300 e os aparelhos venezuelanos F-16 e Su-30 da Venezuela. O mesmo se passa com os aviões brasileiros face à defesa anti-aérea de médio e longo alcance e face à aviação venezuelana. 

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