sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Prepara-se a Greve Mundial pelo Clima


Marcada para 20/9, ela promete reforçar a face contemporânea da luta ambiental: muito jovem, indignada, claramente anticapitalista. Pode ser maior que nunca. Brasil – onde Bolsonaro lança ataque inédito à natureza – participará?


A estranha ausência do Brasil nas mobilizações globais em defesa do planeta – contra a mudança climática e as corporações que a promovem – pode ter fim em breve. Está marcada para o próximo 20 de setembro uma nova greve em defesa do ambiente. Será, provavelmente, a maior já realizada. É convocada, em 125 países, por milhares de organizações, redes internacionais, coletivos locais, grupos de cidadãos indignados. Sua preparação coincidirá, em nosso país, com um momento de efervescência entre a juventude. A partir de 13 de agosto, recomeçarão as grandes manifestações em defesa da Educação, da Universidade e da Ciência, ameaçadas pelo governo obscurantista e reacionário. É uma chance de articular as lutas de oposição a Bolsonaro com uma agenda igualmente política – porque capaz tanto de aprofundar a crítica ao capitalismo quanto de expor o atraso patético dos grupos que controlaram ao poder em Brasília.

As greves pelo clima são um fenômeno recente e em rápida expansão. Estão marcadas por duas características: fortíssima presença de adolescentes e jovens – que parecem não se conformar nem com a inação dos governos, nem com o amortecimento dos adultos…  – e politização crescente. Um movimento precursor ocorreu às vésperas da Conferência sobre o Clima em Paris, em novembro de 2015. Em mais de cem países, cerca de 50 mil pessoas foram às ruas, já defendendo bandeiras que articulavam o ambiental com o social. Havia, então, três reivindicações básicas: redução drástica do uso de combustíveis fósseis, desenvolvimento de fontes energéticas alternativas e garantia dos direitos dos refugiados climáticos – em oposição à xenofobia hoje crescente no mundo eurocêntrico.

Mas uma nova fase, muito mais densa, teve início no final do ano passado. Foi desencadeada por uma garota sueca – Greta Thumberg – então com 15 anos. Em agosto de 2018, Greta, cuja história e formação mental singulares podem ser conhecidas na Wikipedia, iniciou um protesto pessoal. Durante as três semanas que precederam as eleições legislativas de seu país, ela dirigiu-se todos os dias ao Parlamento, no horário de aulas, portando um cartaz onde se lia “greve estudantil pelo clima”. Passado o pleito, anunciou que manteria a ação todas as sextas-feiras, e denominou-as Fridays for Future.

Angola | Porque não há mais ex-ministros indiciados em Angola?


Apenas um antigo ministro do governo de Eduardo dos Santos, Augusto Tomás, está detido e aguarda julgamento. Ex-governante é acusado de desvio de dinheiro. Analistas consideram "estranha e seletiva" a atuação da justiça.

Augusto Tomás já foi formalmente acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso que que envolve o Conselho Nacional de Carregadores. O ex-ministro dos Transportes vai responder em tribunal pelos crimes de peculato na forma continuada, associação criminosa, branqueamento de capitais e abuso de poder na forma continuada, entre outros.

O analista político angolano Augusto Báfuabáfua estranha o facto de apenas um ex-governante estar indiciado quando é de domínio público que o país tem os cofres vazios. "É incrível como é que num país onde houve um desmesurado peculato, houve um desvio enorme não de dezenas, mas de centenas de milhões de dólares, para não dizer de biliões, e só o ministro é que é indiciado. É estranho", sublinha em entrevista à DW.

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