Os cotrins figueiredos e os
venturas são faces da mesma perigosíssima moeda. O fascismo está sempre no
horizonte dos liberais, se a desenfreada exploração capitalista for posta em
causa.
Manuel Augusto Araújo |
AbrilAbril | opinião
As intervenções de dois dos
novos partidos com representação na Assembleia da República (AR), Chega e
Iniciativa Liberal, são bem elucidativas da sua raiz, que os faz percorrer, por
caminhos diversos, o objectivo comum de pôr em prática políticas económicas
e sociais para que a exploração desbragada do capital sobre o trabalho não
conheça fronteiras. Há quem lhes cole o selo edulcorado de extrema-direita para
não os identificar com o que na realidade são: fascistas. O que também é uma
forma de não reconhecer que o fascismo, nas diferentes expressões, é o alfa e o
ómega do capitalismo.
Brecht afirmou-o com clareza, «o
fascismo é a verdadeira face do capitalismo». Como fascista é, nos nossos dias,
um termo pejorativo, não têm a coragem de se apresentarem como fascistas e os
regimes fascistas são objecto de branqueamento. Uma desonestidade que faz jus à
desonestidade dos seus protagonistas e dos seus argumentários. Da Alemanha nazi
de Hitler ao Chile de Pinochet, não esquecendo a Itália de Mussolini, a Espanha
de Franco, o Portugal de Salazar, outros poderiam ser referidos, o fascismo,
adaptando-se às circunstâncias internas e externas, tem o traço comum da
promiscuidade das grandes empresas com o Estado, favorecendo-as,
subsidiando-as, cartelizando o sector privado, apoiando-o com violentas
políticas repressivas.