Martinho Júnior, Luanda
A cisão cada vez mais evidente no
grupo restrito da aristocracia financeira mundial, (aqueles 1% que na sua ânsia
capitalista azota o mundo com seus artificiosos jogos de poder, de domínio
unipolar, do esgotamento dos recursos globais e das manipulações que têm também
provocado as profundas alterações climático-ambientais em curso), expõe o
início da exaustão do império com pés de barro: a força deixou de persuadir,
muito menos convencer, as nações, os estados e os povos da Terra e o império
tornou-se cada vez mais um pesado factor de barbárie, fazendo cair a máscara
por si próprio criada e recriada de campeão de civilização! (https://www.counterpunch.org/2020/01/10/despair-in-america-the-unspoken-issue-of-the-2020-election/).
A RECESSÃO E A CRISE SÃO PRODUTOS
DA MALHA QUE A GLOBALIZAÇÃO DO IMPÉRIO DA HEGEMONIA UNIPOLAR TECE!
A EMERGÊNCIA MULTILATERAL E
INTEGRADORA É UM EMERGENTE PARADIGMA QUE SE DESTACA DA PRÓPRIA HISTÓRIA DA
REVOLUÇÃO NA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA!
01- Qualquer que seja o passo que
os Estados Unidos deem no Médio Oriente Alargado, em África e na América
Latina, os pés de barro indiciam começar-se a esboroar, expondo já suas
internas fissuras, apodrecidas com o sangue húmido ou seco de tantos milhões de
inocentes e mártires espalhados pelo mundo: o contraditório entre Congresso e
Senado jamais foi tão intenso na aproximação das próximas eleições nos Estados
Unidos (https://actualidad.rt.com/opinion/luis-gonzalo-segura/339388-donald-trump-incendia-iran-ano-electoral)
e o carácter do Pentágono, dos serviços de inteligência e da instrumentalizada
NATO, vai também reflectindo essa radiografia que expõe os filamentos dos
poderes dominantes da hegemonia unipolar em início de putrefacção! (https://actualidad.rt.com/opinion/luis-gonzalo-segura/339388-donald-trump-incendia-iran-ano-electoral).
Os Estados Unidos, no Médio
Oriente Alargado, estão presos dentro das teias do seu próprio labirinto (https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/2020011214998014-eua-ameacam-cortar-acesso-do-iraque-as-receitas-do-petroleo-caso-bagda-insista-na-retirada-de/),
um recriado labirinto com condimentos de caos e terrorismo desde o início da
década de 90 do século XX (uma década antes dos acontecimentos de Nova York a
11 de Setembro de 2001) quando o neoliberalismo de Ronald Reagan e de Margareth
Thatcher se assumiram como “medida padrão”!… (https://history.state.gov/milestones/1989-1992/gulf-war; https://actualidad.rt.com/opinion/alberto-rodriguez-garcia/339488-guerra-convencional-asimetrica-iran-eeuu; https://plataformacascais.com/plataformacascais/artigos/mundo/62360-aristocracia-financeira-mundial-iii-guerra-mundial.html).
O “sistema” vem de
longe e a sua utilização para fins excludentes em função de interesses próprios
expressos da maneira mais pérfida, a maneira do caos e do terrorismo, mergulha
nas origens do capitalismo neoliberal!... (http://pagina--um.blogspot.com/2011/03/iraque-iraque-75-anos-depois.html; http://www.voltairenet.org/article7613.html).
No início do século XXI, em 2003,
invadiram o Iraque, de onde não saíram mais até hoje! (https://vermelho.org.br/2018/03/20/hoje-faz-15-anos-da-invasao-no-iraque/).
Estimulados pelo triângulo de
alianças consubstanciado na “Coligação” (http://asian-defence-news.blogspot.com/2014/09/us-coalition-in-middle-east.html),
um triângulo que une os mecanismos de intervenção formatados pelo império, o
sionismo e as monarquias arábicas wahabitas-sunitas (http://pagina--um.blogspot.com/2011/03/salvar-os-reis.html; https://paginaglobal.blogspot.com/2011/06/o-diktat-da-hegemonia.html),
os Estados Unidos forçaram a disseminação, por via da Al Qaeda e do Estado
Islâmico (e seus apêndices), de “inimigos úteis” que se tornaram
garantes de caos e terrorismo, inviabilizando ou enfraquecendo os estados de
toda essa região (https://www.globalresearch.ca/u-s-military-aid-to-al-qaeda-isis-daesh/5548960),
que agora com essa mesma “Coligação”, nada têm a ganhar e têm tudo a
perder! (https://actualidad.rt.com/actualidad/339588-islamico-aplaudir-asesinato-soleimani-intervencion-divina?fbclid=IwAR2x9Tev9YND73rVTRF7K9nMKSvqPkrtXKhz7udOcDcBphnhwmZlJYVhlko; https://www.americansecurityproject.org/national-security-strategy/u-s-bases-in-the-middle-east/).
São esses “inimigos úteis” que
justificam o Pentágono e a sua disseminação de bases e intervenções de toda a
ordem e por essa razão eles se tornaram tão úteis, a ponto de afirmarem que o
assassinato do general iraniano, ser “obra de deus”!... (https://twitter.com/Minalami/status/1215558265272197122?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1215558265272197122&ref_url=https%3A%2F%2Factualidad.rt.com%2Factualidad%2F339588-islamico-aplaudir-asesinato-soleimani-intervencion-divina).
Nada a ganhar a tudo a perder (https://www.globalnegotiator.com/international-trade/dictionary/win-lose-strategy/),
é esse o verdadeiro pântano do poder dominante e por isso se digladiam os
componentes da aristocracia financeira mundial, (https://paginaglobal.blogspot.com/2017/04/aristocracia-financeira-mundial-impoe-o.html)
expondo-se ao contraditório público (em vigor) e expondo as fissuras de seus
pés de barro no solo mártir do Médio Oriente Alargado!
A guerra psicológica (https://frenteantiimperialista.org/blog/2018/07/08/la-guerra-psicologica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar-en-africa/)
utilizando a mentira, a hipocrisia, o cinismo, o medo, ou até o “soft
power” que está à sua disposição, já não é suficiente para alimentar o
artificioso jogo e a manipulação dos seus disseminados “estatutos”, por
que agora, numa espiral de milhares de milhão, os outros percebem que já estão
a lutar pela sua própria sobrevivência! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/01/11/ahi-esta-la-iii-guerra-mundial/).
Com a gestação do “inimigo
útil”, o império da hegemonia unipolar congeminou o seu verdadeiro inimigo, que
no sul da Ásia é o Irão e toda a rede religiosa shiita, ou aqueles que, até por
necessidade de luta pela sobrevivência, a ela se juntem, como os casos, entre
outros, da Rússia e da China! (https://www.globalresearch.ca/america-an-empire-on-its-last-leg-to-be-kicked-out-from-the-middle-east/5699693).
Nessa estratégia o próprio Estado
islâmico enquanto “inimigo útil”, ressurgirá numa pré-programada
intensidade… logo que o império e sua dilecta “Coligação”, queiram!... (https://expresso.pt/internacional/2019-08-14-Ressurgimento-do-Daesh-e-uma-questao-de-tempo-preveem-especialistas).
O império na sua imensa
hipocrisia e cinismo, quer ser o arquitecto e vector duma IIIª Guerra Mundial
assimétrica e de geometria variável que alimenta a ilusão fundamentalista de
ser-lhe favorável, (https://paginaglobal.blogspot.com/2018/01/os-falcoes-primeiro.html)
mas não quer que outros lhe deem resposta em justapostos termos similares,
ainda que seja para se defenderem, ou mesmo para sobreviverem parente tal
tipologia de ameaças e riscos que sobre eles o império faz pender, começando por
ultrapassar e vencer incompatibilidades antigas! (https://www.cavok.com.br/blog/zonas-de-guerra-ira-x-iraque/).
Por isso Trump rotula o general
Qassem Soleimani, um dos campeões da luta contra o Estado Islâmico e Al Qaeda
no Líbano, na Palestina, na Síria, no Iraque e no Iémen, de “terrorista”, (https://www.counterpunch.org/2020/01/10/assassination-lies-and-the-trump-difference/)
no momento em que a todo o custo pretendem salvar o resto dos militantes do
Estado Islâmico e da Al Qaeda, jogando com a permeabilidade das fronteiras
entre uns e outros, algo que dá um subversivo significado às forças da “Coligação”!
(https://www.globalresearch.ca/mysterious-helicopters-continue-to-evacuate-isis-militants-from-battlefields-across-middle-east/5660297).
Os Estados Unidos temem que se
consolide a aliança e a integração do Irão, do Iraque e da Síria, sobretudo
esses, tendo em conta a plataforma sionista que erradicou do mapa a Palestina! (https://neweasterneurope.eu/2019/11/20/the-new-great-game-of-alliances-in-the-middle-east/).
Essa integração tem tudo a ver
com a progressão no sudoeste da Ásia da “Belt and Road Initiative”! (https://www.fort-russ.com/2020/01/hussein-askary-discusses-the-new-silk-roads-advance-across-the-middle-east/?utm_medium=ppc&utm_source=wp&utm_campaign=push&utm_content=new-article).
O assassinato do general Qassem
Soleimani é também e além do mais uma diversão para cobrir a tentativa de
renascimento do caos pelo menos no Iraque, agora seu dilecto campo de manobra
contra o Irão, meio-perdidos que estão os campos de manobra na Síria e no
Afeganistão-Paquistão (“AfPak”), também isso com muitas dificuldades para
ultrapassar! (https://actualidad.rt.com/video/339560-licencia-matar-medios-justificar-asesinato-soleimani; https://www.globalresearch.ca/a-major-conventional-war-against-iran-is-an-impossibility-crisis-within-the-us-command-structure/5682514?utm_campaign=magnet&utm_source=article_page&utm_medium=related_articles).
Os Estados Unidos na sua
radicalizada versão de expansionismo por via do “choque de civilizações”,
(tornou-se cada vez mais evidente), são no Médio Oriente Alargado, como na
América Latina e em África, os que estão a mais nessas regiões, os que estão da
pior maneira e mesmo as suas justificações, tal como as que agora estão a
utilizar para tentar fugir a ser os “maus da fita” no assassinato do
general Qassem Soleimani (dizendo que ele se preparava para atacar mais
embaixadas suas), esvaem-se no labirinto por si próprios recriado, por que com
eles e sua “Coligação”, para os outros há tudo a perder e literalmente
nada a ganhar!... (https://www.globalresearch.ca/us-foreign-policy-shambles-nato-middle-east/5684713?utm_campaign=magnet&utm_source=article_page&utm_medium=related_articles).
Ninguém vai aceitar uma “Coligação
win-lose”, equacionada para a guerra, para o caos e para o terrorismo, quando a
oportunidade de negócios em paz e equacionada para o “win-win”, está cada
vez mais próxima e, para alguns (como por exemplo os “5 satãs” da
Ásia Central), está ali mesmo à mão!... (https://www.globalresearch.ca/shift-in-military-alliances-america-declares-war-on-turkey-nato-in-disarray/5651137?utm_campaign=magnet&utm_source=article_page&utm_medium=related_articles).
02- O Parlamento do Iraque e o
governo iraquiano, insistem legitimamente na necessidade de saída dos
instrumentos dos Estados Unidos do seu território, por que já perceberam os
significados múltiplos do jogo do “poder dominante” em curso e dando
sequência ao papel e exequibilidade ao império desde o Tratado de Quincy! (https://actualidad.rt.com/actualidad/339493-irak-pedir-eeuu-retirar-tropas; https://actualidad.rt.com/actualidad/339532-eeuu-responder-exigencia-irak-retirar-tropas; https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/2020011014992873-eua-quer-discutir-retorno-a-parceria-estrategica-com-iraque-em-vez-de-retirar-tropas/).
Às instituições iraquianas vão-se
juntar as vozes de muitas outras instituições e entidades, por que todas elas
estão presas ao pântano recriado, num labirinto que parece não mais ter fim,
onde têm tudo a perder e nada a ganhar, a não ser caos, desarticulação,
vitimização, vulnerabilização, miséria, fome e morte!
Esse anátema “win-lose” está
do lado sul da antítese que transpõe o imenso continente euro-asiático, por
onde em paz e segurança se procura articular e desenvolver por via de
expedientes integrados no “Belt and Road Initiative”, no âmbito da Nova
Rota da Seda inspirada pela República Popular da China!
Só o império não reconhece seus
pés de barro, nem a putrefacção bárbara do seu expansionismo, exposta nos
passos que dá fora de suas próprias fronteiras! (https://www.globalresearch.ca/us-strategy-what-gas-pipeline-war-costing-us/5699048).
03- As respostas de geometria
variável dos que identificaram as razões do foco de terrorismo que é o império
e seu cortejo de vassalos e de cúmplices, sabem que são eles mesmo que se
expõem como o “inimigo a abater”, precisamente por que não se deixaram tornar
em “inimigos úteis”. (https://www.globalresearch.ca/twenty-six-things-about-the-islamic-state-isil-that-obama-does-not-want-you-to-know-about/5414735).
É esse o significado também da
recusa dos Estados Unidos em não pretender sair do solo iraquiano, justificando
com mais um jogo entre os tantos de que é pródigo, para equacionar apenas o que
é de seu interesse, esquecendo-se mesmo que o seu expansionismo inveterado que
já leva séculos, é histórica, política e antropologicamente, injustificável e
cada vez mais impraticável! (https://www.latimes.com/opinion/story/2020-01-03/qassem-suleimani-donald-trump-iran-drone-assassination).
O exercício da barbárie feudal a
cavalo nas tão socialmente retrógradas monarquias arábicas (https://www.businessinsider.com/trump-is-losing-badly-in-the-middle-east-2017-6 ; https://edition.cnn.com/interactive/2019/02/middleeast/yemen-lost-us-arms/),
começa a ser contraproducente até já para alguns aliados da “Coligação”,
por que já perceberam que com paz e segurança têm estrategicamente muito mais a
ganhar! (https://www.csis.org/analysis/americas-failed-strategy-middle-east-losing-iraq-and-gulf).
Agora esse “vacilantes” pretendem
alinhar com a República Popular da China e as iniciativas que a ela se ligam,
afastando-se do “win-lose” a que exclusivamente se propõe um poder
com pés de barro!
A Rússia e a Turquia vêm agora
dar mais uma ajuda a essa compreensão, ao inaugurar o TurkStream! (https://www.fort-russ.com/2020/01/major-turkey-russia-launch-turkstream-pipeline-carrying-gas-to-europe/; http://turkstream.info/; https://www.youtube.com/watch?v=dqBdUN9STmo).
De facto, os oleodutos e
gasodutos que da Federação Russa se expandem pelo continente euro-asiático,
sendo percussores da Nova Rota da Seda que só tem 6 anos, constituíram fontes
de inspiração para o seu conceito e os estados que compõem o Médio Oriente
Alargado sabem que essas nervuras, estando por melhor equacionar no seu espaço,
constituem por si uma das razões da desesperada renitência terrorista do
império!... (https://time.com/5730849/end-american-order-what-next/).
Por incrível que possa parecer
aos fundamentalistas da “civilização ocidental”, que tanto usam o petróleo
como “excremento do diabo”, (https://www.globalresearch.ca/how-hide-empire-history-greater-united-states/5700299)
os oleodutos e gasodutos que da Rússia se expandem, são vectores da paz que
torna possível o comércio e, com ele, a integração multicultural e
multicontinental!...
… Amanhã a paz vai chegar à Líbia
e as condutas de petróleo e de gaz, serão as nervuras do novo contexto de que
tanto precisa desde já o norte de África!
…Agora mais que nunca, o império
mexe-se com pés de barro!
Martinho Júnior -- Luanda, 11 de Janeiro de 2019
Mapas:
01- Os tubos que levam o gaz da
Rússia para a Europa, são veios de paz, que a NATO não pode nem beliscar, nem
vencer – https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Major_russian_gas_pipelines_to_europe.png;
02- A absorção energética
indispensável à China, vocacionam vínculos de paz pluricontinentais – The
pipelines through Myanmar will mark the third leg of major overland import
routes, and will be capable of supplying 440,000 barrels of oil a day and 12
billion cubic meters of natural gas a year to China's southern Yunnan province.
The gas will come from a new
development off the coast of Myanmar, while the oil will be shipped from the
Middle East and Africa on tankers – http://www.oilseedcrops.org/2013/07/16/myanmar-oil-and-gas-pipelines-to-china/;
03- A Dinamarca foi o último dos
falcões do Báltico; subsiste o falcão imperial – Denmark is the last
country still to complete its national permit procedure for the Nord Stream 2
gas pipeline designed to bring Russian gas offshore to Germany under the Baltic
Sea, after Nord Stream 2 obtained a permit from the Swedish government
yesterday (7 June) – https://www.euractiv.com/section/energy/news/all-eyes-on-denmark-after-sweden-awards-nord-stream-2-permit/;
04- Nem a
cartada da Guerra na Ucrânia parou o gas da paz entre a Rússia e a Europa
– For Europe, thinking about energy security means thinking about Russia.
First in January 2006 and then in January 2009, gas pricing dispute between
Russia and Ukraine led to the halt of Russian gas supplies to Europe via
Ukraine – its primary transit route. This generated economic damages for
Europe, notably in South-Eastern European countries heavily dependent on
Russian gas for both electricity generation and residential heating.
Europe responded to these gas
crises by adopting an energy security strategy mainly focused on reducing its
dependency on Russian gas supply. The high priority given to Russian gas
supplies arose because: (1) gas represents about one quarter of the European
energy mix; (2) about one third of this gas is imported from Russia; and (3) in
contrast to oil or coal, it is not possible to bring large amounts of gas to
where it is needed if the corresponding infrastructure is not in place – https://bruegel.org/2018/07/beyond-nord-stream-2-a-look-at-russias-turk-stream-project/.
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