Aconteceu com uma mulher de pele
escura, despoletado pela não apresentação do passe de viagens de uma criança
que por lei até beneficia de viagens gratuitas (8 anos). Informou a mãe ao
motorista que se havia esquecido do referido passe da criança – que parece que
existe somente… parece que por nada.
Não estando pelos ajuste o
motorista-cobrador da Vimeca solicitou a intervenção da polícia. Um polícia
presente quis fazer a detenção da mulher, devido à falta de passe de viagens da
criança, quis algemá-la para a deter e levar para a esquadra. Com o que ela não
concordou por considerar que tudo não passava de um exagero… e provável comportamento
racista.
O que se deve perguntar é a razão
que justifica tanto radicalismo, tanto exagero, provavelmente tanto racismo. Se
acaso a pele da mulher não tivesse aquele tom escuro, se fosse “branca” (raça superior?),
ocorreria tanto radicalismo, tanto exagero? E porque é necessário um passe para
viagens que são legalmente gratuitas?
Diz-se compreensivelmente,
justificadamente, que o racismo é estúpido – mas que ele existe todos sabemos - também a exigência de um passe é algo muito estúpido para uma criança a quem a
lei reserva beneficio de gratuitidade nas viagens em transportes públicos.
Igualmente estúpido foi a postura do motorista-cobrador, assim como a do
elemento da PSP. E estúpida foi a reação da mãe da criança às posturas estúpidas
do motorista-cobrador e do PSP.
Se é (se fosse) verdade que em Portugal
não existe racismo e que o pomo da questão e atitudes não foi o racismo, então
o que foi?
A seguir leia o constante no
Jornal de Notícias de hoje, que o conduzirá ao visionamento de um vídeo de luta
em parte semelhante a greco-romana. Prevaricadora (mãe da criança) a rebolar-se
no chão em amálgama com um agente da PSP. Rebolanços no chão que só terminaram
com a ajuda de populares que contribuíram para que o agente conseguisse algemar
a senhora interveniente na luta radical gerada por mentes radicais, senão
racistas. O que dificilmente será entendido por juízes igualmente radicais,
racistas ou adeptos de exageros.
Além de tudo, o incidente mancha
todos os intervenientes e a instituição PSP, mostrando, entre outras tendências e atitudes, quanto os
seres humanos são capazes de se prestarem ao ridículo devido a mentes psicóticas e em certos lapsos de tempo ausentes de um pingo de humanidade e inteligência.
Entretanto houve uma criança a
presenciar toda aquela cena execrável. Lembrem-se disso, pois é ainda o mais
lamentável e condenável.
Leia e veja do Jornal de Notícias o texto e a ligação ao vídeo:
O JN teve acesso a um vídeo, de
sete minutos, em que se vê um agente da PSP a deter Cláudia Simões, a mulher
que se queixa de ter sido agredida pela Polícia e que foi constituída arguida
por ofensas contra o elemento policial.
No vídeo vê-se que o PSP tenta
dominar a mulher e queixando-se, várias vezes, de estar a sofrer mordidelas da
mulher. Pede-lhe ainda que pare de resistir à detenção. Por outro lado, também
se ouve a mulher a queixar-se de racismo por parte do agente e diz-lhe que nada
fez, pedindo-lhe para a largar.
Alexandre Panda | Jornal de Notícias
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