Dados do boletim epidemiológico
da Direção-Geral da Saúde desta quinta-feira sugerem um aumento de 18% dos
casos confirmados face ao dia anterior. Há 191 pessoas hospitalizadas, menos 85
que ontem.
Portugal tem 3544 infetados, 60
mortos e 43 recuperados da infeção causada pelo novo coronavirus, segundo o
boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quinta-feira (26
de março), que inclui os dados recolhidos até às 24:00 do dia anterior. Nas
últimas 24 horas, foram confirmados mais 549 casos - mais 18% que no dia
anterior - e registadas mais 17 mortes e o país entrou na terceira fase do
combate à pandemia, a de mitigação, que já prevê o contágio comunitário.
Aguardam resultados laboratoriais
2145 cidadãos e 14994 estão em vigilância pelas autoridades de saúde.
"Neste momento já não estamos preocupados com a ligação epidemiológica,
portanto o critério para ligar para a linha SNS 24 [808 24 24 24] é ter sintomas",
disse a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, em conferência de imprensa,
esta quinta-feira, no ministério da Saúde.
Entre os infetados, os sintomas
tornaram-se mais intensos nos últimos dias. Mais de metade das pessoas (63%)
revelam cefaleia, 53% tosse, 48% febre, 37% fraqueza generalizada, 31% dores
musculares e 19% dificuldades respiratórias. Ao dia de hoje, encontram-se
hospitalizados 191 doentes, destes 61 estão nos cuidados intensivos. Quando
ontem estavam internados 276 pessoas (mais 85 casos).
Quanto à idade dos doentes
portugueses, apesar da faixa etária que revela o maior números de infetados em
Portugal ser a dos 40-49 anos (671 casos) e de existirem muitas confirmações
entre os mais novos, a maioria dos doentes tem mais de 70 anos. São também
estes últimos as principais vitimas mortais. 48 dos 60 óbitos declarados são de
pessoas com mais de 70 anos. "A letalidade do nosso país é pouco
superior a 1%, mas de facto é mais elevada no grupo de pessoas com mais de 70
anos", reforça Graça Freitas.
Lisboa e Porto lideram concelhos
com mais casos
A região mais afetada do país
continua a ser o norte (1858 casos, 28 mortes), depois Lisboa e Vale do Tejo
(1082, 18 mortes). Seguem-se o centro (435, 13 mortes), o Algarve (89, uma
morte), os Açores (24 casos), a Madeira (15) e o Alentejo (20).
Numa análise mais fina da
caracterização demográfica, Lisboa (284 casos), Porto (259), Vila Nova de
Gaia (163), Maia (157) e Ovar (119) - este último onde foi declarado o
estado de calamidade antes ainda de Portugal entrar em estado de emergência -
são os concelhos onde existem o maior número de infetados com o novo
coronavírus. Quatro destes cinco pertencem à Administração Regional de Saúde do
Norte, onde o vírus está mais ativo. Pelo contrário, Vila Real de Santo
António, São João da Madeira, Resende, Ourém, Nelas, Macedo de Cavaleiros,
entre outros, são os concelhos com menos casos (três cada um).
Portugal em fase de mitigação. O
que muda?
"Portugal já está na fase de
mitigação da pandemia. Temos transmissão comunitária e nesta fase todo o
sistema nacional de saúde esta pronto a dar resposta" ao covid-19, indicou
o Secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales, durante a conferência de
imprensa desta quinta-feira. "A partir de agora há muitas pessoas que vão
ficar em casa. É um bom sinal, porque quer dizer que têm doença ligeira",
esclareceu a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.
Rita Rato Nunes | Diário de Notícias
Imagens: Boletim Epidemiológico dia 26 de
março. © DGS
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