No Reino Unido, há quase 10 mil
pessoas infetadas e 463 morreram
Quem o admite é um dos
responsáveis pelo sistema de saúde público britânico. Chris Hopson do NHS
Providers, revelou também que há um número "sem precedentes" de
funcionários infetados ou isolados nos hospitais públicos de Londres.
Os hospitais públicos de Londres
estão enfrentar um "tsunami contínuo" de pacientes graves doentes com
covid-19, ao mesmo tempo que estão a sofrer com uma proporção "sem
precedentes" de funcionários infetados ou isolados, revelou esta quinta-feira
um responsável do sistema de saúde público britânico.
O diretor executivo do NHS
Providers, Chris Hopson disse à BBC Radio
4 que tem estado em contacto com diretores de hospitais e o que estes
estão a relatar é que a capacidade adicional criada nas últimas semanas está a
ser ocupada rapidamente.
"O que eles nos disseram é
que passaram duas semanas a aumentar de forma maciça a capacidade dos cuidados
intensivos, entre cinco a sete vez mais", relatou, mas que nos
últimos dias têm assistido a "explosão de procura" por pacientes em
estado grave.
"Dizem que é o número de
pacientes a chegar, à velocidade que estão a chegar, e a forma como estão
doentes, vaga atrás de vaga atrás de vaga. A expressão usada é um 'tsunami
contínuo'", descreveu.
Um segundo problema, acrescentou,
é a taxa de funcionários que está de baixa, estimada entre 30 a 50% em algumas
regiões, por estarem infetados ou por pertencerem ao grupo de pessoas
vulneráveis à doença que são aconselhadas a isolarem-se.
"É uma taxa de ausência sem
precedentes", vincou.
A capacidade será reforçada com
um novo hospital temporário no centro de exposições ExCeL, no leste de Londres
com capacidade para 4000 camas.
No último balanço público
publicado pelo Ministério da Saúde na quarta-feira à noite, foram
diagnosticados oficialmente 9529 pessoas infetadas pela covid-19, das
quais 463 morreram até à data.
No entanto, o número real de
casos deverá ser mais elevado porque só estão a ser testadas as pessoas com
necessidade de cuidados hospitalares.
Embora a maioria sejam pacientes
idosos, ou com outros problemas de saúde, têm sido tornado públicos casos de
pessoas mais jovens e saudáveis, como Chloe Middleton, de 21 anos, ou Steven
Dick, diplomata britânico na Hungria, de 37 anos.
Pico deverá ser atingido dentro
de duas a três semanas
Na quarta-feira, o cientista Neil
Ferguson, da universidade Imperial College London, cujos estudos têm
contribuído para as decisões do governo britânico, disse à Comissão Parlamentar
de Ciência e Tecnologia acreditar que o Sistema Nacional de saúde britânico
(NHS) iria estar sobre pressão, mas que a crise causada pela pandemia covid-19
não vai exceder a capacidade.
"Vão haver algumas áreas
muito pressionadas, mas estamos razoavelmente confiantes, o que é tudo o que
podemos dizer nesta altura, que ao nível nacional vamos ficar dentro da
capacidade", vincou, fazendo depender este resultado de as pessoas
cumprirem as regras de confinamento decretadas pelo governo.
Segundo Ferguson, prevê-se que o
número de casos graves atinja o pico dentro de aproximadamente duas a três semanas.
Diário de Notícias | Lusa |
Imagem: © EPA/NEIL HALL
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