Daniel Oliveira | TSF | opinião
Daniel Oliveira aconselha a
leitura do artigo de investigação "Chega, SA - Por dentro do Reino de
'Deus' Ventura", na última edição da revista Visão.
"É normal todos os partidos
serem escrutinados" e o Chega não é exceção, defende o comentador. "É
absolutamente normal que, estando no Parlamento, se queira saber como é que se
financia, o que fazem e fizeram os seus dirigentes."
"Só porque chama ladrão a
toda a gente não se torna um partido inimputável, mesmo que os seus eleitores
possam parecer menos exigentes neste tipo de temas."
O partido de André Ventura junta,
segundo a reportagem da Visão, "lóbis evangélicos, ultraconservadores,
setores imobiliários, extremistas encartados, eleitores desiludidos e poderosas
milícias digitais".
"Tem alguma dinâmica
semelhante ao que fez Trump e Bolsonaro", nota Daniel Oliveira. "Mas
o mais espantoso é que um partido pequeno, recente, sem poder para distribuir,
já junta no núcleo dirigente tanta gente com passado tão duvidoso."
Segundo o artigo da Visão, há
fortes suspeitas que o presidente da Mesa da Convenção do Chega tenha ligações
a movimentos neonazis e uma candidata às legislativas e europeias, taróloga,
foi diretora de operações numa sociedade que terá lesado dois milhões de
pessoas em todo o mundo.
Há também nota de um assessor
político ex-presidente de uma cooperativa que ficou a dever meio milhão de
euros a 50 trabalhadores e de um vice-presidente de uma das mais importantes
distritais do país com ligações a políticos brasileiros "muitíssimo pouco
recomendáveis".
"Isto é o núcleo político
mais próximo de André Ventura. Imaginem, se este partido crescer, todas estas
pessoas no Parlamento para regenerar a política portuguesa", sublinha
Daniel Oliveira. "Se o Chega é assim em pequeno, imaginem como será quando
crescer."
TSF | Texto: Carolina Rico
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