O
número de pessoas a viver em Portugal diminuiu em quase 300 mil entre 2009 e
2019, apesar do aumento da população idosa e do saldo migratório positivo,
segundo um retrato do país divulgado hoje pela Pordata.
Em
2019, viviam em Portugal cerca de 10,3 milhões de pessoas, menos 282 mil
pessoas, comparativamente a 2009, de acordo com os dados divulgados no dia em
que se assinala o Dia Mundial da População.
Em
termos percentuais, a maior quebra verificou-se, sobretudo, entre os mais
jovens até aos 15 anos, que eram no ano passado menos 222 mil do que em 2009, o
que representa um decréscimo de cerca de 14%.
Em
contrapartida, o número de idosos aumentou em cerca de 18% e, em 2019, havia
quase mais 350 mil pessoas com 65 ou mais anos em Portugal do que há 10 anos.
Olhando
para este retrato da população portuguesa, a presidente da Pordata, Luísa
Loura, destacou um dado que não está descrito no relatório hoje divulgado: a
perda de população entre os 25 e os 39 anos.
"Nestes
10 anos, este grupo etário perdeu 530 mil pessoas, o que representa quase
25%", disse à Lusa, explicando que este número não se explica com a quebra
da natalidade, mas com a emigração.
"Houve
uma grande saída na altura da anterior crise económica, mas mesmo depois da
crise continuaram a sair muitos jovens", acrescentou.
Questionada
se esta perda poderá ser compensada pela imigração, Luísa Loura admitiu que
procurou responder à mesma pergunta quando confrontada com estes dados.
Em
2019, Portugal registou um saldo migratório positivo, que entre 2018 e 2019
passou de 11.570 para 44.506, o valor mais alto da última década, mas ainda não
há dados sobre o perfil daqueles que procuraram Portugal para viver no último
ano.
Também
'record', mas pela negativa, foi o saldo natural registado em 2019 (-25.214)
que, segundo a segundo a base de dados estatísticos da Fundação Francisco
Manuel dos Santos, foi um dos mais baixos de sempre.
Aproximando
o olhar sobre o retrato de Portugal na última década, a presidente da Pordata destacou
também uma tendência de mudança na constituição das famílias.
Entre
2009 e 2019, foram cada vez mais as famílias monoparentais, que cresceram
em cerca de 39% nos últimos 10 anos, e os agregados domésticos com apenas uma
pessoa, que cresceram em 35%.
Luísa
Loura não tem dados que permitam explicar o aumento dos agregados constituídos
por uma pessoa apenas, mas acredita que uma grande parte possam ser idosas
viúvas.
Por
outro lado, são cada vez mais os casais sem filhos (mais 15%) e cada vez menos
os casais com filhos, que continuam, ainda assim, a representar a maioria dos
agregados domésticos em Portugal.
Também
decrescente é o número de casamentos, que diminui em cerca de sete mil durante
o mesmo período. Em tendência oposta, a última década testemunhou um aumento
dos nascimentos fora do casamento.
Notícias
ao Minuto | Lusa | Imagem: © Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário