quinta-feira, 27 de agosto de 2020

EUA: Não é só racismo, o fascismo do império está em curso


Forças armadas, polícias, agências como a CIA, NSA, FBI, ONG, exércitos privados e outras, fazem parte do manancial de organizações que têm vindo a implantar o nazi-fascismo como regra imposta pelos governos dos EUA. Eles sentem-se no direito de raptar e levar para as suas prisões cidadãos de outros países, de os assassinar, de invadir países sob falsos pretextos, etc. Até mesmo no território norte-americano, nos EUA, os cidadãos estão habilitados a serem vítimas desse mesmo fascismo, de serem assassinados ou presos se os considerarem contestatários dos métodos e das políticas que vigoram desde há tempos interna e externamente. Os lideres do Império USA temem a verdade dos crimes que praticam. Crimes contra a humanidade.

É o racismo, o nazi-fascismo com a mascara de democracia, que enche a boca dos falsários, dos desumanos que enxameiam os privilegiados das elites com a proteção de uma guarda pretoriana obediente e até prazenteira ao assassinar negros, índios, morenos, amarelos e outras etnias que não lhes agradem. Tem sido cada vez mais o que vimos de ações praticadas pelos EUA no planeta e no seu próprio território. Falsamente falam em democracia e liberdade quando afinal é aquele mesmo império que viola esses conceitos e práticas, aterrorizando, assassinando e roubando povos de países que invadem.

Nos EUA, uma vez mais, é notícia a tentativa de assassinato de um negro. A resistência chegou ao desporto, antes com a morte de Floyd e agora com a tentativa a Jacob Blake… Os EUA estão a angariar planetariamente o ódio semelhante que a Alemanha de Hitler e o Japão de um imperador criminoso granjearam. Tal não significa que a maioria do povo dos EUA seja olhado como responsável pelos crimes quase quotidianamente noticiados. Como nesses regimes também o povo norte-americano é vítima e a contestação, a rebelião, no próprio país, vai em crescendo. À semelhança do resto do mundo.

No Curto de hoje a referência à tentativa de assassinato (mais um de tantos) de Blake, pela polícia é a abertura. O autor, Filipe Garcia, “puxa” o tema logo de inicio, e avança. O desporto a contestar as práticas do império e das suas guardas pretorianas assassinas. As SS de Hitler não fariam melhor. É negro abate-se, ou outros que não obedeçam à nossa gene ditatorial…

Nos EUA, a continuar o avanço das elites criminosas que comandam assassinos a soldo, a história mostra-nos que todos os crimes praticados vão (estão) por final abranger e dizimar o seu próprio povo. Também eles serão as grandes vítimas, como foram os alemães e os japoneses na segunda guerra mundial. Terá de ser o próprio povo norte-americano a ajustar as contas com as elites criminosas, inimigas da democracia de facto e da humanidade planetária. Oxalá consigam, para bem-estar de todos nós, seres humanos de várias etnias, que o que querem é viver pacificamente e em progresso que respeite a natureza, o ambiente, a vida, a liberdade.

Atente-se no mais importante: Nos EUA não é só o racismo que está em causa mas sim o fascismo em curso do império criminoso de que a população mundial está a ser vítima.

Bom dia. Prestem atenção ao Curto de hoje. Merece. Passamos a bola.

SC | PG




Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Quando a bola é muito mais que bola

Filipe Garcia | Expresso

Explodiu em maio com a divulgação de um vídeo de 8 minutos: um polícia ajoelhado sobre o pescoço de George Floyd, suspeito de usar uma nota falsa de 20 dólares, que acabaria por morrer sob custódia policial. Três meses passados, mudou o nome: Jacob Blake, baleado sete vezes nas costas, depois de ser encaminhado para o carro por agentes da polícia, suspeito de violência doméstica. Sobreviveu, mas está hospitalizado e, segundo o seu advogado, paralisado da cintura para baixo. E os protestos voltaram às ruas da América. Na madrugada de ontem morreram mais duas pessoas, baleadas em Kenosha, Wisconsin, desta vez por um civil armado, um miúdo de 17 anos que acabaria preso. Em três meses de protestos, mudaram os nomes, mas pouco mais. E a cor dos envolvidos é, tragicamente, fácil de adivinhar. Floyd negro, Blake negro, Kyle Rittenhouse, o adolescente de metralhadora em riste, branco.

Da polícia local, poucas informações são ainda conhecidas, seja quanto a Blake ou Rittenhouse, da Casa Branca apenas se sabe que Donald Trump será o candidato republicano às próximas presidenciais e ontem foram os jogadores da NBA quem se fez ouvir. Durante o confinamento já vários atletas se tinham juntado aos protestos nas ruas e, desde o recomeço da competição que nas camisolas de jogo se leem mensagens de solidariedade com o movimento Black Lives Matter. Uma forma de protesto considerada “inaceitável” por Donald Trump. Logo nessa altura, LeBron James, o melhor jogador ativo, reagiu às críticas do Presidente. “O jogo vai continuar sem que ele o veja. Posso sentar-me aqui e falar por toda a comunidade do basquetebol, não nos podia ser mais indiferente”, disse. E ontem a tomada de posição subiu de tom: com a época na fase decisiva, em protesto pelo sucedido a Blake os jogadores dos Milwaukee Bucks recusaram-se a entrar em campo levando ao cancelamento dos jogos dos playoffs da noite. Agora está a época em risco.

Um cenário impensável deste lado do Atlântico. Pela violência dos crimes, pela violência dos protestos, mas também por desportistas sem medo de se fazerem ouvir. Alguém imagina uma estrela do futebol atacar o Presidente da República ou o primeiro-ministro? Benfica, Porto ou Sporting boicotarem jogos por causas sociais? Ou no caso do Benfica comentar a ideologia do seu adepto mais polémico? Às vezes, o desporto pode ser muito mais que mero desporto. Às vezes, os atletas podem mesmo ser líderes de comunidades, exemplos bem para lá das proezas atléticas.

Costa e os médicos, os médicos e Costa

A tensão entre Governo e médicos devia ter ficado sanada depois do encontro entre António Costa e Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos. Um engano. Bastaram umas horas e uma carta enviada pelo bastonário aos membros da sua Ordem para as esperanças de uma relação mais amistosa se dissiparem. Afinal, em público, “o primeiro-ministro não transmitiu integralmente e fielmente aquilo que minutos antes tinha reconhecido à Ordem dos Médicos”, escreveu Guimarães. E o Sindicato Independente dos Médicos juntou-se. Em comunicado, o SIM acusa o Governo de estar a usar os lares para “enlamear” a classe profissional, propõe que cada lar passe a ter um médico e um enfermeiro de serviço e deixa um apelo “ao Governo para que evite a escalada verbal contra os médicos”. Caso contrário, lê-se no mesmo comunicado, essa pode-se tornar num “rastilho”. Já se viram reaproximações mais credíveis.

Avante com a Festa

Poucas edições da Festa do Avante terão motivado tanta polémica como a deste ano. Mais que qualquer ponto político é de saúde pública que se fala e se do lado dos organizadores se grita contra um ataque orquestrado “à luta dos trabalhadores”, do outro muitos apontam ao risco de saúde pública que o evento poderá carregar. Ontem, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, abordou a “complexidade” do evento lembrando que as regras serão diferentes consoante as atividades levadas a cabo nas diferentes zonas do recinto e, lembrando que a organização terá de ser “muito proativa”, garantiu que já há um documento com “orientações genéricas” da DGS. Faltam sete dias.

E o défice a subir

Ontem foi dia de o ministério das Finanças divulgar os mais recentes dados da execução orçamental - e os números, como se previa, são tudo menos animadores. Nos primeiros sete meses do ano, o défice chegou aos 8 332 milhões de euros, um valor superior em 7 853 milhões ao registado no período homólogo do ano passado. Na nota do ministério das Finanças assinala-se uma quebra de 10,5% nas receitas e um aumento de 5,3% na despesa do Estado. Efeitos da pandemia, garante o ministério liderado por João Leão, que assinala que "pelo menos 2.271 milhões de euros" do aumento do défice resulta das medidas extraordinárias de apoio a famílias e empresas.

A frase

“Os números de hoje sublinham a fragilidade daquilo que são as nossas conquistas”
Marta Temido, ministra da Saúde, ao anunciar o número de novos infetados com covid-19 (362), o mais alto em mês e meio.

Outras notícias


O que ando a ler

Foi no final do mês passado que Bérnard-Henri Lévy deu uma entrevista a Pedro Mexia, publicada aqui no Expresso. Na altura, em título, o filósofo apelava ao “fim do discurso do medo” e lembrava que “a democracia é o desfazer do distanciamento social”. O livro que então promovia, “Este vírus que nos enlouquece” (Edição Guerra & Paz), comprei-o pouco depois como companhia para umas férias, previsivelmente atípicas, seguramente marcadas por uma inédita pandemia. Desde então foram-se as pouco mais de cem páginas que o filósofo dedica à covid-19, tragicamente também se foram os dias de descanso e por cá continuou o vírus.

Da mesma forma que alerta para o terreno fértil em que hoje se movem populistas defensores de fronteiras e para as dificuldades das sociedades 'higienizadas' os enfrentarem, Lévy mostra pouca paciência para os que viram na pandemia um alerta para a necessidade do combate às alterações climáticas. E não é o único tópico em que se suspeita do mau feitio do autor. “É a citação de Pascal, tartamudeada até à náusea: 'toda a miséria dos homens advém de não saberem permanecer em repouso num quarto'”, lembra pouco antes de considerar “uma enorme indecência” os elogios que foi vendo serem feitos ao confinamento. Para Bérnard-Henri Lévy, “encontrar virtudes na coisa, congratular-se pela aventura ou pela relação com o Mundo que ela vem instaurar” é “uma enorme indecência”. “Um insulto aos que não tinham casa onde ficar (…) aos pobres entre os pobres que, de facto, têm casa – mas uma casa tão precária quanto as favelas do Rio ou as townships de Joanesburgo, de onde só poderiam querer sair”.

Afinal, é verdade que o vírus a todos tem enlouquecido, mas convém manter a noção de que não atacou todos com a mesma violência.

O que ando a ouvir

Mais ou menos silly, o verão pede música tranquila, que ajude a desligar, a chegar ao Mundo sem wifi e, com alguma sorte, até a esquecer pandemias e máscaras. Por isso, ou na verdade apenas por acidente, os últimos dias foram passados de volta de duas novidades com mais de cinquenta anos. O disco de estreia de Grant Green, "Grant's First Stand", de 1961, e o resultado da noite passada por Ella Fitzgerald na Opera House de Chicago, em 1957, na companhia de Oscar Petterson. Do guitarrista dizia-se que tocava como os saxofonistas e o próprio assumia que tinha por hábito passar noites acordados a “tocar solos de Charlie Parker, nota por nota”. De Ella, assim como de Oscar Peterson, já se disse tudo e difícil será encontrar um elogio que se possa considerar excessivo. Mestres no Jazz e no Swing, o disco, em que se destacam 'It's All Right With Me' e 'Stompin' at the Savoy', é do nível esperado quando os autores são estes. Suspeito que muito depois do final do verão continuarão a soar a génio. Pelo menos por mais cinquenta anos.

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