quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Portugal | Regresso à escola? Atualmente? Não, obrigado!


Principalmente nos alunos de mais tenra idade, que frequentam o chamado Ensino Básico (dos 6 aos 10 anos) a medida imposta pelo governo, do regresso à escola, não será séria se acaso não for complementada com alternativas para os pais que forem objetores da decisão ministerial por temerem o eventual contágio dos seus filhos, adquirido nas escolas, e consequente contágio em casa aos familiares. Principalmente os que padecerem de doenças, de idades avançadas, etc. Em que o risco de perderem a vida é maior. As próprias doenças respiratórias das crianças constituem também doenças de risco.

Os receios são perfeitamente justificados. A percentagem de risco de contágio é enorme. Como podem os governantes exigir aos país, aos encarregados de educação, que conduzam as suas crianças à escola, sabendo que estão a pô-los em risco, assim como ao restante agregado familiar?

No Página Global inserimos dois textos que talvez possam contribuir para formarmos melhor opinião e tomar as decisões acertadas, nunca descurando a saúde das crianças nem dos seus familiares em viverem em comum.

O texto do Público é condicionado, mesmo assim contribuirá para avaliar em parte aquela opinião. O segundo texto é livre, em Ativa, do Sapo.

Certo é que têm de existir alternativas para os pais que objetem pôr os seus filhos em risco. Câmaras nas salas de aula correspondentes será uma alternativa a considerar. O MNE já estudou essa possibilidade? Ou outras?

Boa leitura. Melhor esclarecimento. 

Sabemos que não há quem possa assegurar a cem por cento que os alunos não serão contagiados, portanto...

PG

O porquê do não regresso à escola

E não, o distanciamento social, as máscaras e as viseiras, a separação dos alunos, os sentidos únicos nas salas e corredores, a lavagem frequente das mãos, os intervalos mais curtos, o take-away da hora de almoço, nada disto é suficiente quando é apenas uma questão de tempo até que um professor ou uma criança fique infectada.

Com a chegada de Setembro e a reabertura compulsiva das escolas, voltamos a interrogar-nos sobre o quão seguro será enviar os nossos filhos, as nossas crianças, para a escola. A resposta é simples: não é seguro. Porque não há uma vacina. Porque não há uma cura. Porque, de há quase um ano para cá, pouco ou nada mudou.

Continuamos com medo. Continuamos sem abraçar ou beijar pais e filhos, irmãos e amigos ainda hoje vistos à distância de um aceno do topo de um andar ou na lonjura do quintal. Porque ir ao café ou entrar num restaurante está ainda a anos-luz de distância.



Texto condicionado, no Público


Mais de metade dos pais portugueses não quer que os filhos regressem à escola

Do universo de pais europeus que participaram num inquérito recente, os portugueses são os que têm maiores reticências em relação às aulas presenciais.

Algumas semanas antes do início do novo ano letivo, os pais partilham as suas opiniões sobre o regresso presencial às aulas e as dificuldades que enfrentarão, caso as escolas e os jardins de infância não reabram devido à pandemia de COVID-19.

Num inquérito realizado pela Yoopies – plataforma internacional que permite conciliar a procura e a oferta de cuidados infantis e serviços domésticos – à sua comunidade, apenas 44% dos participantes esperam que os seus filhos possam regressar à escola no futuro próximo. Por sua vez, 56% dos inquiridos temem uma segunda vaga da doença e mostram-se preocupados com a segurança das crianças e com o bem-estar geral da família.

A situação profissional tem peso

Entre os pais que afirmam apoiar a decisão do Governo de levar as crianças de volta à escola em setembro, da forma tradicional, 60% trabalham a tempo inteiro, 25% trabalham a tempo parcial e 15% não trabalham.

Em geral, apesar dos pesares, este regresso é considerado fundamental para o reinício de uma vida “normal” para toda a família. Ou seja,  para que os pais possam concentrar-se no trabalho e para que as crianças e os jovens possam reintegrar-se num contexto social e educativo, que é fundamental para o seu crescimento.

Como fica o trabalho dos adultos?

Embora 73,3% dos pais admitam que a rotina se torna complicada quando estão a trabalhar em casa e a cuidar dos filhos, em simultâneo, os portugueses também demonstram ser flexíveis quanto às possibilidades de teletrabalho ou de trabalho a tempo parcial.

De acordo com o inquérito, 81% diz que um dois pais pode ficar em casa com as crianças se as escolas voltarem a fechar portas, enquanto 19% afirma que nenhum dos pais (ou progenitores individuais) teria a possibilidade de fazê-lo. A escolha destas famílias seria, portanto, entre a interrupção do trabalho (desemprego ou licença sem vencimento para aqueles que estão empregados), o apoio de outros membros da família e, eventualmente, a contratação de uma ama ou babysitter a tempo inteiro, o que afetaria negativamente a estabilidade económica de muitas famílias.

Um consenso claro em (quase) toda a Europa

Apesar do aumento de casos em toda o continente europeu , a maioria dos pais quer mandar os seus filhos de volta às escolas em setembro – à exceção de Portugal. A percentagem de pais que desejam a reabertura das escolas é a seguinte: França: 78%; Lituânia: 77%; Reino Unido: 76%; Itália 63%; e Espanha 59%.

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