É o que diz o Fórum Nacional de
Rádios Comunitárias (Forcom), que está preocupado com a situação de um grupo de
jornalistas comunitários
"Informação na posse do Forcom dá conta que a maior parte dos jornalistas que se encontram nas matas estão incomunicáveis e a sobreviverem em condições humanamente deploráveis e de insegurança", lê-se num comunicado da entidade, divulgado esta segunda-feira (09.11).
Segundo o Forcom, no dia 31 de outubro, os insurgentes ocuparam a Igreja Paroquial do Sagrado Coração de Jesus (distrito de Muidumbe), onde está localizada a Rádio Comunitária São Francisco de Assis, e, pelo menos, nove jornalistas foram obrigados a fugir para as matas com as suas respetivas famílias. As instalações da rádio foram destruídas, estando ainda os insurgentes naquele distrito, segundo o Forcom.
O grupo de jornalistas procurou refúgio nas matas e agora tenta sair da região atacada em direção a distritos considerados seguros, havendo também entre eles, pelo menos, um caso de um repórter que perdeu um parente na sequência dos ataques.
Relatos da violência"Meu pai foi decapitado. Estamos a morrer de sede e fome, três dias sem comer nada e eu estou com os meus sobrinhos. Assim estamos a pedir socorro", relatou um dos jornalistas numa mensagem telefónica citada pelo Forcom.
"Face à situação, o Forcom está a envidar todos os mecanismos por forma a garantir todo o apoio necessário aos jornalistas que se encontram nas matas, para salvaguardar a sua integridade física e segurança. O Forcom entende que o Estado deve garantir a segurança dos cidadãos", acrescenta o documento.
A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas e que se intensificaram este ano.
Há diferentes estimativas para o
número de mortos, que vão de
A capital de Cabo Delgado, Pemba, está desde meados de outubro a receber uma nova vaga de deslocados, que viajam em barcos precários. As vítimas da violência na região rica em gás natural têm se espalhado por outras regiões, nomeadamente as vizinhas províncias de Niassa e Nampula, mas as autoridades locais já tem oferecido ajuda a famílias refugiadas que chegam mais a sul, nomeadamente à Zambézia e Sofala.
Deutsche Welle | Lusa
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